Chawan-mushi

Esta é para atender ao pedido da Ceiça.

O tchawan-mushi é um flan salgado. É muito fácil de se fazer e exige poucos ingredientes, mas exige alguns cuidados para ficar perfeito. Normalmente utilizam-se copos de cerâmica ou porcelana, muitos dele com tampa.

A proporção que eu uso é de 1 ovo médio para cada 100 ml de caldo. Gosto de usar caldo de galinha leve, sem salsão ou condimentos fortes, mas também pode ser feito com caldo à base de peixe e algas ou até mesmo com caldos industrializados (hondashi, torigara soup, etc).

Em cada copinho coloco um camarão ou uns 2 ou 3 pedaços de frango, algumas tirinhas de cogumelo shiitake, pedacinhos de castanha d’água ou uma semente de ginko, uma fatia de kamaboko ou mariscos. O importante é não colocar coisa demais, senão será um cozido com creme e não um flan com alguns pedacinhos dentro.

É importante que o caldo tenha sido bem fervido e esfriado. É que a água possui oxigênio dissolvido nela. Quando a água é aquecida, o oxigênio se expande e o flan ficaria cheio de bolhas.

Bata os ovos, sem formar espuma. Adicione o caldo. Para cada 2 ovos adiciono também 1 colher de chá de shoyu. Confira o sal. Passe pela peneira. Distribua entre os copos. Cubra com filme plástico e leve para cozinhar no vapor. Cozinhe em fogo alto por 2 minutos e depois abaixe. O tempo de cozimento vai variar. Tome cuidado para não cozinhar demais, porque o tchawan-mushi vai ficar duro e pode até dessorar (separar o caldo dos ovos).

PS: pelo que sei, nem a quantidade de caldo é uma regra. Uma colega minha, a Sra. Misae Suzuki, disse que ela preferia o tchawan-mushi mais firme, com apenas 100 ml de caldo para cada ovo, embora haja quem faça até com o dobro desse volume.

Fico devendo a foto.

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6 Responses to Chawan-mushi

  1. LuMa diz:

    Eu sou mesmo uma masoquista. Entrando aquí, sei que vou sofrer e passar o dia só pensando em qdo é que vou comer o que vc publica(rs, mas o mouse se move sozinho pra dar uma espiadinha por aquí. Chawan-mushi é bom demais, não? Para o friozinho que está fazendo aí, tá ideal.

    Lendo os seus posts, me vem em mente algumas verduras ou ingredientes que o voraz mercado de consumo acabou por ignorá-los ou para ajustar-se ao paladar de massa. Não sei se vc se lembra de “udo”, um broto de uma planta cujo sabor era de forte impacto, mas feito um sumissô, ficava uma delícia! Até o “myôga” andou sumindo, não é mesmo? São alimentos cujo patrimônio biológico e genético não deveria ser esquecido. Ou, ao menos constar em algum banco de dados. É uma pena.
    Abraços!

    • Marisa Ono diz:

      O miyoga eu via em determinada época do ano na feira em Londrina. O udo eu só fui conhecer no Japão. Conversei com a mãe a respeito (ela entende bem mais sobre cultivo de plantas) e ela disse que o udo, para crescer bem, precisa de muita sombra, o que exigiria uma estufa ou uma caverna.
      Se por um lado algumas espécies somem do mercado, muitas outras vieram. Há duas décadas quase não havia cultivo de cogumelos no Brasil e era difícil acha-los frescos. Agora, com a onda foodie, tem muita gente tentando resgatar sabores e é bem possível que muita coisa volte a aparecer. Comida, além de ser sujeita ao mercado,também sofre com a moda…

  2. Ceiça diz:

    Marisa, nem acreditei quando vi publicada a receita de tchawan-mushi.Obrigada por ter lembrado. Ah! fiz o aperitivo de acelga e ficou maravilhoso.
    Beijos e bom domingo!

  3. Thaís Mitiko diz:

    Marisa,

    meu nome é Mitiko e queria agradecer em nome de minha mãe (a Ceiça desse chawan-mushi!) por todas as receitas e sonhos de delícia de que você a alimentou.
    Faz um ano que ela morreu, mas queria que você soubesse que sua companhia foi fundamental para mantê-la viva e feliz.
    Domo arigatô.

    • Marisa Ono diz:

      Puxa, Thaís, lamento pela sua mãe. Mas, por outro lado, confesso, sinto-me recompensada em saber que fiz parte das pequenas alegrias diárias de alguém.

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