Sim, eu sei que muita gente se horroriza com molho branco feito com amido de milho. Dirão que o correto é usar uma mistura de farinha e manteiga. Mas como eu adoro uma polêmica, vamos lá: Tenho um livreto de receitas com a data de 6 de julho de 1949. Claro que a data é questionável, mas o livreto com certeza é muito velho, por conta do desgaste do papel e pela grafia.

E entre tantas pérolas da culinária, encontro uma receita de molho branco feito com amido de milho:

E não é só de “môlho branco”, também tem um “crême inglês” e um “substituto para natas batidas”.
Bem, acreditando que o livro tenha realmente 71 anos ou mais, não seria o caso de aceitar o molho branco feito com amido de milho como parte da nossa tradição culinária? É algo para se pensar.

Eu tenho uma teoria: quando a Maizena foi lançada no Brasil, as caixinhas vinham com receitas, para divulgar e incentivar o uso do produto, substituindo ovos, araruta, polvilho e farinha de trigo. Fui eu que ensinei a todas as minhas amigas e primas que molho branco se faz com farinha de trigo. Todas usavam Maizena. O resultado foi que muitas receitas tradicionais foram deturpadas, de forma quase tão brutal quanto o que é feito hoje com o leite condensado.
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A questão que levanto não é o fato do livreto ser produzido pela Maizena. A questão é que algo que é de uso há mais de meio século não seria uma tradição, assim como o brigadeiro, o arroz de forno e outros tantos pratos e preparados.
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Este molho é ótimo para quem não pode consumir o trigo ou o glúten.
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