Fui no sábado no box das Frutas Exóticas Luma. Conheço o Airton, precisava levar umas coisas para ele. Ele me mostrou um monte de frutas que não são nativas. Muitas já são produzidas aqui, outras não. Acima, rambutan, conhecida como lichia da Malásia. As primeiras que comi eram indonesianas, isso foi há muito tempo. Brinco chamando de lichia cabeluda. É mais cheirosa que a lichia, tem um pouco de acidez que equilibra a doçura.
Tenho cruá (fruta-mortadela, jamelão) aqui em casa, mas não conhecia desse tipo comprido.
Tamarindo também já é produzido aqui no Brasil.
Mangontin estão vindo da Bahia. São deliciosas. Lembro de meu pai descrever essa fruta com riqueza de detalhes, creio que ele provou na viagem de vinda ao Brasil, feita de navio. Ou talvez tenha ganho de algum marujo no porto do Rio, teve uma oficina mecânica lá.
A casca é grossa, mas não é dura, nada que uma faca pequena não dê conta. A polpa é alva, doce e suculenta.
O maracujá colombiano “é uma fruta espetacular” – disse-me o Airton. De casca lisa, com pintas e mais fina, tem mais ou menos o tamanho do maracujá comum. No entanto, é muito, muito doce, com aroma mais suave e sem acidez alguma.
É bem diferente do nosso maracujá, que tem uma certa acidez e um aroma mais forte.
Decopom vem de Pilar do Sul. Não tem sementes. Dizem que é melhor deixar ela murchar um pouco antes de consumir.
Dos importados, tinha um abacate californiano, um pouco maior que o avocado mexicano.
Mãe ganhou uma cidra, fruta que ela considera “linda” por conta das imperfeições. Vai virar doce. Também tinha kiwano (a foto ficou ruim), jatobá, macadâmias, physalis, melão andino, tamarillo, figo-da-índia, abiu, carambolas e grapefruit.
Além de figos roxos.
E alguém vai reclamar: faz mais ou menos uma semana que não posto uma receita. Hoje tem. Fiz com os figos um doce. Geralmente faço com figos verdes, mas resolvi experimentar fazer um com figos maduros, usando uma técnica parecida com a que uso para fazer compota de morango.
Lave os figos e escorra bem. Faça um corte em cruz no “fundo” de cada um, mas não muito profundo. Algo com um centímetro ou dois de profundidade. Pese.
Use o mesmo peso em açúcar para fazer o doce. Despeje uma porção generosa de açúcar no fundo de uma panela. Acomode os figos dentro dela. Para caber mais, deixei todos com o cabo para cima. Creio que é melhor usar uma panela grande, que caiba todos os figos de uma vez só. Despeje o resto do açúcar por cima e tampe. Deixe uma noite assim. O açúcar vai provocar uma desidratação do figo. No dia seguinte você vai perceber o quanto o açúcar está úmido.
Leve ao fogo até ferver. Abaixe o fogo e vá tirando a espuma que se forma na superfície com uma concha pequena. Cozinhe até a calda engrossar bem. Evite mexer no doce. Deixe esfriar.
Fica ótimo com queijo. O figo fica com uma textura meio pegajosa, como uma jujuba, com um perfume delicado. Talvez eu devesse ter aromatizado com cravo ou canela. Não sei quanto tempo vai durar. A calda eu estou pensando em servir com um manjar ou flan…
A Frutas Luma fica no Ceagesp, para quem entra no portão 4 da Gastão Vidigal é à direita, no que eles chamam de “praça”, uma área grande fechada e coberta. É melhor ir durante a semana, no sábado só ficam até as 11 horas e muita coisa já está na geladeira.
O site deles é este: