Satsuma-imo Kibi Dango (Dango de Milhete com Batata-Doce)

Não pude falar sobre o milhete, kibi, kibi mochi para o Paladar. Não encontrei esse grão em lugar algum. Não tanto pelo sabor mas pela importância cultural, histórica dele. Hoje é pouco consumido no Japão. Eventualmente ainda se mistura o kibi com cevadinha e outros grãos e cozinha-se junto com o arroz. Ou faz-se uma massinha chamada “kibi dango”. Vale lembrar que nem sempre o arroz, sobretudo o arroz para mochi (mochi-gome) foi acessível para boa parte da população japonesa. O milhete era cozido e pilado até formar uma massa parecida com o mochi. Aliás, não só o milhete. Faz-se coisa parecida com farinha de trigo sarraceno, com amido de batata-doce, batata-doce cozida, amido de kudzu.

Encontrei o milhete na mercearia Gordo Wu (Conselheiro Furtado, 119, Liberdade) por 12 reais.

No verso, informações em inglês.

Para fazer essa versão de dango, com batata-doce, usei:

80 gramas de milhete, kibi, kibi mochi

150 gramas de batata-doce descascada e cortada em rodelas grossas

2 colheres de sopa de açúcar (ou mais, se preferir)

1 pitada de sal

Gergelim preto torrado (aqueça em uma frigideira limpa e seca, mexendo até começar a pipocar e ter um gosto tostado; retire imediatamente do fogo e vire em um prato para que interrompa a torra, senão amarga)

Kinako (farinha de soja torrada, compra-se pronto em lojas de produtos naturais; tem um gosto que lembra amendoim torrado)

Lave o milhete e deixe de molho por uma hora. Cozinhe com pouca água. Fique de olho, para que cozinhe sem queimar mas sem água em excesso.

Também cozinhe a batata-doce.

Ainda quente, amasse o milhete. Eu uso um suribachi, que é um pilão de cerâmica. As ranhuras das paredes facilitam o trabalho de triturar (mas não tanto).

Junte a batata-doce também quente e amasse. Não vai ficar uma massa tão lisa quanto a do mochi. Adicione açúcar e misture bem. Se ficar muito dura, adicione um pouco de água quente (uma colher de sopa por vez). Deve ficar uma massa fácil de modelar.

Com as mãos levemente úmidas, enrole os bolinhos e passe pelo gergelim torrado ou pela farinha de soja (adicionei um pouco de açúcar ao kinako).

Sirva com chá, no lanche.

Não é exatamente delicioso. É gostoso para quem gosta da textura macia, levemente pegajosa e, claro, para os fãs da batata-doce. Publiquei principalmente para que conhecessem essa parte da cozinha japonesa, mais antiga, digamos, mais pobre, fora das datas festivas.

 

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5 Responses to Satsuma-imo Kibi Dango (Dango de Milhete com Batata-Doce)

  1. Gilda diz:

    Acabei de ver esta postagem e estou feliz por você encontrado o milhete, dado o endereço da loja, feito o doce e postado a receita. E também porque ainda tenho um pouquinho do meu milhete para tentar fazer o dango. Até hoje gostei muito de todos os doces japoneses que experimentei e a gente já começa apreciando pela beleza deles, mesmo os mais simples. Sempre que vou a São Paulo é na correria e acho que não encontraria sozinha esta loja. Valeu!

  2. Nice diz:

    hahaha oi Ma, seguiu minha recomendacao e foi no Gordo Wu? rs Bjus

    • Marisa Ono diz:

      Pois é, Nice, lá tem muita coisa que não encontro na Galvão Bueno e praça da Liberdade. É confuso, apertado mas são mais de 300 itens. E acho que é “o lugar”, pela quantidade de chineses que compram lá…

  3. Fabrício Silva diz:

    Obrigado Marisa!!!!
    Vou procurar tais ingredientes para fazer!!!
    Fico muito grato por atender meu pedido!!!

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