Esta é mais uma receita que, de tão popular, nunca escrevi sobre ela. Trata-se de um refogado de bardana com cenoura, clássico da cozinha japonesa. Picante, salgado, aromático, ele é servido em pequenas porções, acompanhando a refeição ou misturado ao arroz, depois de cozido. Há também versões desse prato usando a parte externa do nabo.
Pelo que sei, o nome do prato deriva de quem o criou. Mas, como tantos fatos, é possível que exista outra explicação.
No Japão, existem bardanas (chamadas pela comunidade japonesa de gobô) claras e escuras. A clara (tanto o exterior quanto o interior) é mais suave e macia. No Brasil só vi do tipo mais escuro, com o exterior marrom. Ele é mais duro, porém mais aromático.
1 bardana
1 cenoura
Óleo vegetal
2 colheres de shoyu
1 pitada de açúcar (opcional)
Pimenta vermelha
Gergelim torrado
Tradicionalmente, a bardana é cortada usando a técnica chamada sasagaki. É como apontar um lápis; obtém-se lascas finas. No entanto, convenhamos, a mandolina (ou benrinder), corta em tiras finas e com bem menos esforço. Na falta do cortador de legumes, corte em tiras finas de cerca de 5 cm de comprimento (juliene).Mantenha a bardana em água fria até a hora de usar, porque ela escurece com facilidade.
Aqueça o óleo em uma panela. Adicione a bardana e a cenoura e refogue em fogo alto. Como tanto a cenoura com a bardana brasileiras são mais duras, adiciono um pouco de água, (cerca de 1 colher de sopa de cada vez) até que fiquem macias.
Adicione o shoyu e o açúcar (se for usar) e continue refogando até que quase todo o líquido tenha evaporado. Tempere com pimenta e, na hora de servir, salpique gergelim.
Alguns preferem adicionar um pouco de óleo de gergelim. Fica a seu critério.
PS: A bardana (gobo) pode ser mantida na geladeira, dentro da água, já cortada, por alguns dias, sem escurecer nem estragar. Costumamos cortar uma boa quantidade e mantê-la na geladeira para poder fazer kimpira ou outro prato em poucos minutos.
Marisa, se há aromas que traduzem a cozinha japonesa, o de gobô deveria ser um deles. Acho que não há nada mais reconfortante que o seu perfume. Gosto de tudo que vai gobô, e naturalmente o kimpira. Já comí tbém tsukemono de gobô fino e branco, de te levar ao paraíso.Vou ver se contrabando o gobô desta vez, para trazer. Espero encontrá-los nesse período, se possível, “in natura”. É que morro de saudade de nishimê, e sem o gobô se torna outro prato. O “satoimo” – batata cará(?) – eu encontro congelado, importado do Japão, mas gobô não tem, que tristeza. Como é bom falar de comida, não? Abraços
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Existe também uma salada de bardana cortada em tirinhas, cozida e temperada com um molho cremoso à base de gergelim, que é muito bom. Um dia desses faço e publico a receita. Outra coisa que adoro com bardana é corta-la em tirinhas, fritar em imersão até ficar bem sequinha e salpicar sobre salada de folhas. A textura e o sabor são ricos e únicos.
Disseram-me que a bardana também é consumida por povos do Oriente Médio. Talvez você encontre em empórios árabes por aí.
A bardana dura bem se você enrolar bem apertado com muito papel, molhar o pacote e coloca-lo em um saco plástico e manter na geladeira. Resiste durante semanas!
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Conversando com LP, ele afirmou que a bardana é abundante na Itália. E, pesquisando um pouco, de fato, existe em todo território italiano, sob o nome de lappa, lappola, etc. Encontrei esse site que fala mais sobre o assunto:
http://www.altavaltrebbia.net/piante-medicinali/316-bardana-arctium-lappa.html
Mas fiquei com a impressão que é mais conhecida como uma planta medicinal que comestível…
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oi!!acabei de descobrir esse site fiquei muito feliz qdo vi essa receita, ja que comia muito no japao, mas nw sabia d q era feito exatamente…rs
muito obrigada e parabens pelo site!!^^
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Marisa, lí somente agora sobre o site que me recomenda, que gentileza a sua. Juro que não sabia da existência de bardana por aquí, pois nunca ví na feira. Vou pesquisar um pouco mais e tentar descobrir quem a cultiva. (Ou então fazer uma barganha com alguém que possui hortas, rs). Agora vou ficar de olho até em erboristerias e pesquisar um pouco mais. Marisa, muito obrigada pelo tempo dispensado por mim na pesquisa. Abraços
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De nada, LuMa. A dica veio do meu amigo e colaborador deste blogue, o LP, que é biólogo.
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