Nashi Uri (Uri-pêra)

Creio que pouca gente conhece essa fruta. Eu mesma não conhecia até pouco tempo. Tudo começou quando uma feirante perguntou para a minha mãe se ela não tinha sementes de nashi-uri. Após alguns telefonemas, as sementes vieram. Dividimos entre conhecidos e este ano colhemos.

Apesar de pequeno, parece-se com melão, tem formato de melão, é docinho e as sementes são bem semelhantes ao melão. Bem, de fato, é da mesma família mas para o japonês, uri é uri e melão é outra coisa. Talvez pelo fato do melão ser mais suculento e o uri é mais crocante, lembrando mais a textura de um pepino.

Pesquisando na internet vi que sob o nome “nashi uri” existem diversos melões, que podem ser brancos, esverdeados ou amarelos como esse. Enquanto verdes eles são firmes.

Quando está maduro costuma rachar, o que faz com que não dure muito.

Este é o pé com frutos. Já está no fim da safra, a planta está perdendo o vigor, daí a aparência um tanto quanto triste.

No entanto, é bem possível que ainda tenha um fruto temporão.

E, por fim, porquê cultivar esse pequeno melão? Bem, é uma outra opção – provavelmente pouco nutritiva, é verdade – e prefiro ter diversidade aqui na horta. Também gosto de pensar que estou preservando uma espécie, há quem sinta falta dela, como a senhora lá da feira. E alguns, como eu, que não conhecia, pode vir a gostar dele. Quem sabe? Um dia talvez volte a ser comum nas hortas, como já foi, há uns 50 anos.

 

 

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Bolo Alemão

Engraçado esse negócio de nomes de bolos, não? Fiquei me perguntando porque esse bolo tem esse nome, em específico. A única explicação é que é similar ao sandkuchen alemão. Tem uma textura firme, é menos aerado e esfarela. As bolhas são bem pequenas e é um bolo mais seco. Ou seja, é um bolo tipo “Pullman” mas sem aditivos esquisitos. Bom com um café com leite, para o lanche. Rendeu duas formas para bolo inglês, daqueles descartáveis de alumínio (porque eu fiz para dar de presente). Excepcionalmente esta receita está em xícaras, é do caderno de receitas de 1900 e alguma coisa.

6 gemas

1 xícara de manteiga

2 xícaras de açúcar

1 xícara de leite

1/2 xícara de amido de milho

3 xícaras de farinha da trigo

1/2 colher de sopa de fermento em pó

Baunilha ou raspas de limão, para aromatizar (opcional)

Bata bem a manteiga com as gemas e o açúcar. Bata até formar um creme bem claro, aerado. Adicione o amido de milho e o leite e misture. Adicione a farinha peneirada com o fermento e bata mais um pouco, até formar uma massa homogênea. Aromatize com baunilha ou raspas de limão, se quiser.

Leve ao forno médio em formas para bolo inglês, untadas e enfarinhadas. Asse até dourar e estar seco no centro. Sirva depois de frio.

PS: o bolo ficou com essa cor clara porque usei gemas de ovos comuns. Se tivesse usado gemas de ovos caipiras teria ficado mais amarelo.

 

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Degustação de Sakes no Aizomê

É, eu não escrevo muito sobre bebidas. E não é porque eu não bebo. Hoje bebo muito raramente, geralmente em casa. Não sei nada sobre degustação, seja de vinho, sakes, cerveja, café, cachaça. Sei um bocado sobre ficar alcoolizada, mas acho que isso quase todo mundo sabe. Portanto, a noite de ontem foi atípica. Estava no Aizomê para um degustação de sakes em um jantar.

Da esquerda para a direita, os sakes da noite, da Adega de Sake: Hiraku Junmai Daiguinjo, Kamotsuru Daiguinjo, Kamotsuru Karakuchi, Aihara Junmai Guinjo, Hiraku Tokubetsu Nigorizake.

O primeiro prato foi lula grelhada com sua tinta, com uma salada com chips de raiz de lótus e beterraba. Eu tinha um certo receio quanto à tinta de lula, sempre achei que tinha um cheiro forte, mas não foi o caso. A lula estava macia e a salada tinha um pouco de acidez que contrastava e estimulava o apetite.

O segundo prato foi berinjela e ostra empanados com creme de batata trufado. A delicada ostra com a crosta crocante, a berinjela adocicada e o creme de batata muito liso, foi de arrancar suspiros.

O prato de sushis e sashimis feitos pelo Mauro Ikeda.

Onigiri com unagui (enguia). A maioria dos participantes (se não todos) adoram unagui, foi um prato muito esperado e apreciado.

Cordeiro marinado em shoyu e sake com molho com um toque de yuzu (uma fruta cítrica japonesa) estava tenro, delicioso. O molho vestiu a carne sem mascarar o sabor.

Como eu optei por não comer o prato de massa (udon ou soba), recebi o camarão empanado com maionese picante, prato que já comi lá e que gosto muito.

Bem, na verdade eu não deveria ter comido a sobremesa, mas não resisti ao suflê de chocolate com molho de wasabi.

E a graça foi provar o prato e bebericar um pouco desde ou daquele sake e ver qual combinava melhor. Isso enquanto conversávamos, o Alexandre Iida explicando detalhes da produção de sakes e tirando dúvidas. A conversa fluiu, diverti-me muito, conhecia alguns participantes, então o clima foi de uma confraternização.

Bem, creio que querem saber qual o sake eu gostei mais, não? Eu acompanharia o jantar todo com o Kamotsuru Karakuchi. Não é tão frutado quanto o Kamotsuru Daiguinjo, nem tão ácido quanto o Hiraku Junmai. É seco, senti algo de marinho nele. Gosto dos sakes frutados mas prefiro bebê-los sozinhos, naquele momento de relaxamento. Acima, detalhe das flores de cerejeira feitas em ouro, que vieram dentro da garrafa de sake Kamotsuru Daiguinjo. Sinal de boa sorte? Bem, não, não vieram no meu copo…

Ficou com vontade? Acompanhem as novidades do site da Adega de Sake. Sexta-feira tem outra degustação de sakes, com outra seleção e no dia 21, da Suntory Whisky.

O Aizomê fica na alameda Fernão Cardin 39 e o site deles é este aqui:

http://www.aizome.com.br/

As degustações acontecem em uma sala reservada, no andar superior do restaurante. Abre para almoço e janta de segunda à sexta, aos sábados apenas jantar. Folga aos domingos.

 

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Nikomi Hambagu (Hamburguer Cozido à Moda Japonesa)

Outro dia é que me dei conta de que ainda não havia publicado uma receita de “hambagu”. O hamburguer por lá é um pouco diferente. Bem, depende. Existem hamburgueres grelhados também. E geralmente os japoneses preferem come-los ao ponto ou mal-passados. O diferente desse é que é cozido. Ou seja, é uma almôndega gigante. A criançada adora. Sempre acompanhado de algum molho – costuma ser à base de ketchup ou demi-glace – e acompanha arroz e vegetais salteados. É bem fácil de fazer e fica muito macio.

Para 2 pessoas:

200 gramas de carne moída gelada. Usei patinho

1/2 cebola média picada

1 a 2 dentes de alho moído

1 pitada de noz moscada, outra de pimenta do reino

1/2 xícara de panko (farinha de rosca grossa, se for usar farinha de rosca fina, use um pouco menos)

1 ovo

2 a 3 colheres de sopa de água fria

Sal à gosto

Refogue o alho e a cebola em um pouco de óleo. Deixe esfriar.

Misture o ovo, o panko, a água, a noz-moscada e a pimenta do reino.

Adicione a carne moída gelada. Sove e bata a massa, até dar liga. É importante que a carne esteja gelada, a textura fica melhor. Adicione a cebola e o alho refogados e misture.

Modele em dois hamburgueres ovalados. Doure em uma panela ou frigideira funda com um pouco de óleo. Tome cuidado para virar, a massa é delicada.

Adicione água até mais ou menos a metade da altura dos hamburgueres. Espere ferver, tampe e cozinhe em fogo baixo até secar.

Eu acrescentei um molho de carne bem apurado e servi. Poderia ter servido com uma mistura de ketchup e molho inglês. Se tivesse demi-glace, seria uma opção, assim como um molho de tomate saboroso ou um molho à base de cebolas carameladas.

 

 

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Minha Primeira Vez no Mocotó

Todo mundo já falou, escreveu, fotografou no Mocotó. Menos eu. Porque só hoje? Os motivos são muitos. Primeiro porque não tinha companhia. Afinal, é um bar e acho que seria meio estranho ir sozinha, pedir um prato e sair. Segundo, porque é longe e eu detesto dirigir. Sim, meu sonho é ficar rica e ter um motorista particular. Mas acabei indo. O caminho é menos complicado do que pensava – segui o mapa do site deles, cruzei a ponte da Vila Guilherme e segui pela avenida Conceição. Bem, tive um pouco de ajuda do navegador, uma das facilidades desta vida.

Cheguei cedo, o outro compromisso da manhã terminou mais cedo do que eu esperava. Cheguei antes das 11 e fui a primeira da fila. Conversei um pouco com dois funcionários que me explicaram que aos sábados a fila cresce um pouco mais tarde, aos domingos já tem gente esperando o bar abrir às 10:40. Conversa vai, conversa vem, conheci outro casal que costuma ir ao Mocotó com mais frequência. Minha companhia chegou, entramos às 11:30 e, enfim. pudemos fazer os pedidos. Conversando, o tempo passou rapidinho.

Começamos com caldo de  mocotó, sarapatel e favada. O caldo de mocotó é bem amarelo, creio que leve açafrão-da-terra, é bem temperado e vem com pedaços gelatinosos de mocotó. O sarapatel, para minha surpresa, não é tão estranho assim. O fígado de porco é um pouco arenoso, o pulmão é meio sedoso e tudo estava bem temperado. Como são vísceras, têm um sabor forte de ferro. Ficou bem bom com o molho de pimenta da casa. E as favas estavam bem cremosas, com os grãos grandes sem estourar, muito bom. Para quem quer experimentar, as porções mini são bem convenientes.

Depois fomos para a Costelinha de Porco à Moda do Engenho, recheada com uma patê de pernil, acompanhada de abacaxi grelhado e mandioca amarela bem macia. Muito macio e suculento. A farofinha de torresmo deliciosa e o purê de mandioquinha bem cremoso e liso estavam ótimos. A carne seca desfiada, puxada na manteiga de garrafa, com cebola fatiada foi comida com o baião-de-dois. Ninguém podia beber, todos ao volante, então fomos de tubaína. Sobrou comida. E comida boa, bem temperada, equilibrada no alho, cebola, coentro com moderação. Terminamos com café Pessegueiro coado. Fiquei tentada a pedir uma sobremesa, mas pensei no caminho de volta (cerca de 70 km) e no sono que iria sentir. Desisti.

Saí de lá lamentando não ter outro estômago para provar os torresmos, o escondidinho, os doces. Bem, parece que terei que ir novamente lá.

Quanto aos preços (sempre perguntam…) eles estão no site:

http://www.mocoto.com.br/decomer.html

Acho melhor ir com um grupo de amigos, para poder provar os pratos e não ficar só nos petiscos. Os pratos geralmente vêm em porções generosas, dividindo, fica bem em conta. Não posso falar das bebidas, uma pena, no calor que fazia uma cerveja até que cairia bem. Fomos atendidos pelo Antonio, que explicou tudo, respondeu nossas perguntas, aconselhou que pedíssemos menos (ahahahahahaha) e até nos explicou algumas curiosidades da comida nordestina.

Não tem ar-condicionado. Havia música, mas num tom que eu ignorei quase que completamente. Tem valet. E eu esqueci de pegar algo no empório (vendem farinhas, doces, cachaças, etc). Nos finais de semana lota. Quando saímos (pouco depois das 13 horas), havia uma fila em frente e alguns comiam e bebiam nos bancos em frente da casa. Como é um bar, o “giro” pode demorar, tem gente que fica mais tempo.

Para mim valeu a experiência, mesmo sem beber. Confesso que não sei nada do Nordeste (não passei do Rio de Janeiro nesta vida) e gostei de tudo que comi. É um lugar que gostaria de voltar, de preferência com amigos. E dizem que não dá para fazer amizade bebendo leite, mas dá para fazer amizade bebendo tubaína. Enquanto esperava para entrar, conversei com um casal, acabamos sentando na mesma mesa para continuar a conversa.

 

 

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Gemas Pasteurizadas

Há muito tempo leio que o Brasil produz ovos (e gemas e claras) de ovos pasteurizados, que até exporta, mas nunca encontrei para comprar. Finalmente encontrei (no Assaí da av Jaguaré, faz parte do meu caminho eventual). Também tinham claras e ovos, tudo em embalagem Tetrapack e refrigerado. Comprei para testar.

Muita gente não faz maionese em casa por medo de intoxicação. De fato, o risco dos ovos estarem contaminados existe, assim como a possibilidade de até morrer por salmonelose. No caso dos ovos pasteurizados, esse risco não existe. Experimentei fazer maionese com essas gemas (batendo sempre, adicionando óleo e azeite aos poucos, um pouco de vinagre, sal e pimenta do reino no final). Funcionou, o sabor não é estranho nem o cheiro é tão terrível.

O problema é que 1 kg de gemas de ovos é muita coisa. E na embalagem há a recomendação de usar em um dia, depois de aberto. Resolvi dividir em porções de 50 gramas e congelar. Vou usar aos poucos, seja para pincelar tortas, empadas, pães, etc, como em cremes e sorvetes. Depois de descongelada ela continua fluida, não há alteração significativa.

Se vale a pena comprar? A não ser que você tenha uma padaria, confeitaria ou outro comércio, não. Como disse, é muita gema para ser utilizada. O preço talvez até compense (se não me falha a memória, custou R$14,00). Mas, no geral, continuo preferindo ovos de galinha caipira mesmo.

 

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Matcha Kakigori

Nem vou dizer que está fazendo muito calor, todo mundo sabe disso. Mas calor me lembra raspadinha (kakigori). No Japão, durante o verão, encontramos gelo raspado servido com xaropes coloridos em todos os cantos. Aparecem da noite para o dia, junto com os sinos de vento (furin) e as cigarras. Este ano não resisti. Ontem estive na Liberdade e comprei uma máquina de raspar gelo.

É um equipamento bem simples. Vem com 3 tigelas para congelar água, do tamanho certo para caber dentro da raspadeira. Uma lâmina afiada faz o trabalho enquanto que o gelo gira lá dentro impulsionado pela manivela. Não é elétrica, não, é trabalho braçal.

Funciona com cubos de gelo também, mas o resultado não é tão fino como este. Ficam pedacinhos de gelo quebrado dentro. A máquina me custou R$79,00 na Galvão Bueno, não me lembro o nome da loja, mas fica na esquina da Américo de Campos. Cada pote de gelo rende umas duas porções generosas de raspadinha.

Depois é só despejar um pouco de xarope (groselha ou outro) e se divertir. No caso, polvilhei um pouco de matcha e leite condensado. Sim, combina. Aliás, fica ótimo. Matcha tem no Marukai e na loja Made in Japan (que fica na Brigadeiro, em uma galeria) em latinhas. E no Teakettle (Chácara Santo Antonio).

E também dá para fazer raspadinha diet. É só pegar um desses preparados para refresco diet e diluir em um pouco de água e usar no lugar do xarope.

E por fim, raspadinha é mais fácil de fazer que o sorvete, tem menos calorias, pode ser divertido brincar com combinações de sabores e é muito gelada. E eu até hoje não entendi porque no Brasil não há tantos lugares que vendam raspadinha no verão.

 

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Ano Novo Chinês na Liberdade

Hoje fui, pela primeira vez, ver a festa do Ano Novo chinês na Liberdade. Algumas ruas foram fechadas para que barracas fossem montadas em toda a praça da Liberdade e em parte da rua Galvão Bueno. Perto do meio-dia começou o desfile dos dragões.

Sim, dragões, eram mais de um. Se não me engano eram três.

Um pouco mais tarde veio outro para se juntar à festa.

E outros personagens. Confesso minha ignorância a respeito, para os japoneses isso seria um cachorro.

E mais outro.

E tambores.

Foi uma festa colorida e barulhenta, com pratos e tambores soando sem parar. E alegre, claro.

E, claro, não poderia faltar comida. Nas barracas havia raspadinha, gyoza, yakisoba, harumaki, pastéis, frituras mil, takoyaki, pães, doces, bebidas. Haviam barracas tanto de restaurantes como de entidades e até mesmo do templo Zu Lai de Cotia. E nem todas as barracas eram de comidas chinesas, haviam barracas até mesmo de sushi…

Para quem perdeu a festa hoje, tem ainda amanhã. Eu cheguei às 10 da manhã e consegui fazer umas comprinhas sem grandes problemas, antes de passar nas barracas e comer alguma coisa. Aliás, uma dica: shoyu Yamasa (bom, muito bom) está em promoção no Marukai, a R$9,50 (ou seriam R$9,70? Menos de 10, com certeza).

 

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Na Cozinha com Carlos Ribeiro

Ontem estive no Na Cozinha do chef Carlos Ribeiro (Rua Haddock Lobo, 955, Jardins, tel.: 0/xx/11/3063-5377). Tive uma longa conversa com ele, não o conhecia tão bem, trocamos algumas palavras no Mesa ao Vivo. Ele contou-me sobre as viagens e pesquisa sobre a comida nipo-brasileira que rendeu o livro “Culinária Japonesa para Brasileiros” em 2009. Não li o livro ainda mas, segundo ele, a intenção era mostrar essa cozinha que não é tão japonesa quanto pensamos. Digo isso porque cresci comendo a comida da minha mãe. Quando cheguei no Japão, fiquei chocada ao ver que a comida de casa era tão diferente da que se faz lá. Com o tempo, claro, fui entendendo que a cozinha lá evoluiu e a daqui seguiu adaptando e incorporando ingredientes.

Ele mostrou-me todo o restaurante. A cozinha é muito enxuta, devido em boa parte a uma extrema organização. Cada coisa tem seu lugar exato, existe listas de itens que são usados e onde devem ser armazenados. Quem for ao restaurante irá vê-la, é um aquário logo na entrada. O estoque de não-perecíveis também não ocupa uma área muito grande. E a sala de aula, no andar superior, conta com uma entrada separada, para não atrapalhar o restaurante. Tem espaço par até 12 alunos.

E o que comi lá? Um picadinho com influência asiática, temperado com shoyu, mirim e gengibre. Vem com arroz, farofa, pastéis, feijão. Ou seja, senti-me em casa, numa mistura Brasil-Japão bem familiar para os descendentes, ainda mais com pastel, que eu adoro (aliás, qual nikkei que não gosta?).  E antes, comi uma salada de folhas verdes e croutons de broa de milho. De sobremesa, uma coisa que adoro: mosaico de gelatina ou gelatina colorida. Na versão dele, sem leite condensado! Leve e fresca, bem própria para o verão. O almoço executivo de lá fica abaixo de R$40,00.

E uma dica para amanhã (só amanhã, no almoço): menu especial em homenagem a Iemanjá. Corre!

http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2014/01/30/coisas-para-iemanja/

E para quem estiver interessado nos cursos, é melhor acompanhar a página no Facebook:

https://www.facebook.com/pages/Na-Cozinha-Restaurante-e-Escola-de-Culin%C3%A1ria/191806190858577

 

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Pão da Semana: Pão com Fermento de Uva

Cheguei à uma conclusão à respeito de pães com fermentação natural: até agora não consegui um pão feito com fermento ácido que me agradasse por completo. Sempre voltava minha lembrança aos pães que comprava em pequenas padarias japonesas. Os pães eram firmes mas com miolo macio. O aroma era mais delicado e o sabor, adocicado. Cheguei à conclusão que prefiro os fermentos alcoólicos, parentes do fermento biológico comum. Existem pães feitos com borra de sake mas preferi partir de algo mais acessível: uvas. Melhor ainda: uvas não muito doces.

Para cada 100 gramas de uvas, usei 100 ml de água e uma colher de chá de açúcar. Comprei uvas e elas não estavam muito doces, funcionaram bem. Poderia ser uva passa, creio eu. O importante é usar água que não contenha clore, ou seja, água mineral. Coloque em um pote e cubra a boca com um pano (para as moscas não pousarem) e deixe. No primeiro dia não vai acontecer coisa alguma, no segundo em diante vai dar para perceber uma ligeira fermentação.

Mesmo com o calor que anda fazendo, levou 4 dias para ter uma fermentação vigorosa. As uvas racharam, é assim mesmo. Coe e reserve o caldo. Descarte as uvas.

Para um pão médio, use 100 ml de líquido misturado a 100 gramas de farinha e mais uma colher de chá de açúcar. Misture e coloque em um pote.

Levou mais de 4 horas para a mistura mais que dobrar de tamanho, em um dia quente. No inverno deverá levar mais tempo.

Forma uma esponja bem aerada, cheia de bolhas.

Fiz um pão simples, assado em uma forma “de pão de forma”. Acrescentei à esponja mais 450 gramas de farinha de trigo, 30 gramas de açúcar, 8 gramas de sal, 30 gramas de manteiga e água o suficiente para formar uma massa macia. Sovei bem e coloquei na forma untada. Deixei crescer. Levou cerca de cinco horas (já era noite e a temperatura estava bem mais amena). Eu deveria ter deixado crescer ainda mais um pouco, apesar de ter crescido bem mais que o dobro. Levei para assar em forno pré-aquecido bem quente nos primeiros 10 minutos e depois abaixei a temperatura.

Como ficou ? Ficou mais pesado que um pão feito com fermento biológico, o que era esperado. As bolhas ficaram bem pequenas e o sabor, adocicado. O aroma também não era nem de fermento biológico, nem ácido. A parte de baixo ficou com uma crosta mais dura, o miolo ficou macio, virou um bom pão para sanduíche.

O resto do fermento deixei na geladeira, vou ver quanto tempo sobrevive, eventualmente irei alimentando com umas pitadas de açúcar.

 

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