Caracóis Marinhos

Confesso que só há pouco tempo fiquei sabendo que existiam caracóis marinhos comestíveis no Brasil. Na verdade, soube porque o Alex Atala comentou durante a aula no Paladar – Cozinha do Brasil. Perdoem meu desinteresse por gastrópodes. Durante muito tempo relutei em comer esses moluscos no Japão, onde são muito apreciados. Na verdade, para comer meu primeiro caracol eu precisei da ajuda de amigos e um bocado de cerveja artesanal. A certa altura, pensei: porque não?

Apesar de nunca ter preparado um “escargot no mar”, voltei para casa com 5 deles. Custaram R$12,00 (R$20,00/kg, no varejão do Ceagesp, vendido ao lado de caranguejos vivos).  Eu queria ver o que iria sair daquelas conchas. Cometi o erro de não purga-los. Deveria ter deixado em água com sal, na geladeira, por algumas horas. Levei-os ao fogo cobertos com água fria e um pouco de sake. Cozinhei por mais ou menos 4 horas na shuttle chef, que proporciona um cozimento lento, sem fervura, já que é uma panela térmica. Tive que descartar o caldo do cozimento, que ficou verde por conta de resíduos e algas que as conchas continham.

Retirei os moluscos as conchas. Elas saem com facilidade. Na dúvida, descartei as vísceras e  órgãos reprodutores.  Sobrou muita pouca coisa, é verdade.

Depois de fatiado, a aparência não é tão terrível. Quanto ao sabor? Curiosamente, não lembra nada do mar. Não tem cheiro forte e lembra mais um cogumelo shiitake grelhado, ou seja, é consistente, um pouco borrachudo.  Desse jeito, poderia cozinhar com arroz (fazendo um takikomi goham, com broto de bambu, cenouras e outros vegetais) ou mistura-lo a uma salada, por exemplo.

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3 Responses to Caracóis Marinhos

  1. Mara Barros diz:

    Nunca na minha vida eu poderia imaginar que as pessoas comem Tonna galea.
    Adorei saber disso.
    Sabe me dizer se existe algum tipo de trabalho científico públicado em algum lugar?

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