Já disse em algum post, mas vale repetir. A diferença entre uma cozinha doméstica ou amadora e uma profissional, para mim, está naquele algo a mais. Esse algo a mais, claro, vai além da apresentação bonita. Está em uma técnica bem empregada, no equilíbrio, numa criação que junta ingredientes que à primeira vez não vão combinar. Esse algo que leva um prato conhecido a um outro patamar ou nos apresenta algo completamente novo.
A primeira surpresa foram as placas de polvilho, que lembravam um mandiopã gigante, ótimo para ir petiscando.
De entrada, uma caipirinha esférica que explode na boca, um mexilhão macio marinado no vinagre de jerez com uma raspadinha de uva e ostra fresca envolta em pepino.
O prato que mais me surpreendeu foi o ceviche de caju. Não sou uma grande fã da fruta e fiquei surpresa ao perceber que tem uma textura que lembra um pouco o peixe e que o aroma dele combina com todos os ingredientes do ceviche. O prato tinha sabores contrastantes, textura, aromas.
O coca, pão chato de origem catalã, veio com berinjela assada cebolas, pimentão, carapau marinado e romã. O pão estava crocante mas macio, a berinjela tinha o aroma defumado, o carapau estava saboroso. Texturas, aromas, a berinjela suavizando a acidez, espetacular, tanto no sabor quanto no visual.
O nhoque de mandioquinha e araruta, servido com dashi de bonito e tucupi é de uma simplicidade bem pensada. O umami do dashi e a acidez do tucupi nos fazem salivar, estimulando ainda mais os sentidos, preparando para o que vem a seguir.
A moqueca mais leve que já provei. O cherne servido com um molho mais leve, onde os sabores da moqueca estão lá: coco, cebola, pimentão, coentro, tudo em equilíbrio, com um aroma tão bom, tão agradável.
O arroz bomba com tinta de lula e lulas em diferentes texturas é novidade do cardápio.
A feijoada mais leve do mundo. O caldo grosso veio em esferas. No prato estavam a farofa, a couve, a laranja, as carnes. Em um cubinho estavam o sabor das carnes, junto com a gelatina, a untuosidade do prato. Um prato que mexeu com o conceito que tenho de feijoada. E estava gostoso.
Outra novidade do cardápio é a barriga de porco cozida por 12 horas com repolho roxo e jabuticaba. O porco estava macio mas não havia se transformado em patê. O sabor do alho na carne me remeteu aos assados caseiros. A doçura da jabuticaba com o repolho me pareceu uma combinação mais comum no sul do Brasil.
A versão da sobremesa Rei Alberto dela é leve, não muito doce. Nem mesmo a geléia de ameixa é doce demais. Arrematou a refeição com diferentes sabores e texturas sem pesar.
Foi uma refeição para ficar na memória. Um aprendizado também, de sabores, sensações.
Obrigada, Helena Rizzo, por ter me proporcionado tal experiência.
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Hummmm, tudo parece delivioso. A placa de polvilho é assada ou frita? Uma vez fiz com receita da Neka, na hora, achei que era muito óleo, o que se confirmou ao assar. Ficou uma porcaria. Voce tem uma receita da placa? Ontem à noite, eu e meu marido estávamos assistindo um filme. O friozinho me convidou a fazer um chazinho de maçã , o que chamou uma pipoquinha tb . Pura gulodice, não era fome. Fiz então um pouquinho e lembrei de uns saquinhos de pipoca remanescentes de festa junina. Geralmente comemos pipoca de baciada. Pq será que é tão gostoso comer pipoca em saquinho? Lembranças da infancia? Sou tarada por pipoca, mas não a americana. Moro em Campinas e qdo vou a Franca, compro aquela pipoca caipira, que não tem gosto de isopor. Vc sente o adocicado do milho. Vc sabe alguma coisa interessante sobre piipoca? Adoro suas publicações! Lance um livro! Beijos
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