Lembrei desse prato outro dia, conversando com um amigo. Para quem nunca foi ao Japão, acho que vale uma explicação: As casas e apartamentos costumam ser pequenos. As cozinhas, na maioria das vezes, só comportam um fogão de duas bocas. E o ritmo das grandes cidades é idêntico em qualquer parte do planeta. Gasta-se muito tempo no trânsito, no trabalho, etc. Sobra muito pouco tempo para limpar a casa, cozinhar e descansar.
Ao longo dos anos fui procurando maneiras de encurtar o tempo de todas as tarefas. E aprendi a fazer refeições usando só uma panela ou, no máximo, duas. Chamo isso de “cozinha do desespero”. Esse prato junta tudo em uma panela só: Carne, vegetais e amido. Não é nada original, dumplings são comuns no Reino Unido e nos Estados Unidos. Bolinhos cozidos no caldo de um ensopado também são comuns em outros países, com outros nomes.
Nem chega a ser uma receita. É só fazer um ensopado de carne ou frango com legumes e, quando estiver quase pronto, fazer uma massa com a mistura para pão de minuto e água. A massa deverá ser consistente mas um tanto quanto pegajosa. Não bata ou amasse, apenas misture. Com um colher de chá, coloque porções de massa sobre o ensopado e tampe a panela. Em alguns minutos, os bolinhos estarão crescidos, fofos e a parte de baixo, úmida com o caldo do ensopado. Eles são macios, por isso, não misture, retire-os com algum cuidado da panela na hora de se servir.
Quando o trio Suzuki era petitico (eu e minhas duas irmãs) a minhã mãe fazia muito disso, e sabe o que a gente gritava? “Oba, sopa de cérebros”!!! A gente dizia que a massinha parecia com cérebros miudinhos, pode?
Beijos, Yumi
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Ih, Yumi, quando eu era criança era muito sugestionável. Uma vez, estava comendo tâmaras e meu pai comentou: Parece barata. Proooonto. Perdi a vontade de comer tâmaras na hora e por uns anos eu sempre olhava para as tais com uma certa desconfiança. Se alguém falasse que era sopa de cérebro, eu não comia mesmo! =O
Felizmente, mudei de atitude diante da comida, com a idade. Não chego a ser como o Andrew Zimmern, do Comidas Exóticas, mas quase sempre encaro uma experiência gastronômica diferente… 😀
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O pior é que a gente falava as nojeiras e comia de gosto! Quem deixava de comer era minha mãe, coitada…
Já comigo aconteceu o inverso: quando era criança comia de tudo, hoje sou cheia de frescurinhas!
Beijos e uma ótima semana!
Yumi
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Em casa, à mesa, era proibido tocar em certos assuntos considerados nojentos, como doenças, detalhes de crimes, esse tipo de coisa. Adulta, lembro-me de estar cozinhando em um apartamento, para uns quinze estudantes de Medicina e quase todos falavam sobre os pacientes que atenderam na semana, no Hospital Universitário… Bem, eles falavam de cirurgias, baleados e infecções, enquanto eu limpava e fatiava uma peça inteira de alcatra. Se minha mãe estivesse presente, ela teria falado para todo mundo mudar de assunto na hora!
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lendo vc comentar sobre as refeições da sua infancia me lembrei da minha e como eu prezevei esta hora hoje ja com netos e em alguns destas momentos volto a minha infancia e a minha relaçao com a comida e muito grande muito obrigada por me fazer ver com sou feliz
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Uau. Adorei o site, a relação da infância com a gastronomia é algo engraçado e as vezes traumatizante para muitos de nós. Legal ver algo ser tão bem exemplificado por compartilhar um prato com uma pessoa que não conhecemos e ver a reação que eles tiveram.
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Obrigada, Priscila. Pensando bem, todos nós agimos ou reagimos com a comida. Até eu tenho trauma de alguns pratos que são amados por tantos, como rabada, agrião e goiaba. Por outro lado, é bom saber que muitos também têm boas lembranças de refeições familiares, comida cotidiana.
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Bom, admiro quem sabe cozinhar pois maç sei fritar um ovo. Estou aprendendo muuuito devagar a fazer o básico ainda. Gosto do seu site, dos seus comentários. Muito bom mesmo. Relacionando a infância, lembrei-me do filme Ratatouille, produzido pela Pixar e que tem uma cena nesse sentido. Não vou comentar pois pode ser que alguém ainda não tenha assistido.
PS.: Fico com água na boca com as receitas.
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Que eu saiba é um prato típico na China e o seu nome é JIAOZI em Mandarim.
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Arnaldo, isso é comida da época da Grande Depressão norte-americana, não tem nada com a China, muito menos com o Jiaozi, que no Japão chamam de Gyoza.
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