Quando criança, volta e meia encontrava um doce em formato de banana em supermercados e mercearias. Tratava-se de uma massa de bolo recheada com creme. Durante muito tempo achei que era uma invenção brasileira. No entanto, quando fui ao Japão, encontrei o mesmo formato, com uma massa muito parecida mas recheada com pasta de favas brancas. Pesquisando um pouco, fui saber que esse doce já existia no Japão em 1904, com o nome de banana manju. Anos mais tarde, ganhou o nome de banana kasutera. Mais informações, aqui (em japonês): http://bananamuseum.co.jp/page/history_01.html
Semana passada ganhei de minha tia a forma para fazer esse doce. Não encontrei na Liberdade e em lugar algum, mas lembrei-me que havia visto em Londrina. Feita em alumínio grosso, é formada de duas metades unidas por uma dobradiça.
Essa forma é levada à chama do fogão. Depois de alguns desastres, cheguei à conclusão que a melhor maneira era encher uma metade – a parte escrita “banana” para baixo, porque é a que vai ficar em cima e precisa ficar mais bonita – colocar o recheio com um saco de confeiteiro, fechar, esperar uns 20 segundos e colocar mais massa. Nesse tempo, as bordas ficarão mais firmes e a massa crescerá um pouco, formando uma “parede” para caber mais massa.
Recheio:
5 bananas-prata
Cerca de 1/2 xícara de açúcar
Corte as bananas em rodelas e cozinhe em fogo brando com o açúcar, até ficarem macias. Usei banana-prata porque ela não escurece com o cozimento e o creme ficará com uma cor clara. Depois de frio, despejei esse doce em um liquidificador e adicionei:
30 gramas de amido de milho
20 gramas de farinha de trigo
500 ml de leite
Açúcar à gosto
Bati tudo até ficar homogêneo e levei a
o fogo, mexendo sempre, até formar um creme espesso. Se preferir mais firme, aumente a quantidade de amido de milho. Se quiser uma cor amarelada, mais bonita, adicione 2 ou 3 gemas.Usei o recheio frio, mas não gelado.
Fiz duas massas. A primeira, que ilustra o começo deste post, ficou mais pesada, mas a cor e a aparência ficou mais bonita, com um dourado mais uniforme.
1 ovo grande
40 gramas de açúcar
220 ml de leite
200 gr de farinha de trigo
40 gr de manteiga derretida, fria
2 colheres de chá de fermento em pó
Bata o ovo com o açúcar, até espumar. Adicione o leite e mexa.
Peneire a farinha com o fermento e acrescente à mistura, mexendo sem bater.
Por fim, adicione a manteiga derretida e misture com calma.
Essa massa é menos líquida e foi preciso espalhar na forma – já untada com óleo – com uma espátula estreita.
A outra massa ficou muito mais leve e gostosa. No entanto, como as bolhas da massa eram bem maiores, acabou com um resultado diferente.
3 ovos
60 gramas de açúcar
1 pitada de sal
80 gramas de farinha de trigo
40 gramas de manteiga derretida, fria
1/2 colher de chá de fermento em pó
Bata os ovos com o açúcar e o sal até que fique claro, leve. Eu testo o ponto levantando as pás da batedeira e fazendo uma espiral. O desenho se mantém por alguns segundos.
Adicione a farinha e o fermento, peneirados. Misture com cuidado. Por último, a manteiga derretida.
A cor ficou ficou tão intensa porque usei ovos de galinha caipira, com gemas de cor bem intensa.
Por conta das bolhas grandes, as bananas ficaram com aspecto meio “tigrado”…
Mas, particularmente, gostei do resultado, ultra fofo, desmanchando na boca.
E ainda não desisti, não, pretendo testar outra receita de massa.
Esse post foi sugestão de um leitor – sinto se não encontro agora o e-mail e não me lembro do nome. Também tentei descobrir o fabricante, em vão. Não há nenhuma marca, estampa ou sinal que identifique de onde veio. Na falta da forma, creio que dá para improvisar fazendo a massa em uma frigideira, como uma panqueca e dobrando-a ao meio.
PS: A leitora Arlete me avisa que encontrou na loja chamada Gaspeça de Londrina, na rua Sergipe, esquina com Pernambuco. O telefone lá é: (43) 3326-1464. Custou R$48,00. Espero que eles despachem via Sedex para outras cidades.