LP pescou do fundo da mochila uma fava preta e disse para eu cheirar. Imediatamente reconheci o cheiro do fumo para cachimbo de um ex-colega de trabalho. É uma mistura de chocolate, amêndoas e um tico de cravo. O curioso é que não me lembro mais do nome desse senhor. Isso foi há algum tempo. No outro dia ele se lembrou de perguntar se havia cumaru em uma loja de ervas medicinais. Comprei o pacotinho com vinte e tantas sementes.
A Neide Rigo já tinha falado dela, mas eu ainda não conhecia. Bem, bom, tem aroma bem doce, lá fora usam para aromatizar fumos, perfumes e até mesmo chocolates,mas chamam de Tonka Bean. Como ia presentear uns amigos, arregacei as mangas e fui fazer um biscoito de preguiçosa. A massa foi enrolada como um pão comprido e levemente achatado e assado. Cortei diagonalmente com uma faca bem afiada, depois de frio e passei em uma calda açucarada de chocolate. Quem comeu, achou que o aroma vinha do chocolate.
Para quem resolver testar o cumaru, um aviso: se for usa-la ralada, misturada à massa, use pequenas quantidades. Ela é amarga. Enfiei as outras sementes em um pote fechado, com açúcar, como se faz com fava de baunilha. Vamos ver se pega o cheiro e dispenso o sabor amargo.
A receita nem é nova. É a mesma receita das Bolachas de Melado e Malte, só que sem especiarias e com umas amêndoas inteiras.
100 gramas de manteiga
1 xícara de açúcar cristal
2 colheres de sopa de extrato de malte (comprei na Central do Sabor, na Paula Souza)
2 ovos
1/2 xícara de melado
1/2 xícara de água
1/2 cumaru ralado fino
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de fermento em pó
Farinha de trigo
Bata a manteiga com o açúcar até formar um creme. Adicione os ovos, um a um, batendo a cada adição. Junte o melado e o extrato de malte e misture.
Dissolva o bicarbonato na água e adicione à mistura. Junte os demais ingredientes. Misture e junte farinha o suficiente para formar uma massa macia.
Deixe descansar na geladeira, coberto, por duas horas.
Misture amêndoas inteiras e divida a massa em 2 ou mais porções (conforme o tamanho de seu forno). Enrole em rolos compridos e não muito grossos, levemente achatados. A massa cresce bastante, portanto, não exagere. Leve para assar em forno médio, até corar embaixo. Espere esfriar para cortar com uma faca bem afiada. Passe uma das pontas na calda e deixe secar.
Glacê:
1 1/2 xícara de açúcar
1/4 xícara de Karo
2 colheres de manteiga
1/2 xícara de água
180 gramas de chocolate picado
Leve o açúcar, o Karo, a água e a manteiga ao fogo. Deixe ferver e abaixe o fogo. Cozinhe por 2 minutos. Retire do fogo, adicione o chocolate picado e mexa. Se o glacê ficar consistente demais, adicione uma colher de água por vez, retorne ao fogo baixo e misture bem. Banhe os doces. Se necessário, reaqueça o glacê em fogo baixo, porque ele engrossa conforme esfria. Deixe os doces banhados secarem sobre uma bandeja ou grade antes de embalar.
Que interessante essa fruta… Naturalmente eu não conhecia, e fui imediatamente ver meu livro “Frutas do Brasil”, de Helena Tassara e fotos de Silvestre Silva, e nem lá eu encontrei. Só de frutas amazônicas os chefs brasileiros terão um século de margem para pô-las à nossa boca,rs. Abraços.
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