Tem gente que gosta de fazer pão. Eu, por exemplo. A Neide Rigo. A Nina Mori. E o Luiz Américo Camargo.
Porquê?
O prazer de amassar, dar forma, ver crescer talvez justifique. O aroma de pão assando, a crosta crocante do pão quente, o sabor dele fresco também. Mas isso pode ser conseguido com um fermento industrializado.
Fermento natural. Porquê?
Para uns, pelo sabor diferente. Pela textura mais firme. Pelo aroma cheio de personalidade. Mas também o fracasso está no caminho. Nem sempre o fermento funciona, o cheiro fica estranho, trabalho jogado fora. Frustração.
Então porquê?
Não sei quanto aos outros, só posso dizer sobre mim. Porque eu preciso saber. Eu preciso saber os passos para fazer surgir um fermento. Que cheiro tem um fermento bom ou ruim. Quanto tempo leva para um pão crescer. Mais um pouco? Demais ele desaba. Que farinha? Mais água num dia seco? Quanto? E também o prazer de fazer algo com as minhas próprias mãos, do zero. Para quem já me acompanha sabe gosto de pesquisar e fazer coisas que muitos deixaram de fazer em casa, como misos, shoyu, vinagres.
Perdi a conta dos fermentos que criei, que perdi, que matei. Mas sabe? Não lamento. Tenho dois que gosto e estão bem vivos. E o próximo vai ser melhor.
Estou aprendendo a lidar com outro fermento, o que o Luiz Américo ensina. Está meio desanimado porque tirei da geladeira para a foto. O livro, quase comprei. Numa livraria disseram-me que não havia em estoque e sugeriram que eu comprasse através do site. Acabei ganhando e com dedicatória.
Para quem também quer saber os comos e porquês da fermentação natural, o livro é ótimo. E também pelo fato de ser bem escrito, a leitura é gostosa.
Eu amo fazer pães também… além de tudo o que já citou acima, posso dizer que é terapêutico! Sovar a massa, esperar crescer, o cheirinho do pão assando e depois esfriando na grade, enquanto se ouve uma música, que coisa boa!
Ainda não criei meu fermento, mas logo farei. E seu pão sem sovar é o maior sucesso aqui em casa, obrigada por compartilhar suas receitas!
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Marisa,
Somos todos meio malucos, na verdade (e que bom se a doideira do mundo fosse só essa). Obrigado pela menção ao livro, e boa sorte com as experiências!
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