Minha mãe ainda não conhecia o almoço do Aizomê. Aliás, confesso, tirar nós duas de casa à noite está ficando cada vez mais difícil. Deve ser a idade. A Telma nos mostrou as novidades que tem servido lá. Um é o kinugoshi dofu, um tofu que tem uma textura de flan, chatinho de ser feito (o leite de soja tem que ser mais denso que o do tofu coado, se for aquecido demais talha, a quantidade de nigari tem que ser precisa). Complica mais ainda porque não temos um padrão para a soja. Sim, existe uma soja que é mais indicada para o preparo de tofu, outra para o natto e por aí vai.
Veio acompanhado de um sal de yuzu e um molho à base de shoyu.
Tempura de cogumelos, folhas de crisântemo e de flor de abobrinha, acompanhados de um sal com shisô vermelho.
O prato de sashimis estava ótimo. Destaque para o robalo com molho de umê e ando gostando demais de carapau. E sabiam que quando temos sardinhas frescas na feira geralmente significa que há olhete (hamachi) fresco? Eles seguem os cardumes de sardinha. Sei disso porque uma vez fui pescar hamachi. Eu não pesquei nada, sou péssima nisso, mas minha mãe conseguiu fisgar um. Depois de adulto ele muda de hábitos e não é encontrado mais em cardumes.
Sashimi de peixe serra com molho de gergelim e wakame.
O yosenabe era um festival de frutos do mar em um caldo rico de missô: marisco branco, king crab, robalo… Um prato que aquece, é reconfortante. A esta altura do campeonato, eu estava explodindo. Reconheço que é um prato que faço muito raramente em casa, por conta da variedade necessária. No Japão vendiam bandejas com pedaços de peixes, camarões, etc em porções para uma, duas ou mais pessoas. Por aqui é difícil comprar peixe em postas.
Minha mãe comeu wagyu com ponzu e vegetais. Eu roubei umas fatias do prato dela. A carne é tão macia e saborosa! Berinjela assada, aspargos, cenoura e cogumelos acompanhavam. Ela não dispensou o arroz, claro. Mas não aguentou a sobremesa.
E a sobremesa era sorvete de matcha com chocolate (que é uma combinação que gosto demais), baunilha com pasta de favas (shiro-an) e gengibre com kinkan e sembei (que eu gostei muito, gosto de quase tudo que tenha gengibre). Ela também está testando um sorvete com missô (!). Nunca fiz algo parecido, só experimentei missô em doces assados. Apesar de muita gente só consumir missô na sopa (misoshiru) ele também vai em receitas de bolinhos (manju), biscoitos (sembei) e bolos, que podem ser assados ou feitos no vapor.
O Aizomê é bem tranquilo durante o almoço. Tem tanto opções de massas (men) para quem prefere uma refeição bem leve, quanto sushis e sashimis feitos com o que têm de mais fresco. E eles têm estacionamento.
Voltei para casa com nigari japonês para fazer umas experiências e sementes. A mãe voltou cochilando na viagem. Foi um dia bom.
Amei o texto! Mas, fiquei com uma curiosidade… Quanto foi a conta?
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Heloisa, foi uma troca de gentilezas. Tenho uma relação com a Telma e o Shinya e costumo levar umas coisas da horta, algumas verduras que não se costuma encontrar nas feiras. Essa semana, por exemplo, ele levou cebolinha e crisântemo comestível para o Sukiyaki do Bem, que é um jantar beneficente.
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