Explicar o título aí acima vai demorar um pouco.
Quem não me conhece ou não acompanha o blog há muito tempo, talvez não saiba que eu frequentei a faculdade de Física na Universidade Estadual de Londrina. Isso foi há muito, muito tempo. No curso haviam aulas de Laboratório de Física.
Basicamente, nesses cursos tínhamos que pegar uma teoria física, montar um experimento, coletar dados, analisa-los, apresentar as estatísticas e as conclusões. Eram experimentos simples, já que o departamento não contava com tantos recursos. Ou seja, tínhamos contato com o que chamam de “método científico”.
Parece fácil, não? Seria bem simples se os equipamentos de medição/aferição fossem precisos e se tivéssemos condições de realizar o experimento diversas vezes para coletar uma quantidade razoável de dados. Nem sempre os dados condiziam com a teoria. E como ninguém estava disposto a contestar uma teoria elaborada, comprovada e aceita há muito, aceitávamos que os dados estavam errados.
Ou melhor, nem todos. Aí começava o trabalho de cozinhar os dados. Escolhíamos os que estavam mais próximos de uma média esperada, substituíamos os que iam a extremos e encaixávamos tudo na teoria. Não, não é uma coisa bonita, é verdade. Mas a ética era discutida em outro curso, o de Filosofia.
E porquê conto isso? Porque vejo que o mundo, no geral, não é muito diferente daquele acanhado laboratório de Física da UEL. Eventualmente cai no meu colo um texto sobre uma experiência que não pôde ser reproduzida, sugerindo fraude nos dados, por exemplo. Afinal, pesquisas custam dinheiro e não é todo mundo que quer admitir que o resultado não bate com uma teoria. Piora quando a pesquisa é patrocinada por uma empresa que gostaria de ter resultados positivos para seus produtos.
E por isso também vejo com um bocado de desconfiança qualquer texto que tenha um título bombástico a respeito de alguma pesquisa. Geralmente me leva a uma interpretação errada de algum trabalho ou um experimento com um método contestável. E, por fim, existem muitos textos circulando nas redes sociais que não têm nenhum respaldo científico. E não são poucos que são escritos por pessoas que não têm nenhuma formação na área. Infelizmente há muita gente que confia muito mais na opinião de uma celebridade da tv do que em um médico, por exemplo.
Aqui vai um link que o Sandro Marques me passou sobre os pontos cruciais que devem ser analisados em um texto científico. Em inglês.
http://www.compoundchem.com/wp-content/uploads/2014/04/Spotting-Bad-Science-v2.png
Maravilhoso, bem assim Marisa.
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Bom dia, Quero minha receita de macarrão do yakissoba c/kansui lembra????Ñ consigo localizar..
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Diulza, eu respondi via Twitter, quando você perguntou. A massa para yakisoba que fiz não levava kansui, só ovos. E é feita no vapor:
http://marisaono.com/delicia/?p=5928
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