Camarão com Gengibre e Molho de Ostras

Eu sei, camarão anda pela hora do morte. Como opção há o camarão cultivado, que não tem o mesmo gosto, mas dá para consumir. Só que já comi alguns com um certo gosto de lodo que não me agradou. Para contornar o problema, eu retiro a tripa, lavo bem, deixo de molho em água salgada gelada por  meia hora ou mais, torno a lavar muito bem e então preparo.

Para esse prato, cortei as costas dos camarões com casca e tudo. Gosto de manter as cascas, também gosto de comer camarão com as mãos. Aliás, gosto de comida que se come com as mãos. Mas, se preferir, retire as cascas. Usei gengibre novo, que tem a pele fina e é bem mais macio e de sabor suave. Por isso pude usar uma quantidade maior, em tiras finas. Se não encontrar, substitua por gengibre ralado.

Para 500 gramas de camarão, usei 2 dentes de alho e um pedaço de gengibre em tiras finas.

Refoguei o alho em um pouco de óleo, deixei dourar e então adicionei o gengibre. Os camarões foram logo em seguida. Quando ficaram rosados e cozidos, terminei com um pouco de molho de ostras. Conferi sal e pronto. Muito simples e muito gostoso.

Com um vegetal refogado e arroz branco rende uma boa refeição.

 

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Continuando Sobre Shojin Ryori

Toshio Tanahashi começou falando que os seres humanos, como outros animais, precisa comer para viver. Mas, diferente de vários outros animais, precisa cozinhar para poder comer. E aí que surge a culinária, como uma atividade que exige do intelecto humano. Pouco falou de técnicas culinárias. Dizia maravilhado com a variedade, a fartura do mercado municipal. Cozinhar, para ele, é uma atividade terapêutica, meditativa. Concentrar-se tão profundamente em uma ação, como moer gergelim torrado, é uma forma de meditação. “Os vegetais me salvaram”.

Eu tenho idade o suficiente para me lembrar de uma época em que cozinhar não era uma atividade nobre. Juro que já ouvi: “Minha filha não cozinha, tenho empregada para isso!” Eu comecei a cozinhar por necessidade, mesmo, alguém precisava fazer a comida, lavar panelas, ir à feira. Havia um prazer de preparar algo especial para os finais de semana ou quando reunia amigos. Claro que o tempo passa e a gente vai aprendendo que também precisa fazer escolhas, equilibrar necessidades do organismo com o gosto pessoal e também vai aprendendo coisas novas.

Tudo isso foi se seguindo como um curso natural. Confesso que nunca pensei muito no assunto e filosofia não é a minha área. Saí de lá vendo que cozinhar tem a ver com observar as estações, partilhar, buscar o conhecimento sobre nutrição, estar atento ao próprio corpo e suas necessidades, maravilhar-se com a natureza e saborear. Vi também o quanto sou limitada. Meu repertório de receitas com vegetais é muito limitado e jamais pensei em montar uma refeição com 30, 40 vegetais diferentes.

Ele terminou dizendo que não criticava culinária alguma. Cada povo tem sua cultura e seus hábitos. No entanto, ele não sentia necessidade de ingerir proteína animal e que raramente comia peixe.

Eu não pretendo tornar-me vegetariana. Tenho meus motivos e preferências. Mas estou muito disposta a explorar mais o reino vegetal.

E convido a todos para gastar mais tempo cozinhando, indo à feira, perguntando ao feirante de onde veio o produto…

 

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20º Bazar Beneficente (Grupo de Voluntários Bossatsu)

Recebi esse convite via e-mail:

Convido a todos para participarem do Grandioso Evento – 20º Bazar Beneficente (Grupo de Voluntários Bossatsu)
onde desta vez, todo o lucro será doado para o Japão.
Templo Central Nikkyoji

Data:  10 de Abril de 2011 (Domingo) – das 9:30h  ~  16:30 h
Local: Rua Ibaragui Nissui ,166 – Jd. Vila Mariana
(próximo à Estação Vila Mariana do Metrô)

Como sempre, além dos produtos importados, Utilidades domésticas, Peças artesanais, teremos Yakisoba, Udon, Sushi, tempurá, Salgadinhos, Pastéis, Churrasquinho, Sonho, Sorvete e outras delícias.

Observação
(No dia 02/05/11 o Bispo junto com a Caravana de fieis partirão para o Japão,
e toda Verba arrecadada será encaminhada  para a Cruz Vermelha)

Em nome do Grupo de Voluntários Bossatsu, peço encarecidamente que participem e divulguem para seus parentes e amigos e conhecidos esse Grandioso Evento.

 

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A Arte do Soba

Aqui vai um video onde Mestre Mori corta a massa. A rapidez e a precisão são realmente impressionantes. Como a massa é fresca, cozinha em 30 segundos a um minuto. Dizem que para chegar a esse nível, é preciso 10 anos de prática. Alguém disposto a tentar?

Como é o meu primeiro video, peço desculpas pela baixa qualidade, pela falta de edição, etc. Vou tentar melhorar nas próximas vezes. Aliás, se alguém tiver uma dica, agradeço.

Mestre Mori Cortando Soba

 

 

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Shojin Ryori

Confesso que, do que leio, vejo ou como, pouca coisa tem realmente surpreendido. Talvez seja coisa da idade, talvez seja porque vi algo parecido em outro lugar ou talvez seja só excesso de café mesmo. No entanto, eu estava muito curiosa a respeito da Shojin Ryori e sobre o que o chef Toshio Tanahashi teria a dizer. E confesso que saí de lá vendo comida e o cozinhar de outro ângulo.

É a segunda vez que ele vem ao Brasil divulgar a cozinha dos templos budistas. No Shojin Ryori, não se nada de origem animal, nem mesmo leite ou ovos, como também não se usa eletrodomésticos. “O dia continua tendo 24 horas. Como antigamente tudo era feito à mão? Gastava-se tempo acendendo o fogo, retirando água do poço, colhendo. Hoje gastamos cada vez menos tempo cozinhando. Será que isso é o certo? Será que é certo deixarmos isso por conta das máquinas?” E seguiu falando do quanto é maravilhoso um morango, um tomate. A planta transforma luz, água, solo em um fruto que podemos comer. Diante dessa coisa mágica que é a vida, o ser humano tem que ter sabedoria para utiliza-la de uma forma boa, inteligente.

Em seguida, o mestre Mori, de Sendai, demonstrou sua técnica no preparo de soba – uma massa feita com trigo sarraceno.

Ele utilizou 800 gramas de farinha de trigo sarraceno, 200 gramas de farinha de trigo e 450 ml de água. Nada de sal. Acrescentou um pouco mais da metade da água e misturou vigorosamente durante alguns minutos. Adicionou a água  restante e sovou, tomando cuidado para não formar bolhas no interior da massa, o que a deixaria quebradiça. Usando 3 rolos compridos, esticou a massa à mão, polvilhou bastante farinha e cortou também à mão, mostrando uma grande perícia. Claro, são décadas de prática.

Em seguida, Tanahashi falou sobre o gergelim, que ele mói no suribachi. É um trabalho que consome cerca de 1 hora por dia. Ele diz se concentrar na alteração do aroma e do som enquanto tritura as sementes. É uma maneira dele conversar com o ingrediente. “Há quem pense que uma máquina faria o mesmo trabalho. Há quem procure ver a diferença”. Concordo com ele. Um multiprocessador cortaria e não esmagaria e não liberará tanto óleo. Por outro lado, um produto industrializado é significativamente inferior, já que o óleo de gergelim rancifica rapidamente. Uma pasta de gergelim caseira é muito superior em aroma e sabor.

Serviram o famoso goma dofu, feito com pasta de gergelim e kuzu (amido parecido com a araruta) com cubinhos de molho gelatinizado. A consistência do tofu de gergelim feita com kuzu (ou kudzu, como já vi escrito) é diferente da que é feita com outros amidos. Tanto o tofu quando o caldo eram extremamente delicados sem, no entanto, serem insossos.


Continuando com o gergelim, ele misturou pasta de gergelim com pasta de soja (do tipo claro, que é adocicado), um pouco de shoyu claro (usukuchi) e espinafre (horenso) cozido e também amassado no suribachi. A essa pasta verde adicionou pedaços de palmito já cozido e morangos.


“Uso sempre os vegetais e frutas locais” – disse ele. Novamente, para mim, uma surpresa. Achei o aekoromo saborosíssimo, rico e nada monótono.

Por fim, o soba cozido com uma pasta feita com beringelas assadas, gengibre e shoyu. “As beringelas assadas ficam mais doces”.

Perguntei se havia algum ingrediente proibido. Sabia, mas queria que os presentes soubessem que no Shojin Ryori não seu usa cebola, alho, cebolinha, nira ou rakkyo. Pimenta vermelha, com moderação, assim como sake. Em uma refeição ele chega a usar mais de 40 vegetais diferentes. Para poder ser tão diverso, não se limita a produtos orgânicos. E lançou um desafio: que cada um tentasse fazer uma refeição totalmente vegetariana.

E porque isso mexeu tanto com a minha cabeça? Vivemos numa época muito agitada, cada vez gastamos menos tempo com o preparo de uma refeição. Ou, pelo menos, vivi isso por um bom tempo, a Cozinha do Desespero é o resultado de uma rotina que exigia que eu tomasse banho, jantasse e dormisse em 6 horas ou menos. Mas também não é só o tempo gasto com o preparo dos alimentos. É o como olhamos a comida. Estamos muito distantes do produto e do produtor. Nem sempre nos damos conta de quanto trabalho existe atrás de uma alface e disperdiçamos tanto alimento. E que uma refeição não é apenas nutrir, mas uma maneira de desenvolver o conhecimento, buscar um estado de espírito. Sendo mais racional, concordo que ingerir mais vegetais além de ser saudável, provoca menos desgaste do planeta, consome menos água e recursos. Não precisamos tanto de proteína quanto costumamos ter, sobretudo no Brasil. Resumindo: é muito mais coisas do que eu poderia colocar em um simples post do blog.

Certamente vou voltar ao assunto, quando as mil idéias pararem de borboletar no meu cérebro.

Tive uma rápida conversa com Tanahashi e Mori-san. São pessoas cheias de alegria e gentileza. Aproveito também para agradecer ao Claudio Sampei do Bunkyo e ao chef Shinya Koike.

O workshop contou com o patrocínio da Kikkoman, da Fast Shop e realizado pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social e Universidade Anhembi-Morumbi.

No dia 29 haverá um workshop em Belém e no dia 30 em Tomé-Açu. Ambos contarão com a colaboração do chef Tiago Castanho, do Restaurante Remanso.

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Batata-doce Açucarada

“Vai fazer uma coisa com essas batatas ou não vai? Vão acabar brotando…”

A queixa de minha mãe acabou rendendo um petisco que ela não conhecia. Eu comprava uns palitos de batata-doce cobertos com açúcar nas lojas de conveniência, no Japão. Confesso que não sei o nome.  Chama-se imo-kempi. Acabei fazendo hoje do meu jeito e sabe de uma coisa? Acho que ficaram melhores.

2 batatas-doces médias para grandes

140 gramas de açúcar

1 colher de chá de glucose (Karo)

2 colheres de chá de shoyu

40 a 50 ml de água

Gergelim preto tostado (aqueça em uma frigideira seca, sem óleo; vá mexendo até que começar a ouvir uns estalinhos e o sabor e aroma sejam de torrado. Retire imediatamente do fogo e despeje em um prato ou tigela fria, porque na frigideira continuará a torrar e passará do ponto)

Óleo para fritura

Corte as batatas-doces e coloque em uma tigela com água e sal. Eu fui cortando na diagonal e dando um quarto de volta, formando umas porções meio triangulares, meio piramidais. Quando fritar, vai ter bastante borda douradinha, sequinha.

Misture o açúcar, a glucose, a água e o shoyu. O shoyu é uma questão de gosto, talvez prefira mais ou menos. E também do tipo de molho de soja, alguns são mais salgados, outros menos. Leve ao fogo até dissolver bem o açúcar e formar uma calda não muito rala.

Coloque as batatas em uma panela ou frigideira funda e cubra com óleo. Leve ao fogo alto. Começando com óleo frio, as batatas terão tempo de amaciar sem queimar. Resista e não mexa nelas até começarem a ganhar alguma cor. E tome cuidado para não queimar, depois de certo ponto, elas douram muito rápido. Escorra sobre papel absorvente.

Enquanto as batatas estão quentes, aqueça a calda e jogue-as dentro da panela. Misture para que a calda cubra todas elas e continue mexendo com delicadeza. Junte o gergelim. Mantenha no fogo até perceber que a calda ficou um pouco opaca. Despeje em uma assadeira untada e, imediatamente, separe os pedaços uns dos outros para que não grudem. Em poucos instantes a calda irá açucarar. Mas cuidado: ainda estará bem quente. Deixe amornar antes de comer.

Fica com uma crosta fina, açucarada, com um sabor de coisa corada, tostada e, por dentro as batatas estarão muito macias. Usei as chamadas batata-doce japonesas, de casca rosa-claro, porque são bem sequinhas. Comi depois do jantar, mas ficaria melhor no lanche.

São muito gostosas ainda  mornas, mas continuam boas depois de frias.

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Ligações Para o Japão

Recebi um e-mail da Daniela e repasso, para quem tem parentes e amigos no Japão e quer saber se estão bem depois do terrível terremoto, tsunami e agora, racionamento de energia elétrica e problemas de abastecimento.

“A @telefonicanaweb postou um twit hoje dizendo que as tarifas das ligações do Brasil para o Japão estão com preço de ligações locais. Eu (Daniela) liguei no SAC para confirmar e é isso mesmo!

A partir de hoje (18/03/2011) até o dia 31 de março as as tarifas de chamadas DDI do Brasil para o Japão em qualquer horário são as seguintes:

De fixo para fixo: R$ 0,10/minuto
De fixo para móvel: R$ 0,70/minuto

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Doações Para As Vítimas do Terremoto do Japão

A Federação das Associações de Províncias do Japão divulga contas para doações às vítimas.

É importante lembrar que ninguém está autorizado a receber doações em nome da Federação.

Mais informações neste endereço:

http://www.kenren.org.br/noticias.php?id=2904

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Jantar Especial em Brasília

Para os moradores de Brasília, a oportunidade de provar o brasato ao molho alho negro do chef Carlos Bertolazzi harmonizado com vinho chileno.

Outras informações aqui: http://chitchatbabel.wordpress.com/

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Kanten em Filamentos

Encontrei esses na Liberdade, creio que no Towa, a R$7,00 o pacote. A maioria só conhece o kanten (agar, gelatina de algas) em pó ou em barras que parecem uma esponja. Em filamentos, é a primeira vez que vejo no Brasil.

Assim, seco, não é apetitoso. Parece ser feito de plástico, tanto pela aparência, quanto pela rigidez.

Para usa-lo, é preciso picar em pedaços, hidratar, espremer e cozinhar em água quente. Enquanto o kanten em pó só precisa de 3 minutos de fervura para dissolver completamente, esse precisa de mais tempo, cerca de 8 a 10 minutos. Outro detalhe: também é preciso coar a gelatina ainda quente, para que fique mais transparente. Quanto ao uso, é o mesmo que o kanten em pó ou em barra. Use a mesma quantidade (em peso) na receita. Só acrescente um pouco mais de água (30 a 50 ml) para compensar a quantidade que irá se evaporar durante a fervura.

Outro uso é consumi-lo apenas hidratado, misturado a algas como o wakame (também hidratado), em saladas. Os filamentos não têm sabor, apenas textura. O bom é que não é absorvido pelo organismo, ou seja, zero calorias.


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