Compras na Liberdade

castanha-dagua

Estive sábado no bairro da Liberdade e fiz algumas compras. Sábado não é um bom dia para passear por lá; muita gente, muita fila. Mas, ainda assim, encontrei umas coisas boas. Na foto acima, castanhas d’água. Apesar do nome, não são castanhas. Esse vegetal aquático é consumido cru ou cozido (depois de descascado). É rico em amido, adocicado e crocante. Dá uma textura interessante em refogados e no recheio de rolinhos primavera. É a primeira vez que os vejo frescos. Já comprei em lata. R$7,00 no Towa, na praça da Liberdade.

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Massa chinesa, também comprada no Towa por R$8,00 o pacote de 1,10 kg. É uma espécie de talharim fino. Cozinha rápido, tem textura firme e funciona em um yakisoba, porque não empapa tão facilmente.

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Eu gosto de pasta de amendoim. Mas detesto pasta de açúcar e amendoim. Este pote é da Skippy chinesa, vem mais de meio quilo. Não tem muito açúcar, é pegajoso de grudar no céu da boca e tem gosto de amendoim. Mas não guardei o nome da loja nem o preço. Só sei que fica na praça da Liberdade.

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Shoyu Yamamori a R$9,50, na Casa Bueno (Galvão Bueno).  O da direita é do tipo usukuchi. Ainda não provei, mas achei que é muito barato para um produto importado e não deixei passar!

koshihikari

A extravagância ficou por conta do arroz do tipo Koshihikari americano. R$33,00 o pacote de 2 kg, no Marukai (Galvão Bueno)! Mas estou curiosa para provar. O koshihikari é um tipo de arroz muito popular na província de Shizuoka, onde morei por mais de 10 anos. Muitos afirmam que é o melhor para o preparo de sushi. Sou suspeita para dizer que concordo. Outro tipo de arroz que eu gostava muito era o Akita Komachi, mas não para sushis. Agora quero conferir se o arroz americano é tão bom quanto o de Shizuoka. Mas a etiqueta “safra nova” não me ilude. O arroz é colhido no final do verão. Não creio que seja deste ano.

Também comprei farinha de arroz de mochi (glutinous rice flour), que vai virar algum doce ou usado para modela mochi. Não encontrei kudzu, amido retirado da planta de mesmo nome e que é usado na preparação de doces e do goma-dofu. Mas não foi surpresa. Mesmo no Japão era caro e um pouco difícil de achar. Uma das cidades produtoras de kudzu é Kakegawa, na província de Shizuoka.

E LP me impediu de comprar outra pedra para amolar facas, quinquilharias e guloseimas.

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20 Responses to Compras na Liberdade

  1. Dri Simizo diz:

    Oi, Marisa!Tb procurei kudzu na Liberdade e não achei. Será q tem algum substituto? Vi uma foto de um warabi mochi em um blog e fiquei com vontade de fazer =)

    • Marisa Ono diz:

      O substituto seria amido de batata-doce (tem na Liberdade, acho que no Towa, como Sweet Potato Starch). Você me deu uma boa idéia, vou escrever algo sobre os amidos japoneses no próximo post!

  2. Dani diz:

    Tb adoro passear ne Liberdade, mas gostaria tb que fosse menos muvucado. Paga-se esse preço para ter acesso aos produtos diferentes né. É que eu tenho a sorte de ter um mercadinho japonês pertinho de casa como quebra galho, mas a Liberdade é a Liberdade né… cada prateleira uma boa descoberta com preços justos.

    Bjs

    • Marisa Ono diz:

      O bairro da Liberdade costuma ser melhor durante a semana. Poderia ser bem melhor se houvesse alguém para orientar nas compras. Sempre tem alguém procurando bala de canela ou como guardar um produto depois de aberto. Mas sabe, Dani? Não posso reclamar. Sou de um tempo em que até mesmo alga nori só se tinha quando alguém contrabandeava um pacote. Com fila ou sem fila, o bom é que tem!

  3. LuMa diz:

    Ô Marisa, com este post vc já me adiantou um bocadinho(rs)! A gente vai quantas vezes quiser, mas depois de um mês, já perdeu o parâmetro, sabe como. O arroz koshihikari tem origem em Niigata, não é? Ainda que acredite seja produzido em todo o Japão. Aquí na Itália não tenho problemas com o arroz, pois todas as qualidades italianas são produzidas na água. Ah, e tem a produção de Akita komachi há 50 km daquí tbém. Cerca de 20 anos atrás, os restaurantes orientais de outros países da UE importavam o arroz italiano, até para fazer sushi. Voltando ao Brasil, hummm…tô com vontade de comer warabi, Marisa. Mas duvido se encontro no inverno, que pena. Abraços!

    • Marisa Ono diz:

      Luma, li que na década de 70 um professor de um instituto de gastronomia japonêsa levou amostras de arroz japonês para a Itália. E o cozinheiro do Harry’s Bar chegou à conclusão que o tipo Sasanishiki era ideal para risotos. Com essa, chego à conclusão que os tipos de arroz italiano e japonês não são muito diferentes.
      Sobre o warabi-mochi, volto a falar nos próximos dias!

  4. Yoko diz:

    Falando em compras na Liberdade, alguém lembra do baumkuchen industrializado que vendia lá? Era uma delícia… Se resgatassem aquilo, venderia horrores!
    Marisa, aaaamo seu blog!

    • Marisa Ono diz:

      De fato, Yoko, o baumkuchen é um bolo popular também no Japão. Infelizmente, daquele jeito que conhecemos (em formato de roda, com um buraco no meio) é praticamente impossível de se fazer em casa. Mais fácil seria fazer o baumkuchentorte, que é um bolo redondo, em várias camadas.
      E obrigada, Yoko. Estamos tentando fazer o melhor!

  5. Ronnie diz:

    Olá ainda é facil achar esses arroz para sushi tipo koshihikari ? quem foi para o japão diz que o arroz que comemos aqui no brasil não se compara co o arroz de lá do japão. Existe algum outro arroz com qualidade superior aqui no brasil ?

    • Marisa Ono diz:

      Ronnie, lá tem muito arroz bom. E se não estiver contente com que há nos supermercados japoneses, basta procurar lojas especializadas em arroz. Eu comprava de um produtor, era sempre ótimo. O arroz tipo koshihikari e akita komachi vejo no Marukai e Bueno, na Liberdade. Pena que o preço seja bem salgado. Também trazem arroz tipo japonês dos EUA. Não provei.

  6. Raphael diz:

    Boa tarde, Marisa.

    Poderia me informar onde encontro para compar o amido de Kuzu no Brasil?

    Att

  7. maria morais diz:

    Marisa, estou à procura de macarrão de algas e não acho… sugestões?

  8. christopher diz:

    Marisa, li que o koshihikari não é o preferido pelos sushimens por causa do excesso de amido e que geralmente o arroz usado é o sasanishiki ou algum blend.

  9. christopher diz:

    acho que fiz algum comentário há alguns dias sobre alguma semente que você está procurando mas depois disso não acessei mais o fórum e não faço idéia do que era o tópico.
    Você se lembra? ou será que estou sonhando?
    É que minha patroa vai pro nihon e de repente, se fosse algo fácil de achar, ela poderia trazer.

    A parte dos COMENTÁRIOS será que não funciona só pra mim? Pra mim abre um emaranhado de letras e simbolos

    • Marisa Ono diz:

      Ih, agora para eu me lembrar vai ser difícil. Sementes que sempre preciso, porque a Sakama não importa são as sementes de kuri-kabocha (uma abóbora em formato piramidal, meio bicuda) e Ebisu kabocha (casca lisa, ligeiramente achatada).

  10. christopher diz:

    mesmo cozinhando com menos água? Essa informação foi minha esposa que achou, apesar de todos aqui dizerem que o koshihikari é o mais indicado pro sushi, lá muitos não gostam por causa da liga em excesso e que desde muito tempo é o sasanishiki o mais usado pra sushi.
    Com todos as marcas que testei dos nacionais, hoje estou usando a proporção 1:1 e fica muito bom, ou a marca de arroz para sushi da panela.

    Acho que foi algum leitor que perguntou pra você sobre algo e você disse que também estava procurando.
    Se tiver como puxar meus comentários, acho que pergunto se o que você procura tem outro nome ou coisa parecida.

    • Marisa Ono diz:

      Pesquisando por aqui vi que o koshihikari é mais utilizado nos sushis estilo Edomae. Já para os estilo Kansai (tirashizushi, oshi-zushi, makizushi, por exemplo) o sasanishiki parece ser mais comum, embora muita gente trabalhe com blends.
      Quanto à questão do amido do arroz, isso não significa tanto. É preciso saber a proporção de amilose e amilopectina. No caso do arroz para mochi, por exemplo, a textura pegajosa se deve ao fato de que ele não contém amilose, só amilopectina.

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