Sinto, creio que jamais escreverei posts com receitas para o Carnaval. O fato é que não gosto de Carnaval, apesar de carioca, apesar de ter-me criado ao lado do Bafo-de-Onça, tradicional bloco do bairro do Catumbi.
Do Bafo-de-Onça ainda guardo uma lembrança curiosa. Levaram-me para assistir a um ensaio ou coisa que o valha. Tinha quatro anos. Lembro bem que na entrada haviam pintando uma cabeça de onça imensa, boca aberta como que dando um urro. Logo disparei: essa onça está errada. Se está rugindo, ela tinha que estar com os olhos apertados, testa franzida e orelha para trás. E assim continuei a vida, não entendendo nada de samba mas sabendo um pouco sobre felinos e com fama de esquisita.
Uma das poucas coisas que me alegra no Carnaval é saber que terei uvas Santa Izabel. Faço festa com essas uvinhas pretas, docinhas, miúdas. Elas logo somem das bancas de feira, a safra é curta. Há quem faça suco, geléia (a Li da Casa da Li fez tortinhas com geléia dessa uva outro dia). Eu só quero a uva em si.
Essas comprei na estrada, na região entre Ibiúna-Piedade-São Roque. Nesta época do ano sempre tem barraquinhas, carros, caminhões vendendo frutas. Eu adoro ver coisas nas estradas, nem sempre é de boa qualidade, mas sinto que alguém está produzindo, tem gente trabalhando. Paguei R$20,00 a caixa com cerca de 4 kg de uvas. Mas não é preciso fazer uma viagem para comprar uvas. Há nas feiras, longe das batucadas de samba.
Essas uvas sao as melhores! Eu faco uma massa de pao de lo (para cada ovo, 1 colher de sopa de acucar e 1 colher de sopa de farinha, claras em neve) e jogo as uvas dentro. Fica delicioso!
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Parece que fazem cuca com essas uvas no sul do país. Eu ainda não inventei nada com elas…
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