Hoje almocei pela primeira vez no Ban. Já tinha estado lá, mas foi na inauguração e a história era outra. Foi um bom momento para conhecer o lugar, encontrar amigos. Depois de umas comprinhas de emergência (estava sem shoyu em casa), fomos almoçar. Chegamos lá antes do meio-dia. Prefiro almoçar cedo do que enfrentar filas, lugares lotados. Principalmente na Liberdade. O Ban ainda estava tranquilo. Vi o chef Haraguchi lá na cozinha.
Eu pedi um Buta Shioga-yaki (porco com molho de gengibre). Minha mãe escolheu o Tonkatsu (porco empanado) acima.
Tem gente que acha graça quando eu digo que o simples é o mais difícil. E de que eu prezo muito o básico. Tomo como exemplo o misoshiru. Essa sopa que está presente em todas as refeições japonesas é composta de caldo, e miso (pasta de soja). Geralmente acrescenta-se cebolinha ou alga wakame ou um pouco de tofu. Parece simples mas se o caldo não for bom, já é sinal de desastre à vista. O miso também tem que ser saboroso. Não pode ser fervido, o sabor se altera. A perfeição está em pequenos detalhes. E eu digo: ainda é raro tomar um misoshiru realmente bom em São Paulo.
Ou melhor, era. Confesso que fiquei surpresa com o misoshiru do Ban. Era com mariscos. Não estava salgado demais, o miso era do tipo branco, sem cheiro de maresia nem de mofo. Até brinquei com minha mãe, dizendo que melhor que aquele, só em casa.
O meu buta shioga-yaki veio com um molho bem espesso, doce e um pouco ácido, diferente do que eu estou acostumada. Diferente, mas gostoso. No prato, uma porção grande de refogado de repolho, cebola, cenoura, broto de feijão e vagem. E ainda tinha uma salada e uma porção gostosa de arroz e conserva de pepino e de nabo.
Eu não nego, como bem mas tive que deixar coisa no prato. Afinal, só tenho 1,62m, não tenho tanto espaço interno assim. Dei uma mordida no tonkatsu da minha mãe. Crocante mas não daquela crocancia que machuca o céu da boca. Por dentro, o porco estava muito macio sem ser seco.
Saí de lá quadrada. Comi demais. A conta (com dois refrigerantes e uma água) ficou em R$41,50 por pessoa. Além dos teishokus, também tem udon, soba, kare, teppan-yakis e sushis. Da próxima vez creio que irei experimentar o udon. Quem faz uma sopa tão boa deve de fazer um caldo de udon bom.
Esclarecendo: não conheço o chef Haraguchi nem a esposa dele, D. Margarida. Nunca fui ao izakaya Issa. O restaurante fica na R. Thomaz Gonzaga, 20, Liberdade.