“B-kyu Gourmet”: O Lado “B” da Gastronomia Japonesa

O Japão é conhecido por ter centenas de estrelas no Guia Michelin, com Tokyo sendo considerado o melhor destino gastronômico do planeta, segundo os críticos, há um outro lado, também delicioso e menos conhecido da gastronomia japonesa.

Lá chamam de “B-kyu gurumê”, algo como gourmet de classe B. Aqui talvez seria chamado de “baixa gastronomia”, que é um termo que não gosto. São pratos baratos, populares e saborosos. Alguns são conhecidos nossos, como o yakisoba, o lamen, o karê (curry). Também são “B-kyu” domburis (tigelas de arroz cobertas com os mais variados itens), espetinhos, comida de rua, petiscos diversos.

Mas vamos deixar claro que não é todo yakisoba que é considerado “B-kyu”. Geralmente são aqueles que se destacam da média, por algum motivo. O público é um grande crítico. Geralmente as casas “B-kyu” têm filas enormes. Acho importante esclarecer que o povo japonês tem um a relação diferente com a comida que nós. Quase toda cidade tem seu prato típico ou item. Muitos estão dispostos a viajar para comer enguia, morangos, trutas, vieiras ou tomar chá. E é bem comum um colega de trabalho discutir apaixonadamente sobre o melhor sorvete da cidade.

Obviamente, existem blogs, revistas especializadas, programas de TV falando sobre isso.

Ando lendo sobre isso, mais pelo lado do que é a cozinha contemporânea japonesa. É interessante ver a evolução da cozinha, em alguns casos, misturando dois pratos, sem preconceitos de origem. Volto a escrever sobre isso em breve.

 

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Niku Yasai Itame (Refogado de Carne e Verduras) E Uma Dica

Refogar carne e verduras não tem segredo nenhum, é só colocar tudo em uma frigideira e… Bem, tem sim. Ou melhor, com umas dicas, o refogadinho sempre vai ficar muito mais bonito e gostoso.

A primeira dica é refogar as verduras antes, só com um pouco de óleo e sal. Respeite o cozimento de cada item. Cebola e salsão foram para a frigideira primeiro, depois o pimentão amarelo e o repolho, que cozinham rápido. Eu gosto de refogar em fogo alto e deixar que tostem um pouco. Mas sem queimar!

A carne (no caso, barriga de porco fatiada fino) ficou “pegando um gosto” por 20 minutos com um pouco de shoyu, sake e gengibre ralado. O molho de soja vai dar uma cor bonita, além de sabor.

Quando os vegetais estiverem prontos, retire em uma tigela e deixe de lado, perto do fogão. Já voltamos a eles.

Adicione à carne 1 ou 2 colheres de sopa de fécula de batata e misture bem. Ela vai desaparecer em toda carne. Aqueça um pouco de óleo ou banha à frigideira e refogue a carne. A carne vai ficar mais macia se fizer assim. Dizem que o amido retém a umidade da carne e por isso fica mais macia. Confesso que ainda não pesquisei a respeito. O fato é que funciona, tanto com porco quanto com carne bovina e até aves, mas sempre em tiras ou fatias finas.

Quando a carne estiver cozida, volte com os vegetais e tempere. Eu só usei sal, mas poderia ter adicionado um pouco de shoyu, molho de ostras, etc. Mas para aquele dia, sal bastava.

Sirva quente com arroz.

 

 

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Quer Aprender a Fazer Lamen?

Dá para fazer lamen em casa, desde a massa, o caldo, o molho de shoyu e de miso, o porco cozido (chashu), o ovo marinado e diversas “coberturas”.

Quando: dia 27, domingo.

Onde: Aqui em casa, em Ibiúna, próximo ao campo da Yakult.

Valor: 200/pessoa.

Mais informações pelo e-mail marisaono@gmail.com

 

 

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A Polêmica do Shoyu de Milho

Virou o assunto do momento nas redes sociais. Ou pelo menos, entre pessoas que se interessam por cozinha japonesa nas redes sociais.

Eu li o artigo na Revista Pesquisa Fapesp. Nele, comenta-se sobre um trabalho da bióloga Maristela Morais, no qual 70 amostras de molho de soja comercializados no Brasil foram analisados e, para a surpresa de muitos, na média, as amostras continham muito mais milho que soja em sua composição.

Leia a matéria aqui:

http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/04/24/shoyu-produzido-no-brasil-e-feito-a-base-de-milho/

Bem, eu já havia escrito um pouco sobre isto, há muito tempo. Para começar, existem diversas maneiras de produzir molho de soja. No Japão, existe uma normatização que define os diferentes tipos de molhos: de fermentação natural, fermentado mas com controle de temperatura, parte fermentado (e recebe proteína hidrolisada de soja), não fermentado (molho de soja resultado de uma quebra por ação de ácido ou enzimas). Para saber mais, leia aqui:

Molho de Soja É Shoyu?

Bem, então, o que tenho a acrescentar?

Primeiro, que nós não sabemos bem o que estamos consumindo. A legislação aqui no Brasil permite o uso de milho, não especifica limites e também não obriga o fabricante a deixar claro que tipo de processo utiliza. Ou seja, estamos completamente no escuro. Mas até aí nem é um problema. Há quem goste – mesmo – do molho de soja brasileiro. O preço é bem mais baixo que o importado japonês. Até temos uma relação de tradição com o molho de soja com milho. Minha mãe se lembra de minha avó fazer molho de soja com milho torrado durante a Segunda Guerra, quando tudo faltava. Mas…

Pois é, tem um mas.

Li a dissertação da Letícia Rocha Guidi, de 2010,  Amidas Bioativas em Molho de Soja: Validação de Método e Ocorrência. É um texto longo, concordo, com apresentação de método de análise, etc. Mas o que me chamou a atenção nesse trabalho foi a constatação que algumas marcas de molho de soja nacionais apresentaram teores elevados de histamina, tiramina e fenilatinamina, que poderiam provocar intoxicação ao consumidor. Tiramina e fenilatinamina estão relacionadas às crises de enxaqueca, por exemplo. Já a histamina, em casos severos, pode provocar até crises respiratórias (vejam a tabela 4, página 34). Ou seja, alguns fabricantes não estão atentos a detalhes do processo de produção ou estão utilizando matéria-prima de baixa qualidade e entregando um produto que para algumas pessoas, pode ser tóxico (depende muito da sensibilidade de cada indivíduo e do valor ingerido). Os valores encontrados dessas substâncias estão na tabela da página 74. Outro ponto que me chamou a atenção foi o fato de terem detectados altos níveis de putrescina em uma marca (página 73). Putrescina possui um cheiro de podridão, ou seja, não é um aroma desejável em um molho de soja. Não fica claro se essa amina surgiu por contaminação indesejada ou alguma falha no processo. Teria o uso de milho alguma influência? E o processo utilizado? Fermentação natural ou não? As perguntas ficam sem respostas.

Enquanto não surge uma norma para regulamentar o molho de soja e os fabricantes não têm a iniciativa de serem transparentes e explicarem o processo que usam, o jeito é descartar o molho de soja que tiver cheiro ruim e provocar algum mal-estar.

E vamos deixar claro que, segundo as pesquisas, não são todas as marcas que entregam um produto de baixíssima qualidade. Mas não sabemos quais são.

 

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Koji: Do Arroz Aos Fermentados

Quer aprender a fazer arroz maltado (koji)? E a partir dele, fazer miso, shio-koji, shoyu-koji, mirim? E mais importante, entender o que acontece no processo e porquê ?

Não é preciso ter conhecimentos de Química ou culinária. Prometo explicar de maneira bem simples.

E ainda aprender a usar esses ingredientes fantásticos?

Depois, almoço típico japonês, com chá, água, café.

Onde: Aqui em casa, em Ibiúna, próximo ao Haras Setti.

Quando: Dia 6, domingo, das 10 às 16 horas.

Valor: 200/pessoa.

Mais informações pelo e-mail marisaono@gmail.com

 

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Bife Fácil E Perfeito?

Gosta de um bife com uma linda crosta dourada? Claro. E consegue isso em uma frigideira com revestimento anti-aderente? Nem sempre. Eu prefiro bifes não muito finos. No caso, um de contra-filé.

Eu gosto de usar óleo de alho, que já aromatiza, dá sabor. É fácil fazer, é só fritar bastante alho em um bom punhado de óleo, em fogo baixo, até que ele fique bem dourado, mas sem queimar. Esse óleo é bem aromático e pode ser utilizado em muitos outros pratos, sem que fique com um sabor muito forte. É ótimo para aquele amigo que diz que detesta alho.

Basta aquecer um pouco desse óleo de alho na frigideira, colocar o bife e virar a cada 20-30 segundos. Sim, esqueça o que sua mãe disse sobre bifes, eu também ouvi muito sobre só virar o bife uma vez, essas coisas. Vira-lo com frequência forma essa crosta, cozinha por igual, ele fica bem mais suculento. Tempere com sal e pimenta do reino e aproveite. Ah, o ponto fica a seu gosto.

Não, a “descoberta” não é minha, imagine. Há muito tempo Heston Blumenthal já fazia, só foi agora que lembrei da dica.

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Salada de Caqui

Já pensaram em usar caqui na salada? Por aqui não é muito comum, mas no Japão come-se com frequência. Em tirinhas, assim, ou em fatias. Uma colega de trabalho dizia gostar muito do caqui (daquele firme), cortado em gomos, com maionese. Eu gostei muito com acelga em tirinhas e um molho simples, à base de shoyu, vinagre e um pouco de óleo. Aproveitem a safra, o caqui anda bom e barato.

 

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Gyoza, Wantan, Shumai e Bun (Bao)

Quer aprender a fazer pastéis e bolinhos asiáticos? No dia 15 ensino a fazer a massa e recheio de gyoza (na foto), shumai (bolinho de porco e camarão) no vapor, wantan de camarão e os pães no vapor que rendem sanduíches diversos. A aula é “mão na massa”, portanto, os participantes precisam trazer um avental.

Quando: Domingo, dia 15, das 10 às 16 horas

O quê: Aula prática sobre gyoza, shumai, wantan e pão no vapor, seguido de almoço com a produção do dia, com chá, café e sobremesa.

Valor: R$200,00/pessoa

Onde: Aqui em casa, em Ibiúna, próximo ao Haras Setti.

Mais detalhes pelo e-mail marisaono@gmail.com

 

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Better Beef

Encontrei cortes de carne desse frigorífico nos supermercados da região. Este, no caso, foi no Serrano da Raposo Tavares, pouco antes de chegar em Vargem Grande Paulista.

Primeiro que o preço chama a atenção. Está mais barato que a média, nos açougues, que anda em torno de 23 a 25 reais.

No supermercado anunciavam como bife de Angus, embora não conste nada na embalagem nem no site da empresa. No entanto, a carne é muito tenra, apresentando um pouco de marmoreio.

E quando digo tenra, é porque dá para furar a carne com o dedo.

E a carne é saborosa, suculenta e macia. Gostei.

Não conheço a empresa, não tenho vínculo com ela. Só estou publicando porque achei que é um produto bom e que pode ser encontrado a um preço bem atraente. Lá no supermercado havia também capa de filé, fraldinha e picanha.

O site é este:

http://www.betterbeef.com.br/

PS: Recebi um e-mail da empresa, esclarecendo que o gado que trabalham é Nelore não Angus, como anunciado no supermercado. Também me informaram que além da linha comum, possuem a linha Grill (que eu já conhecia, provei o Bife Ancho e também gostei muito), além da Black Maturada (que ainda não conheço).

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Yakimeshi Como Um Profissional

Uma amiga gosta muito de arroz frito e lamenta sempre que o arroz que ela faz não fica parecido com os de restaurante, com os floquinhos de ovos misturados ao arroz soltinho.

Há um tempo eu dei a dica de fazer esse arroz em casa, sem precisar de uma wok ou uma chama forte. É uma receita à prova de erros mas os ovos envolvem o arroz, não formam floquinhos.

A receita é esta:

http://marisaono.com/delicia/2013/09/12/yakimeshi-ou-tchahan-de-kimchee-feito-na-frigideira/

Bem, há outra maneira de fazer mas é preciso ter um pouco mais de cuidado.

O primeiro é o de refogar todos os itens da “mistura” antes. Uso cenoura, vagem, pimentão, ervilha, o que tiver na geladeira. Também uso bacon ou resto de uma carne assada, de vez em quando camarões. Tudo isso tem que ser cozido e temperado. Use um pouco mais de sal do que o de costume e deixe reservado.

O segundo é que a frigideira ter revestimento anti-aderente e estar bem quente. Não precisa ser uma wok, uma frigideira com borda alta já serve.

Coloque um pouco de óleo na frigideira, deixe aquecer até quase começar a soltar fumaça. Despeje 2 ovos. Importante: os ovos não devem ser batidos. Apenas desmanche um pouco as gemas.

Conte 3 segundos. Sim, só 3 segundos. Os ovos vão começar a fritar mas a parte de cima estará crua.

Jogue o arroz (uma porção para 2 pessoas, cerca de 3 xícaras) cozido e ainda quente. Sempre uso o goham, arroz tipo oriental, cozido sem sal e sem óleo. Misture. Parte dos ovos vão grudar no arroz, outra parte vai formar os floquinhos amarelos.

Não mexa demais. Algo como meio minuto e só.

Junte a “mistura” já cozida. Misture um pouco.

Tempere com um fio de molho de soja (shoyu). O shoyu vai dar um cheirinho mais apetitoso e um pouco de cor.

Misture, tempere com um fio de óleo de gergelim e um pouco de cebolinha e sirva. Como tudo já está quente, não vai precisar ficar muito tempo no fogo.

Não mexa demais senão o arroz pode empapar.

E não faça muito de cada vez, uma porção para uma ou duas pessoas de cada vez, para que a frigideira não perca a temperatura.

Se quiser um gostinho especial, use óleo de cebolinha (basta aquecer óleo em fogo baixo com um punhado de cebolinha, até que ela comece a dourar; coe e guarde na geladeira) ou de alho (feito da mesma maneira que a cebolinha) no lugar do óleo comum.

Classifiquei como “Cozinha do Desespero” porque para mim, isso é refeição completa e fica pronta em menos de 20 minutos.

 

 

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