Há algum tempo cansei dos pães com fermento natural. A obrigatoriedade de alimentar, mimar para que se mantivessem vivos cansou-me. E também constatei que essas amostras podem ser contaminadas e, depois de algum tempo, desenvolver um cheiro meio estranho, um sabor muito ácido. Enfim, desisti.
Só que a gente muda de idéia. No meu caso, mudei de idéia para mudar a idéia inicial. Em vez de ter uma massa-mãe que precisaria ser alimentada com frequência, será que não poderia ficar só no starter? Por starter, chamo a mistura – que pode ser de maçã, batata, farinha, etc, água, açúcar, etc, que inicia a fermentação. Aquela água turva cheia de bolhas, que depois misturo com farinha, deixo fermentar e que vira a massa-mãe.
Pesquisando aqui e ali topei com uma receita de starter nesta página (em inglês):
http://www.thecookinginn.com/yeast.html
Ótimo, pensei.
Para cada 100 ml de água (não use água de torneira, o cloro pode atrapalhar a fermentação; use água mineral), usei 50 gramas de passas, 25 gramas de açúcar e 5 gramas de extrato de malte (na falta de xarope de malte). Misturei, coloquei em um pote com tampa e deixei na pia. Misturava 2 vezes por dia, sem amassar. Depois de uns 4 ou 5 dias (não me lembro bem), começou a borbulhar, como dá para ver na foto acima. Muitas bolhas!
As passas ficam inchadas, gordas. O aroma é alcóolico, mas a mistura continua docinha. Ela pode ir morar na geladeira, desse ponto em diante. Preferi usar um pote plástico com tampa e todo dia abro para deixar escapar o gás que se forma. Em um vidro, poderia estourar, se fosse bem tampado.
Fiz um pão com esse fermento, ficou gostoso e sem cheiro de azedo. Mas como não tomei medidas, fica para outra vez. Daqui uns dias escrevo mais, explicando como isso vira pão.
PS: Outra receita de fermento natural que talvez interesse é o de água e farinha, que publiquei aqui: http://marisaono.com/delicia/?p=5713
Marisa, me tira uma duvida…as passas podem ser qq uma, ou devem ser organicas? E, após essa fermentação, retira-se da geldeira a qtde necessaria e usa normalmente gelado mesmo ou espera ficar em temperatura ambiente? Obrigada!
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Eu usei passas comuns. Li em algum lugar que usam algum produto nas passas comercializadas, mas perguntei para um parente que era produtor e ele havia garantido que não usa-se absolutamente nada na produção de uvas passas.
Quanto ao resto, ainda vou explicar como se faz a massa-mãe e o pão, na parte 2.
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Oi, Marisa! Que bom que vc mudou de idéia e veio compartilhar conosco esta experiência! Sempre tive curiosidade nestes pães com fermento natural e vou aguardar a segunda parte para tentar me aventurar! Bjss
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Bom dia Marisa já tinha visto vce numa entrevista sobre o alho negro parabens pelo sucesso….por favor vce fez a parte 2 ( como fazer a mssa mãe)….outra pergunta pesquisei muito e não encontrei a receita para fazer a massa do macarrão Soba..vce poderia me ajudar?….de qualquer maneira desejo de coração muita saude, Sucesso e Felicidade para você e as pessoas que ama….Vanderlei
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Vanderlei, fiz algumas experiências com soba, mas não deram certo, não. O macarrão ficou muito quebradiço. Ainda vou pesquisar mais sobre isso e, quem sabe? Talvez eu chegue à uma receita boa. Por enquanto, o negócio é comprar a massa seca.
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Oi Marisa, conheci seu Blog procurando uma receita de cookies.
A partir de então, sempre acesso e recomendo para todos os amigos.
Você está de parabéns! Vi sua imagem pela primeira vez na Ana Maria Braga quando você apresentava o alho negro. Anos após isso te reencontrei aqui e foi muito bom.
Bem, para essa receita o extrato ou xarope de malte é substituível, porque onde moro não tem pra vender…
Obrigada.
Air
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Air, eu tentaria com açúcar comum ou frutose.
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Olá Marisa, você poderia me indicar alguns comerciantes que vendem xarope de malte ou extrato de malte (não diastático) aqui na cidade de São Paulo? Quantidades pequenas, apenas para uso doméstico (1kg/1l). Obrigado!
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Olá, Bob. Infelizmente eu não sei onde encontrar xarope de malte. Não me lembro de ter visto.
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Olá
Marisa, seu blog é magnifíco, parabéns!
Aproveito a oportunidade para postar umas breves linhas de um explêndido
livro sob alimentos, cozinhar e ciência. Fazer pães artesanais de massa azeda em
casa é uma arte, devido ao pouco controle do cozinheiro sobre certos fatores
essenciais para o sucesso do preparo de um pão decente. Entretanto, há uma série
de outros fatores fundamentais para os quais é perfeitamente possível ter
controle: basta saber o que acontece no preparo do pão. Aí é que está o pulo do
gato. A única e verdadeira saída para maximar o controle é poder, tanto quanto
possível, ser capaz de prever o que acontecerá. Para isso é que serve o
conhecimento, não simplesmente como um mero acúmulo de informações e pedantismo.
Deixo bem claro, que não vim aqui dar a única e final palavra sobre o assunto.
Fazer pão com fermento comum já é algo bastante intricado (o que se dirá
então para massas azedas?), cheio de detalhes que poucas pessoas sabem explicar,
mas que num misticismo dissimulado, sabem que as coisas funcionam dessa maneira,
então fazem e repetem. Ora funciona, ora não. No fundo, falta controle
sobre os parâmetros vitais.
Mas quem sou eu para querer ensinar a missa ao pároco? Mantendo a humildade,
apresento alguns detalhes que ajudam bastante no êxito do fermento “natural”. O
livro citado somente dá conta das linhas mestras, não encerra o assunto. Existe
uma enormidade de publicações tratando do tema com bastante profundidade e
seriedade, cabendo nesse espaço de comentários apenas rápidas pinceladas
despretensiosas sobre o tema. Lembremos que uma massa azeda é um ecossistema
composto pelo substrato (farinha, água, etc) mais uma coleção de microorganismos
homofermentativos e heterofermentativos vivendo em simbiose (bactérias e
leveduras). Isso dito, aí vai:
Algumas pessoas aqui já conheciam esses detalhes, outras
não. Isso é só uma pílula de informação, uma gotinha de certeza no oceano da
incerteza. Mas é fato que antes de sair correndo atrás de receitas, as pessoas
deviam pesquisar mais as bases dos fenômenos, as estruturas dos processos. O
tempo para isso é investimento, não um desperdício. É sobre esse aspecto que
estou postando agora. Aprendam e usem seus
conhecimentos.
Um abraço a todos e boa
sorte!
NelsonSP
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Que pena, a diagramação da postagem acima ficou terrível. Aqui poderíamos ter um botão de pré-visualização… Ajudaria muito. :o)
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Esplêndido é com “S”.
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Que interessante!Adorei a dica e pretendo experimentar, mas você poderia me dizer onde conseguir o extrato de malte que você usou na receita? Obrigada!!
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Na época encontrei na Central do Sabor. Não sei se ainda eles têm por lá, não vou lá há um bom tempo.
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