É, eu não escrevo muito sobre bebidas. E não é porque eu não bebo. Hoje bebo muito raramente, geralmente em casa. Não sei nada sobre degustação, seja de vinho, sakes, cerveja, café, cachaça. Sei um bocado sobre ficar alcoolizada, mas acho que isso quase todo mundo sabe. Portanto, a noite de ontem foi atípica. Estava no Aizomê para um degustação de sakes em um jantar.
Da esquerda para a direita, os sakes da noite, da Adega de Sake: Hiraku Junmai Daiguinjo, Kamotsuru Daiguinjo, Kamotsuru Karakuchi, Aihara Junmai Guinjo, Hiraku Tokubetsu Nigorizake.
O primeiro prato foi lula grelhada com sua tinta, com uma salada com chips de raiz de lótus e beterraba. Eu tinha um certo receio quanto à tinta de lula, sempre achei que tinha um cheiro forte, mas não foi o caso. A lula estava macia e a salada tinha um pouco de acidez que contrastava e estimulava o apetite.
O segundo prato foi berinjela e ostra empanados com creme de batata trufado. A delicada ostra com a crosta crocante, a berinjela adocicada e o creme de batata muito liso, foi de arrancar suspiros.
O prato de sushis e sashimis feitos pelo Mauro Ikeda.
Onigiri com unagui (enguia). A maioria dos participantes (se não todos) adoram unagui, foi um prato muito esperado e apreciado.
Cordeiro marinado em shoyu e sake com molho com um toque de yuzu (uma fruta cítrica japonesa) estava tenro, delicioso. O molho vestiu a carne sem mascarar o sabor.
Como eu optei por não comer o prato de massa (udon ou soba), recebi o camarão empanado com maionese picante, prato que já comi lá e que gosto muito.
Bem, na verdade eu não deveria ter comido a sobremesa, mas não resisti ao suflê de chocolate com molho de wasabi.
E a graça foi provar o prato e bebericar um pouco desde ou daquele sake e ver qual combinava melhor. Isso enquanto conversávamos, o Alexandre Iida explicando detalhes da produção de sakes e tirando dúvidas. A conversa fluiu, diverti-me muito, conhecia alguns participantes, então o clima foi de uma confraternização.
Bem, creio que querem saber qual o sake eu gostei mais, não? Eu acompanharia o jantar todo com o Kamotsuru Karakuchi. Não é tão frutado quanto o Kamotsuru Daiguinjo, nem tão ácido quanto o Hiraku Junmai. É seco, senti algo de marinho nele. Gosto dos sakes frutados mas prefiro bebê-los sozinhos, naquele momento de relaxamento. Acima, detalhe das flores de cerejeira feitas em ouro, que vieram dentro da garrafa de sake Kamotsuru Daiguinjo. Sinal de boa sorte? Bem, não, não vieram no meu copo…
Ficou com vontade? Acompanhem as novidades do site da Adega de Sake. Sexta-feira tem outra degustação de sakes, com outra seleção e no dia 21, da Suntory Whisky.
O Aizomê fica na alameda Fernão Cardin 39 e o site deles é este aqui:
As degustações acontecem em uma sala reservada, no andar superior do restaurante. Abre para almoço e janta de segunda à sexta, aos sábados apenas jantar. Folga aos domingos.