É um pouco difícil de vê-lo nas feiras. Me lembro que, na época que morava no Rio, era um peixe desprezado. O tempo passa, o mundo gira e lá no Japão descubro que ele é muito apreciado. E é delicioso, gosto muito dele empanado (à milanesa, chamam de aji fry). E é barato (encontrei por 6 reais na feira do Ceagesp, nos finais de semana). Notei que algumas não o compram, não conhecem e talvez se perguntem como limpa-lo (algumas peixarias se recusam a limpar peixes pequenos).
Uma das diferenças do carapau em relação à muitos peixes que conhecemos é esse conjunto de escamas no final do corpo, formando um escudo rígido.
Não dá para servi-lo assim, mas não é difícil de tira-lo, basta usar uma faca afiada e tomar cuidado para não tirar mais do que o necessário.
Para os filés, tiro a cabeça fora, a partir da nadadeira lateral.
Tire o filé de um lado. (Ah, a mancha escura não é do peixe, minha câmera está com um defeito, muitas fotos saíram com essa mancha).
Passe a faca rente à espinha e tire o outro filé. Ele também tem uma série de espinhas grandes na parte abdominal, uma faca rente à elas dá conta de tira-las todas.
Feito isso, é só temperar com um pouco de sal e pimenta do reino, passar na farinha de trigo, uma mistura de água e farinha de trigo (como um mingau bem ralo) e panko (farinha de rosca grossa) e fritar.
Ah, sim, há umas espinhas bem pequenas no centro do filé, ao longo do corpo. Podem ser retiradas com uma pinça mas eu não faço. Não me engasgo com elas e não tenho paciência para tanto. Faria isso se fosse comê-lo cru.