Lei Anti-Fumo

O fumo é uma droga que causa dependência e que  pode levar a danos à saúde. Mas, assim como o álcool, o fumo é uma droga lícita, livremente comercializada. Por isso, estou espantada com a lei anti-fumo, que proíbe o tabaco em qualquer lugar que tenha ao menos um toldo ou uma divisória, eliminando até mesmo a possibilidade de existir uma sala de fumantes – ou fumódromo, como preferirem – dentro de estabelecimentos comerciais, repartições públicas e hotéis.

Além do direito do fumante, garantido pela Constituição, acho um exagero essa lei. Existem tecnologias que garantem ambientes livres de fumaça. Se a empresa ou dono do estabelecimento investir em filtros, exaustores, cortinas de ar e em uma arquitetura eficiente, não vejo motivo para tal lei. A cadeia de cafeterias Doutor Coffee do Japão há anos aplica isso. O mesmo acontece em edifícios como o Mitsubishi, no distrito de Chiyoda, Tokyo, entre outros.

Concordo que comida e fumaça não combinam. No entanto, assim como a comida, o cigarro e o álcool são prazeres lícitos. E os três têm sido acusados de provocar doenças. Defendo o direito de fumar assim como defendo o direito de beber e de comer. Fico pensando se um dia criarão uma lei limitando as calorias de um prato em um restaurante ou proibindo o uso de gorduras animais. Ou se farão um cadastramento de obesos, que entrarão em uma lista negra e que não poderão receber comida à domicílio. Talvez até proíbam blogues, programas de tv e livros culinários, por incitarem à comer…

Sem justificar, apenas para matar a curiosidade de quem me lê: sou fumante, há alguns anos parei de beber e fui obesa.

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17 Responses to Lei Anti-Fumo

  1. Sampei diz:

    Na aprovação da proibição total pesou a questão econômica: alguns deputados queriam permitir que estabelecimentos tivessem área para fumantes com exaustor, etc, enfim, com a tecnologia que vc descreve no seu post. Mas e os estabelecimentos que não teriam condições econômicas de adquirir toda esta tecnologia? A igualdade na concorrência foi determinante.

    • Marisa Ono diz:

      Sampei, igualdade e concorrência são coisas que não co-existe na prática. Toda empresa quer conquistar um nicho ou possuir um diferencial. Se for para manter uma igualdade em tudo, ninguém poderia investir em pesquisas, tecnologias, metodologias, treinamento, publicidade, nada. A meu ver, não cabe ao Estado definir o quanto cada ramo ou empresário pode investir. Além do mais, a tecnologia nem é tão cara; na verdade, é bem mais barata que um ar-condicionado: exaustores, um vão na parede ou uma divisória, rebordo de 5 cm em alguns casos. Continuo insistindo que existem soluções para vários ambientes e diferentes orçamentos. Essa lei transformou o ato de fumar em algo ilegal, apesar do fumo ser lícito.

  2. Sampei diz:

    Mas esse foi o argumento para a proibição total. Mas enfim, é tendência mundial e que deve virar lei nacional em breve.

  3. Juli Sueyausu diz:

    Olá, Amigos!
    Eu tb sou fumante e ando mto frustrada por conta desse cerco em cima da gnt.
    Concordo com os dois lados e pra ser sincera ainda não consegui tomar partido de um lado ou do outro.
    A Lei Seca é ótima, assim como a Lei Anti-fumo. Assim como no exterior, adotamos essa lei, eles continuam a frequentar bares tranquilamente. Já, nós brasileiros, contamos com um sistema de transporte público horroroso e mesmo q fosse bom, não há segurança alguma em pegar um metrô ou ônibus às 23.00 hrs sem ficar com medo de ser assaltada, a não ser q vc esteja corajosamente embriagada rs …
    Sobre a Lei Anti-fumo eu digo o mesmo. Eles simplesmente querem acabar com os fumantes tirando-os de circulação a olhos visíveis, dado q só podemos fumar em casa, na rua ou no carro, isso se vc não estiver dirigindo. No ano passado, eu vi algumas propagandas na TV sobre um programa do governo pra ajudar vc a parar. Bem, há tempos q este comercial não é mais passado na TV. O problema dessas leis é q elas atacam somente um lado do problema, o outro o governo ignora.
    O pior é ter q encarar olhares fulminantes daqueles q não fumam e nunca tiveram coragem de dizer nada. Agora eles nos dirigem assim: “sua fumaça está contaminando o ambiente” (ah, eu estava na rua … ), ou sprays de cheiros que tenho sentido por baixo da MINHA PORTA DO MEU APARTAMENTO borrifados por vizinhos covardes q não tem a cara de bater à minha porta (as vezes q eu aguentei o som no máximo as 8.00 hrs da manha escutando pagode não contam?! rs)
    Pois é, Marisa, viramos Foras-da-Lei, … rs

    • Marisa Ono diz:

      Juli, como você, entendo e defendo o direito de quem não fuma. Também defendo que existem ambientes em que o fumo deve ser proibido. Mas proibir de se fumar em espaços abertos (porque, conforme li, fumar sob uma marquise, mesmo em via pública, será considerado ilegal), proibir a instalação de salas de fumantes e permitir denúncias e até o uso de força policial, é um exagero.
      Pelo que sei, existe até um programa para ajudar os fumantes a deixarem o vício. Mas como outros tantos programas, faltam verbas. Confesso que não sei bem como andam os programas para ajudar dependentes do álcool e outras drogas, mas não me surpreenderia nada que também estivessem também sem verbas. Os jornais falam em campanha publicitária milionária, para divulgar a nova lei. Gostaria de que explicassem sobre a dependência, sobre fatores genéticos determinantes na dependência, de quantos conseguem abandonar o vício sem ajuda médica, do custo de medicamentos que ajudariam na terapia e sobre a síndrome da abstinência, não só do tabaco, mas de outras tantas substâncias comercializadas legalmente.
      Abandonar um vício não é fácil, nem sempre basta ter força de vontade e em alguns casos é físicamente doloroso. Proibir o ato de fumar, apenas, lembra coisa de outra época, da qual me lembro bem. De uma época em que tudo passava por uma censura e ainda diziam que era pelo bem da população, pela ordem e pela segurança da Nação.

  4. Nina diz:

    Já pensei muito no assunto. Antes imaginei que seria uma boa tática aumentar o preço do cigarro, como nos EUA ou Europa. Mas aqui temos o tráfico de tantas coisas…
    Sou ex-fumante de cigarro. Ainda aprecio charutos e cigarrilhas. Sou contra dar as baforadas de charuto em ambientes fechados (exceto as casas especializadas).
    Nunca entendi porque o cigarro de cravo com odor super forte pode ser apreciado sem pudor em locais que o charuto ou cigarrilha são proibidos.
    Acho que é uma forma de punir aqueles que nunca respeitaram crianças e comensais na mesa ao lado. Mas todos pagarão.
    Já quase não bebo fora de casa devido à recente lei. Agora minha baforadas ficarão restritas também. fazer o quê? Prefiro pensar que é para o bem geral.

    bjo

    • Marisa Ono diz:

      Eu também nunca fumei em casa de não-fumante. Não me incomodo de sair para fumar, nunca escolhi restaurante pelo fato de ter ou não área de fumantes. Tirando uma curta fase da juventude, onde quase todo mundo experimenta os limites e tende a ser transgressor, não bebo se vou dirigir. Na verdade, sempre preferi beber em casa. Hoje, nem isso faço mais. A minha relação com a bebida tende a ser complicada e, antes de virar um desastre total, preferi parar.
      O fato é que os impostos da indústria do tabaco são bem-vindas. Dizer que um fumante custa à saúde pública é injusto. Os fumantes pagam impostos e têm o direito a atendimento médico, como todo cidadão.
      Eu sou completamente a favor de campanhas que exclareçam o quanto é difícil abandonar o vício. Qualquer vício, aliás. Talvez assim, diminuam o número de dependentes. Mas é inegável que é difícil isso acontecer porque várias drogas dão prazer.
      Quanto ao bem geral, concordo. Mas o direito do indivíduo não pode ser ferido.

  5. lidi diz:

    O direito do não fumante já está sendo ferido a muito tempo. Ninguém está proibindo o fumo, apenas restringindo o local para se RESPEITAR O NÃO FUMANTE!

  6. Sylvia diz:

    Eu acho que existe um exagero em tudo Assim como se tem esquecido a palavra bom senso.
    Existem leis ditas anti discriminatorias , que nao faze mais que resaltar diferncas. Nao se quer descriminar obessos , mas nao proibem a venda de fast foods gordurosos, doces industrializados e só Deus sabe que tipo de gordura é que nao deixa as pessoas apenas gordas , mas disforme. Saber comer , saber beber esaber fumar .. como minh avo ja dizia : a minha liberdade termina aonde comeca a do outro. Isso se plica a abstemios e bebdores , fumantes e nao fumante E uma questao de bom senso e nao abusar.

  7. Dizem que a lei deve ser cumprida, portanto, para os chorões de plantão, cumpra-se, no mais achar que é possivel aplicar no Brasil tecnologias presentes no Japão, é desconhecer a nossa realidade, haja vista que para se ter um ambiente livre da praga da fumaça do tabaco é necessário até UMA ARQUITETURA EFICIENTE? ou seja, bom senso não existe, e so vai existir na marra.E digo mais, as multas deveriam ser compartilhados com os fumantes, não apenas com o dono do estabelecimento, que na maioria das vezes nem sabe que tem alguém fumando em seu estabelecimento.

    • Marisa Ono diz:

      A questão que levantei é relativo ao direito tanto do fumante, quando dos donos de estabelecimentos comerciais. Pelo que me consta, não há lei limitando investimentos em uma loja. Recentemente, o Alex Atala virou notícia por ter consumido milhões no restaurante Dalva e Dito. Querendo, ele tem até o direito de revestir as paredes de ouro e diamantes. No entanto, com essa lei, ele não pode gastar nem em tecnologia, nem em arquitetura em um ambiente para fumantes. E a tecnologia não nem indisponível no Brasil. Filtros de ar são usados pela indústria desde a década de 70 ou antes. Sensores de fumaça estão presentes em muitos prédios. Exaustores, então, até em residências.
      Defendo o direito dos funcionários que não querem trabalhar em um ambiente de fumantes. Também defendo o direito de um adicional para quem aceitar trabalhar nessas condições, assim como empregados em indústrias químicas, por exemplo.
      Não aceito “bom senso na marra”. Isso não é democracia.

  8. Sérgio Giacomo diz:

    O mal desta lei é quando multa o dono do estabelecimento e não o fumante!
    UM PENSAMENTO: EU FUMO!…MAS SERÁ O DONO DA BOATE A PAGAR A MULTA!
    UM OUTRO PENSAMENTO: EU NÃO VOU COM A CARA DESSE DONO DE BOATE, VOU DENÚNCIA-LO, PESSO PARA MEU AMIGO TIRAR UMA FOTO DE MIM MESMO…FUMANDO! E DENUNCIO!
    AINDA UM OUTRO: SOU FISCAL…JOGO ALGUMAS BITUCAS, QUE TRAGO NO BOLSO, AO CHÃO, SÓ PARA PROVOCAR UMA SITUAÇÃO QUE POSSA SUGERIR A AUTUAÇÃO!

  9. Filomena diz:

    achooooooooooooooo isso um abuso!

  10. diulza a. dos santos diz:

    primeiro todos foram ensinados a fumar com linda propagandas, filmes, e belas mulheres, fumar era belo e educado, agora proibem, mais nao apresentao um tratamento justo nas redes publicas para quem quer parar de fumar,ta cheio de Leis que não funcionam e tem coisas mais importantes para que ela se cumpra como politicos pararem de Roubarrrrrr nosso dinheiro. fala sério viu.

  11. Denise Garcia diz:

    Marisa, discordo totalmente com o seu texto. Sob minha ótica, essa lei antifumo está demorando demais para ser aprovada em todo o país. Assim como você cita que os fumantes têm direitos, eu também possuo o meu direito como não-fumante. A partir do momento que um indivíduo acende um cigarro do meu lado, eu sou obrigada, contra a minha vontade, a inalar milhares de substâncias tóxicas. Ora, o seu “direito” interfere diretamente no meu direito, não é verdade? Pare de fumar e comece a raciocinar! Não é por que uma droga é lícita que isso significa que ela faz bem à saúde. A grande diferença, que passa despercebida no seu texto infundado e egoísta, é que, se decido comer um prato extremamente calórico e gorduroso, potencialmente prejudicial aos meus níveis de colesterol, triglicerídeos e afins, eu estou prejudicando somente a MIM mesma. Não estou deferindo nenhum mal às pessoas ao meu redor, que sentam a meu lado e que ocupam o mesmo ambiente naquele momento. Reflita sobre isso e retifique o seu parecer. Tudo exige bom senso, ou seja, coma saudavelmente, beba com moderação e fume sozinha em sua casa, por favor.

    • Marisa Ono diz:

      Eu defendo o direito do fumante e do não-fumante. Existe tecnologia para se criar salas próprias para fumantes. O que eu não concordo é com o Estado decidir o que é bom ou mau para o indivíduo. Vão proibir um obeso de entrar em uma sorveteria?
      Vou ser mais óbvia. Do jeito que foi redigida, essa lei permite o uso de força policial contra um fumante. No entanto, não fazem o mesmo com consumidores de narcóticos. E porque o fumante é tratado como criminoso enquanto um viciado em cocaína é tratado como coitado, como vítima? Um fumante é potencialmente mais perigoso? Querem até descriminalizar o consumidor de drogas ilícitas, como se ele não fosse também responsável pelo tráfico. Como se também não contribuísse com o aumento da violência e crimilnalidade.
      E o álcool? Sim, faz parte da nossa cultura e é uma droga lícita. Apesar de sabermos quanto o álcool afeta a saúde, a produtividade, a sociedade. Focam só os acidentes de trânsito, mas esquecem dos acidentes de trabalho. E o quanto influi na violência doméstica. Propaganda de cigarro não pode, mas uma empresa que fabrica cerveja pode patrocinar a seleção brasileira de futebol. Para mim, isso é hipocrisia. Não se quer ou não se tem capacidade para resolver um problema real. Então, vamos atacar o menor dos problemas da sociedade. Porque até agora não vi um notícia dizendo que alguém matou a família toda porque estava sob o efeito da nicotina.

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