Okara Koroke (Croquete de Resíduo de Soja)

Quem costuma fazer leite de soja ou tofu acaba ficando com muito resíduo de soja em casa.  Pediram-me uma receita de croquete de okara. Já vou avisando que não é o mesmo que comi no Sakagura A1. É um croquete bem simples, que fica sequinho e permite variações. Usei resíduo de soja cozido. Explico: nem sempre fervo a soja triturada para tirar o leite. Quando quero usar o resíduo, fervo tudo e passo pelo saco coador ainda quente. É que o resíduo de soja cru é indigesto.

1 batata cozida e passada no espremedor (cerca de 140-150 gramas)

150 gramas de carne moída refogada e temperada (sal, alho, cebola, pimenta-do-reino) ou vegetais refogados.

300 gramas de okara (resíduo de soja)

1 colher de shoyu (molho de soja)

Sal, pimenta-do-reino à gosto

Farinha, ovos e farinha de rosca ou panko para empanar

Misture a batata cozida e espremida com a carne moída refogada e o okara. Tempere com o shoyu, corrija o sal. Faça croquetes com cerca de 4 cm de comprimento. Passe na farinha de trigo, ovos batidos e farinha de rosca ou panko. Frite em bastante óleo quente, até dourar.

Se preferir, sirva com um pouco de molho para tonkatsu.

Pode ser comido como petisco ou numa refeição. Rendeu 20 bolinhos.

 

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Sakagura A1

Ontem foi um dia feliz. É sempre um prazer encontrar-me com o chef Shinya Koike, que admiro e com quem gosto de conversar. Por outro lado fiquei muito lisonjeada com o convite para conhecer o seu novo restaurante, o Sakagura A1 (Rua Jeronimo da Veiga 74 – Itaim). É um espaço amplo, com dois ambientes – um no térreo e outro no subsolo – e uma proposta diferente do Aizome. Não tem menu degustação, são oferecidas porções de pratos frios, vegetais, carnes, peixes, refogados e até sanduíches. O Ban (pãozinho no vapor) com panceta agradou muito (R$23,80).

Eu gostei muito do croquete de okara (resíduo de soja) (R$14,00).

Para os fãs das frituras (como eu), satisfação garantida com os tempuras (35,00), karaagues (coxinhas de frango frita) (20,00), harumaki (inclusive harumaki de rabada !).

Para quem prefere algo mais leve, refogados como lulas com hana-nirá (talos dos botões da flor de nirá, que tem um sabor próximo do alho) (26,00), ou com pimentões e cebola, saladas (de tofu, de batata), carnes (inclusive o porco char-shu) (entre 28 a 32 reais), udon, soba, bifun (entre 24 a 28 reais). E se quiser fazer disso tudo uma refeição, basta pedir uma porção de arroz e misoshiru (R$5,00 cada). E café Illy para finalizar.

No salão do andar de baixo tem o balcão de sushis, com a equipe preparando sushis e sashimis. Confesso que de todos, só conhecia o Celso Amano, que veio do Aizome. Fui apresentada ao Katsuhiro Kobayashi (primeiro, à direita); ele havia acabado de desembarcar no Brasil, vindo de Sapporo (Hokkaido).

No salão principal funciona o bar. A casa também conta com uma carta de sakes, opela Ana Toshimi Kanamura, que era do Itigo. Garrafas decoram a parede da escada.

A decoração remete um pouco a uma fábrica de sake (pé-direiro alto e muita madeira) e isso é intencional, já que sakagura significa adega de sake. Imagens femininas que lembram posteres de propaganda da década de 20 ou 30 enfeitam as paredes.

E também tem sobremesa, todas muito leves, frescas. Esse é o mousse de tofu com frutas vermelhas. Eu provei a taça de frutas exóticas com uma calda aromatizada com alguma especiaria (creio que cravo) e uma bola de sorvete. Tem também dorayaki com sorvete de chá, sorvete de rapadura com gelatina de café, todos a R$18,00.

Sim, sou suspeita, porque gosto muito de tudo que o chef Shinya Koike faz, por conta do equilíbrio de sabores, detalhes, cuidados. Não posso dizer que sou isenta.

O restaurante abrirá oficialmente no dia 1 de outubro, dia do sake. Os clientes receberão uma taça da bebida no jantar.

Horário de funcionamento:

Almoço: de segunda a sexta das 12 h às 15 h; domingo, das 12 h até 22 h (funciona direto); sábado, fechado. Menu executivo a partir de R$40,00

Jantar: de terça  a sábado, das 18h às 0h

 

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26 Chefs no Mercado de Pinheiros

Vai ser neste domingo, a partir do meio-dia. O evento, parecido com o que aconteceu na virada cultural, vai reunir chefs que levarão amostras de seus trabalhos. Vai ter um pouco de tudo: comida brasileira, italiana, vegetariana, pães, doces… Sim, acredito que haverá muita gente e fila, mas isso é natural em um evento popular. Para quem que já está acostumado a ir a feiras, festivais e feiras, é só ir munido de tempo e um pouco de paciência.

 

Mais informações aqui:

http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2012/09/01/mani-e-dom/

 

E aqui:

http://blogs.estadao.com.br/paladar/o-mercado-leva-26-chefs-para-o-mercado-de-pinheiros/

E dizem que fará tempo bom, sem chuva, no domingo. Bom programa, não?

 

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Biscoito de Polvilho e Ovos

Fiz esses biscoitos para agradar uma pessoa. Ela disse que sentia saudades de um biscoito de polvilho que não era sequilho, que podia ser tanto doce quanto salgado e que não encontrava em lugar algum. Não sei se é esse biscoito, mas tentei fazer algo que se enquadrasse na descrição. Feito apenas com polvilho doce, gordura (manteiga, margarina com mais de 80% de lipídios ou banha), água, sal e ovos, é diferente do biscoito “de vento”. As bolhas da massa são menores, é mais “durinho”, porém crocante.

500 gramas de polvilho doce

200 gramas de manteiga (ou margarina com pelo menos 80% de lipídios ou banha)

200 ml de água

1/2 colher de sopa de sal

6 a 7 ovos

Coloque o polvilho em uma tigela. Ferva a água com a gordura e o sal. Despeje sobre o polvilho e misture. Ainda morno, vá adicionando os ovos um a um, batendo a cada adição, até obter uma massa mole, mas não muito. Teste passando o dedo na massa; o dedo formará um sulco que irá se desfazer lentamente.  Ou confira a textura com uma espátula. A massa irá formar fitas longas.

Eu usei um saco de confeiteiro e um bico redondo para fazer tiras de massa. Asse em forno pré-aquecido quente, até dourar levemente e o biscoito ficar seco. Guarde em um pote fechado.

Fiz salgado, mas provando, acho que ficaria bom com um pouco de açúcar. Muito pouco, porque o açúcar carameliza e pode deixar o biscoito muito duro depois de frio. Eu experimentaria com umas 4 colheres de açúcar apenas.

E se querem saber de onde saiu a receita, explico: parti de algumas receitas de biscoito papa-ovo. Tentei uma que deu errado, corrigi e acabou saindo isso.

Rende muito mas garanto, acaba logo se for oferecido como petisco ou lanche, com café.

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Aspargo Roxo

 

No domingo, na feira, encontrei aspargos e no meio do maço havia um único aspargo roxo. Conversei com o produtor. Segundo ele, essa variedade tem mais sabor e nutrientes, porém produz menos.

Eu costumo tirar a pele dos aspargos com um descascador de legumes. Ela é fibrosa, enquanto que o interior é tenro.

No caso do aspargo roxo, só a parte externa tem cor. O interior é tão verde quanto qualquer outro aspargo. Costumo refogar ou cozinhar rapidamente em água (depois escorro e mergulho em água gelada para interromper o cozimento).

Aspargos são deliciosos de várias maneiras: tempura, em omeletes, quiches, em saladas. A salada mais simples de aspargos e que eu gosto muito só vai aspargos cozidos, sal, azeite e ovos cozidos passados por uma peneira. Costumo comer à temperatura ambiente.

E para quem se pergunta porque aspargos são caros, respondo: o aspargo só começa a produzir no segundo ano. Durante um ano inteiro ele vai desenvolver raízes e soltar poucos brotos. Ele também exige um solo muito, mas muito rico, o que significa gastos com esterco curtido e adubo. A planta continua produzindo por cerca de 10 anos e, obviamente, não se pode colher todos os brotos, é preciso deixar alguns crescerem para continuar se reproduzindo.

E sim, o aspargo roxo tem um sabor mais intenso sim que o verde. O ruim é que, como o produtor explicou, produz menos ainda que o aspargo comum.

 

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Sansho e Okinawa Sansho

Na cozinha japonesa tanto as folhas quanto as sementes dessa planta são utilizados. Apesar de ser chamada de “pimenta japonesa”, na verdade não é uma pimenta e sim está mais para um limão ou laranja.

Nessa variedade, as folhas são alongadas – embora bem pequenas, com cerca de 2 cm de comprimento – e como seus parentes próximos, tem espinhos.

Outra variedade, conhecida como Okinawa Sansho, forma um arbusto mais compacto.

As folhas são mais arredondadas e cerosas.

A flor é muito pequena, minúscula. Infelizmente não creio que frutifique no Brasil, pelo menos recebi essa informação.

Na falta dos frutos, as folhas podem ser utilizadas tanto na decoração de pratos quanto como tempero. Elas podem ser trituradas com sal, misturada a pimentas e outros condimentos, conferindo um aroma entre frutado e picante.

Antes que perguntem, não, não conheço quem produza mudas ou comercialize folhas de sansho no Brasil.

 

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Mais Sobre Caracóis e Bananinhas

Eu gostaria de saber de tudo. Claro que isso é impossível. Mas não deixo de fazer duas coisas: perguntar e ouvir. E tenho a felicidade de conhecer gente com coisas interessantes para contar.  Por conta do post anterior, sobre caracóis marinhos, o Edson Croce me telefonou. Ele tem uma coleção de conchas (milhares!) que juntou através dos anos, mergulhando e pescando na costa do país.

Primeiro, um alerta: não dá para sair comendo qualquer caracol. Alguns são tóxicos (eu sabia das lesmas marinhas, muitas delas, apesar de pequenas e coloridas, são venenosas, não abriram a mão da concha à-toa). Depois veio o conselho de que são melhores se cozidos rapidamente, como os mariscos. Identificou o caracol que comprei: tonna galea e disse que a saquaritá  (Stramonita haemastoma) e o preguaí ou preguari (Strombus. pugilis) também são consumidos em saladas, com vinagrete e farofas.

Pesquisando um pouco, encontrei neste site mais informações sobre moluscos marinhos comestíveis:

http://www.conchasbrasil.org.br/materias/pesca/0612_IA/default.asp

 

Aliás, o site tem exemplos e classificação de conchas brasileiras. Infelizmente carece da informação sobre quais são consumidas no Brasil.

Dali a conversa foi para a bananinha. Compro como retalho de contra-filé. Explicou que é um bocado de carne que fica entre a costela e o contra-filé propriamente dito. Como também tem uma experiência longa em churrascos, garantiu que é um corte que pode ser servido ao ponto para mais passado e sempre agrada. Melhor ainda quando é de novilho ou wagyu, que ele comercializa no Shopping da Roça, a um preço bem mais atraente que outros cortes mais conhecidos.

Ah, sim, também aprendi uma outra técnica para cozinhar polvo. E ganhei uma receita de lulas. Viram como é bom manter os ouvidos abertos?

 

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Caracóis Marinhos

Confesso que só há pouco tempo fiquei sabendo que existiam caracóis marinhos comestíveis no Brasil. Na verdade, soube porque o Alex Atala comentou durante a aula no Paladar – Cozinha do Brasil. Perdoem meu desinteresse por gastrópodes. Durante muito tempo relutei em comer esses moluscos no Japão, onde são muito apreciados. Na verdade, para comer meu primeiro caracol eu precisei da ajuda de amigos e um bocado de cerveja artesanal. A certa altura, pensei: porque não?

Apesar de nunca ter preparado um “escargot no mar”, voltei para casa com 5 deles. Custaram R$12,00 (R$20,00/kg, no varejão do Ceagesp, vendido ao lado de caranguejos vivos).  Eu queria ver o que iria sair daquelas conchas. Cometi o erro de não purga-los. Deveria ter deixado em água com sal, na geladeira, por algumas horas. Levei-os ao fogo cobertos com água fria e um pouco de sake. Cozinhei por mais ou menos 4 horas na shuttle chef, que proporciona um cozimento lento, sem fervura, já que é uma panela térmica. Tive que descartar o caldo do cozimento, que ficou verde por conta de resíduos e algas que as conchas continham.

Retirei os moluscos as conchas. Elas saem com facilidade. Na dúvida, descartei as vísceras e  órgãos reprodutores.  Sobrou muita pouca coisa, é verdade.

Depois de fatiado, a aparência não é tão terrível. Quanto ao sabor? Curiosamente, não lembra nada do mar. Não tem cheiro forte e lembra mais um cogumelo shiitake grelhado, ou seja, é consistente, um pouco borrachudo.  Desse jeito, poderia cozinhar com arroz (fazendo um takikomi goham, com broto de bambu, cenouras e outros vegetais) ou mistura-lo a uma salada, por exemplo.

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Lojas Bombay

A empresa está expandindo a marca e seus produtos agora podem ser encontrados em lojas próprias e franquiadas em São Paulo, Campinas, Salvador, Brasília, Ribeirão Preto e São José dos Campos, além da loja virtual.

Endereço das lojas Bombay:

http://www.bombayherbsspices.com.br/site/lojas.php

 

Para outras localidades, a Bombay atende também através de sua loja virtual:

http://loja.bombayherbsspices.com.br/index.php?idPRODUTO=

E para quem ainda não conhece a Bombay: ela tem centenas de especiarias, pimentas, condimentos (mix) e alho negro. Em matéria de temperos, se você não encontrar na Bombay, provavelmente não irá encontrar em lugar algum.

 

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Bananinha (Mas Não É de Paraibuna)

Não é todo dia que como wagyu, é claro. A bananinha é uma opção boa, barata e saborosa. Trata-se de um retalho do contrafilé, vendido geralmente em pacotes e por um preço muito bom, geralmente mais barato que alcatra, por exemplo. É um corte irregular, o que é uma desvantagem. Por outro lado, é entremeado de gordura e tenro. Ótimo para fazer na chapa ou grelha.

São bocados com até 10 cm de comprimento e 3 a 4 cm de largura.  Eu gosto de come-las grelhadas, acompanhadas de uma porção de daikon (rábano) ralado e shoyu. Costumo ralar a parte de cima do daikon, que tem um sabor mais suave e, dependendo da variedade, é até adocicada. A ponta é mais fibrosa e pode ser até picante. E já que o formato do corte não é tão bonito, cortei em bocados menores antes de servir, mais conveniente para quem vai comer com hashi.

 

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