Estou explorando opções para cozinhar comida gostosa e mais rápido. Um dos utensílios que ando testando e usando mais é a panela de pressão. Ela deixou de cozinhar apenas feijão e galinha velha. Passei a olha-la com olhos de cientista e joguei fora um bocado de crenças fora. A panela de pressão cozinha a uma temperatura mais alta e ponto. Por isso a comida fica pronta em menos tempo. Só que essa temperatura alta pode queimar alguns aromas e arranca o colágeno da carne (por isso carne de panela na pressão fica fibrosa e não suculenta). A questão é saber usar.
E já aviso que se alguém colocar algum comentário do tipo: “cozinheiro que se preza não usa panela de pressão” será imediatamente classificado com spammer e nunca mais irei ler algo dele. Não é porque eu estou usando panela de pressão, microondas, multiprocessador e outros equipamentos. É porque cozinheiro que se preza cozinha e serve. Se eu tiver que cozinhar em um fogão de duas bocas, ótimo. Se eu tiver que cozinhar em um fogão de indução também. Se só me restar um bico de Bunsen, pode não sair grande coisa mas vai sair. Sou uma cozinheira e não uma pop star para exigir fogões à lenha como quem exige 50 toalhas no camarim.
Bem, voltemos ao nikujaga. Já publiquei uma receita bem tradicional e boa (sim, é bem simples mas é gostosa) há muito tempo aqui:
http://marisaono.com/delicia/?p=151
Então que tal uma receita que fica pronta em bem menos tempo?
É só seguir a receita, reduzindo o dashi para 2 xícaras. Depois de ferver e retirar a espuma, tampe a panela. Deixe pegar pressão e abaixe o fogo. Conte 3 a 4 minutos (depende um pouco da panela; algumas atingem 117°C, outras 120°C). Tire do fogo, coloque a panela sobre a água da torneira (mas não jogue água na válvula, vá jogando água em volta) até esfriar e perder a pressão. Abra. Confira o ponto de cozimento. Se as batatas ainda estiverem um pouco duras, cozinhe mais um pouco, sem a pressão. Adicione ervilhas (ou, no caso, usei edamame), desligue, tampe e deixe descansar por 10 minutos para absorver um pouco o caldo.
Classifico como “Cozinha do Desespero” porque fica pronto em pouco tempo, leva poucos ingredientes e para completar uma refeição basta arroz, misoshiru (hoje em dia tem uns instantâneos muito bons, feitos com misso liofilizado) e talvez uma conserva ou algo que tenha na geladeira.
Concordo com voce, e gosto muito do seu pragmatismo. A minha mãe, em tempos bicudos, chegou a esquentar marmitex em uma latinha com alcool. A comida saía quentinha e com um cheiro que até hoje, não sei descrever, mas que me dá saudades. Enfim, usa-se o que tem, o importante é o resultado, servido com o respeito que se deve.
Abraços.
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Claro que quando se fala em luxo, alta gastronomia, etc, espera-se algo diferente. Mas cozinhar, por si só, não envolve tudo isso. Nem toda refeição tem que ser um evento, um acontecimento.
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