Causa Relleña

O meu primeiro contato com a comida peruana foi no Japão, muito antes de se falar por aqui de comida andina, dessa onda da culinária latina. Eu morava em Hamamatsu (Shizuoka) e a comunidade peruana era muito grande. Confesso que não sabia que existiam tantos nikkeys no Peru, muitos de origem okinawa.

Fui para o Japão em 1991. Depois de alguns anos, surgiram lojas de produtos brasileiros. A primeira loja que vi, era uma loja de bebidas que vendia também café, feijoada enlatada, guaraná e palmito em conserva. A loja deixou de vender esses produtos e voltou a trabalhar apenas com sakes e vinhos. Chama-se Tsuruya Saketen e fica no bairro de Tenryugawa. Aliás, quem mora por lá e gosta de beber, confira a lojinha. Tem sempre uma boa sugestão por um preço bem interessante.

Outras lojas surgiram, vários produtos começaram a aparecer. E logo os produtos peruanos passaram a dividir espaço com o feijão, a farinha de mandioca, doce de leite. Eu olhava e ficava curiosa a respeito da “Negrita”, pasta de “alhabaca”, preparado para “aji de pollo”. Provei Inca Cola (não gostei, confesso, doce demais). Fui duas vezes a um restaurante de comida peruana. Nem sei se era realmente um restaurante, tinha cara de casa de alguém. Da cozinha pequena saíram Papas a la Huancaina (batata cozida, servida com um molho cremoso amarelo e picante), coração, um arroz frito, bolinhos doces fritos, frango assado e um camarão. Não me lembro de tudo nem dos detalhes, foi há muito tempo e eu estava em boa companhia, o que quer dizer que conversei mais do que comi.

Depois uma colega de trabalho apresentou-me à Causa Relleña e aos alfajores. Os alfajores que comi eram diferentes, pequenos, com massa um pouco salgada, lembrando mais uma massa de torta. Doce de leite dentro e coco ralado nas bordas. Só, nada de chocolate. Um dia desses faço.

A causa relleña que comi era uma pasta de batata, temperada com uma pimenta amarela chamada aji amarillo e recheada com atum com maionese. Depois fiquei sabendo que existe outra versão, com frango. A receita que passo é como me foi ensinado. Devem existir várias outras. Eu prefiro comer em temperatura fria mas não gelada demais. Batata gelada, para mim, não tem gosto.

Na verdade não é bem uma receita, são orientações.

Cozinhe batatas até ficarem bem macias. Pelo que me disseram, no Peru existe uma batata bem amarela, mais indicada para esse prato. Descasque e esprema. Tempere o purê de batata com azeite, aji amarillo (usei em pó, mas prefiro a pasta, que tem uma cor muito intensa), suco de limão e sal. Vá adicionando os ingredientes aos poucos e conferindo o sabor. Não é para ficar nem ácido demais, nem picante demais. Se o purê estiver muito firme, adicione um pouco de água.

Depois de frio, coloque uma camada de purê de batatas em uma forma, recheie com atum em lata, escorrido (usei atum sólido ao natural) com maionese e chalotas picadinhas (na falta delas, um pouco de cebola picada; eu prefiro deixar as cebolas no sal por um tempo e escorrer). Outra camada de batatas e pronto. Decore com ovos cozidos e, talvez, azeitonas.

Ah, o aji amarillo em pó encontrei na Bombay: http://www.bombayherbsspices.com.br/lojas.php

Pelo que me disseram, pode ser encontrado numa feira, em São Paulo, aos domingos. Nunca fui, não sei onde é, mas tenho curiosidade.

 

 

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Na Prazeres da Mesa Deste Mês

A brincadeira consistia em um chef fazer um prato para outro chef. Atala preparou costelinha de porco para Jefferson Rueda, que preparou ravioloni de lagostim para Flavia Quaresma, que fez uma bavarese de castanha-do-pará e cumaru para Paulo Barros e este fez um ravioli de queijo e mandioquinha para Roberta Sudbrack e que por sua vez fez um tataki de atum com feijão-verde e açúcar de beterraba para Tsuyoshi Murakami que fechou o círculo fazendo aspargos e cebolinha com miso e alho negro para Alex Atala.

Na reportagem, ele conta como conheceu o alho negro: “Murakami não esquece o dia em que jantava no D.O.M. e Alex atala apresentou-lhe o alho negro. “Eu achei genial, me encantei”, deiz. Sem segredos, nem aquela ganância de ter um produtor exclusivo, Alex logo lhe passou o contado do produtor.”

Nisso, eu só poderia acrescentar que foi assim que conheci Murakami, Shinya Koike e outros tantos chefs. Graças a um simples bulbo…

 

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Shabu-Shabu no Rangetsu

Hoje almocei no Rangetsu (Av Rebouças 1394). Foi um dia muito especial. Finalmente conheci pessoalmente o chef Nobuo Kuko, com quem eu só havia falado por telefone. Pela voz, sempre imaginei-o jovem. E de fato, é.

Por algum tempo esqueci que estava próximo a uma avenida movimentada e mergulhamos em uma ilha calma, admirando o jardim em estilo japonês.

Para começar, uma salada com um delicioso molho à base de mostarda. E eu nem sou muito fã de mostarda.

Um somen com um caldo muito leve, delicado. Um dashi bem equilibrado, com uma sutil doçura.

A estrela era o porco preto (kuro-buta), fatiado fino como papel. Para quem não conhece esse porco, recomendo. É um porco maravilhoso, a gordura dele é saborosa. Muito macio, nem um pouco fibroso.

Claro que não se come só carne, ainda mais sendo um prato japonês. Uma bandeja cheia de vegetais e tofu acompanham.

Para acompanhar o molho ponzu (molho à base de molho de soja com toque cítrico), momijo daikon (nabo ralado com pimenta) e cebolinha.

Outro molho que tradicionalmente acompanha o shabu-shabu é o molho à base de gergelim tostado. No Rangetsu ganhou um toque de alho negro. Nem preciso dizer que adorei a combinação.

Para quem não conhece o shabu-shabu, explico: vem uma panela com caldo, coloca-se as cebolinhas, cebola, cenoura (ou seja, vegetais que levam algum tempo para cozinhar). Cada um pega um pedaço de carne, mergulha no caldo quente até ficar cozido no ponto que preferir (é muito rápido, já que a carne é cortada finíssima). A carne é mergulhada no molho e come-se. Depois vai-se adicionando vegetais e assim por diante. Nesta época do ano o repolho está adocicado e é uma boa opção para o shabu-shabu.

Disse que foi um dia especial e foi mesmo. Almoçamos com o chef Shinya Koike – uma companhia muito agradável e alguém com quem sentimos à vontade – e ele fez as honras.

Por fim, para não desperdiçar o caldo saboroso, lamen com sal e um toque de gergelim tostado. Dizem que depois de certa idade, felicidade é comer bem. Pois então, fiquei muito feliz…

 

 

 

 

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Rouleau (Suiss Roll Cake)

Um doce muito popular no Japão é o rocambole. Mas não é o mesmo rocambole que encontramos nas padarias aqui no Brasil. A massa é mais úmida e geralmente é recheado com creme e frutas. No outono surgem versões com castanha cozida. Esta receita é do chef Sadaharu Aoki e enc0ntrei neste site:

http://www.dover.co.jp/recipe/aoki_8.php

Não é bem uma massa de bolo esponja. Na verdade, é algo entre um suflê e um pudim, já que a massa é assada em forno baixo, quase que só cozida, sem dourar. Não reclamem das medidas, são as que o chef deu.

60 gramas de manteiga

81 gramas de farinha de trigo

2 1/2 ovos inteiros

102 gramas de gemas

100 gramas de leite

50 gramas de Toque Blanche (xarope aromatizante produzido pela Dover, mas que não encontro no Brasil)

200 gramas de claras

72 gramas de açúcar cristal

Leve a manteiga ao fogo até derreter. Adicione a farinha peneirada e misture em fogo baixo. Continue misturando até que essa mistura fique bem aquecida, “refogando”.

Vire em uma tigela e adicione metade do leite. Bata bem.

Bata os ovos inteiros com as gemas. Adicione à mistura de massa e leite que ainda estará morna. Bata. Adicione o restante do leite.

A mistura será bem líquida.

Bata as claras em neve e adicione o açúcar aos poucos, batendo sempre até formar um merengue firme. Pegando um pouco desse merengue entre os dedos, não deverá sentir nenhum grão de açúcar.

Misture 1/3 do merengue à mistura de ovos até que fique bem incorporado. Eu preferi usar um batedor manual de arame (fouet). Adicione outro terço e misture novamente. Por fim, o restante. Não deverá ficar nenhum pouco de merengue visível na massa.

Despeje em uma assadeira forrada com papel impermeável. Eu usei uma assadeira com cerca de 38cm por 26cm.

Leve ao forno pré-aquecido a 150 graus, ou seja, não muito quente.

Retire quando estiver cozido e sem dourar muito.

Cubra com um pano úmido e vire sobre o balcão para desenformar. A casca vai grudar o pano e o bolo todo ficará com essa aparência externa esponjosa.

Espere amornar, recheie e enrole. Leve à geladeira até servir.

Notas:

A massa não é muito doce. Para o brasileiro em geral, vai faltar açúcar.

Eu usei uma assadeira de fundo duplo da Panex. Esse tipo de assadeira impede que o fundo fique dourado. Para esse tipo de receita, é perfeito. Em casa, talvez funcione com uma assadeira colocada sobre outra.

Não usei o Toque Blanche porque não tinha. Usei umas gotas de boa baunilha. Talvez eu experimente com esses xaropes que estão usando para fazer sodas italianas e drinques.

Recheei com chantilly e morangos. Mas da próxima vez vou experimentar com outro creme, algo mais consistente.

Como leva fruta fresca no recheio, recomendo consumir em 2 ou no máximo 3 dias.

 

 

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Soft France (Sofuto Furansu Pan)

Fiz esse pão hoje. É um pão francês sem aquela côdea crocante. Ele fica mais macio, claro. E como meu forno é simples, sem a opção de assar com vapor, essa é uma opção de um pãozinho bom para comer com manteiga ou até mesmo num sanduíche.

600 gramas de farinha de trigo

6 gramas de melhorador

9 gramas (3 colheres de chá) de fermento biológico instantâneo seco

6 gramas de sal (cerca de 2 colheres de chá)

15 gramas de açúcar (cerca de 3 colheres de sopa rasas)

Água morna

Misturei todos os ingredientes secos. Fui adicionando água e misturando, sovando, até formar uma massa bem macia, quase pegajosa. Na verdade usei uma batedeira com os ganchos para massas pesadas.

Cobri e deixei descansando até dobrar de volume.

Dividi em porções com cerca de 60 gramas cada. Formei bolas, esticando a massa e juntando as pontas para baixo.

Deixei crescer novamente. Passei a parte de cima em farinha e com as costas de uma faca, fiz marcas, quase dividindo o pão no meio.

Deixei crescer mais um pouco enquanto esquentava o forno bem quente.

Assei em forno quente até dourar ligeiramente.

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Pratos da Semana 6 a 10 de junho/2011

Assamos um kama de atum. É aquela parte próxima às guelras, algum chamam de “pescoço”, outros de “ombro” do atum. Tem o formato curvo e tem um bocado de carne nela. São dois tipos distintos de carne numa só peça, uma clara e outra escura e ambas são ricas em gordura e colágeno. Como comprei uma cabeça inteira, voltei para casa com dois kamas. Um assei só com sal e outro recebeu uma camada de misso com yuzu (misso aromatizado com casca ralada e sumo de yuzu).

Também fiz um bife enrolado. Temperei bifes finos de patinho com sal, pimenta e alho. Enrolei com cenoura e um pedaço de bacon. Na verdade, queria ter colocado um pedaço de vagem também, mas não tinha em casa. Usei um palito para manter o rolinho firme, dourei em uma panela com um pouco de óleo e alguns cubinhos de bacon. Adicionei cebolas picadas, o resto da cenoura em cubinhos, refoguei e juntei água e caldo de carne. Deixei cozinhando até amaciar. Normalmente acompanharia com purê, mas comi com repolho cozido. O repolho nesta época do ano está mais adocicado.

Sardinhas fritas, passadas no fubá fino antes de irem para o óleo. Ficaram sequinhas e crocantes.

Costela de boi cozida até ficar macia. Depois de passar uma noite descansando para poder separar a gordura, foi a vez de juntar a mandioca e cozinha-la até desmanchar. Com um pouco de salsa no final e pimenta à parte. Não é bonito, mas caiu bem no frio que tem feito.

Picadinho. Com o resto dos bifes de patinho que havia comprado, fiz um picadinho. Piquei miúdo, na faca. Refoguei cebolas em rodelas finas e reservei. Depois refoguei a carne com alho. Adicionei cenouras em cubinhos, água e caldo de carne. Quando estava macio, juntei as cebolas, cozinhei um pouco mais e engrossei com um pouco de farinha dourada na manteiga (umas 2 colheres de chá apenas). Comi com arroz, farofa, couve e ovo frito. É, exagerei.

E à noite tomamos sopas. Sopa de pasta de soja (misoshiru), sopa de milho, canja… Faltou um linguine com molho de tomate e azeitonas pretas, muito simples e o pastel de feira que almocei no sábado, lá no Ceagesp.

 

 

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Matéria na Free Time

Recebi o endereço via e-mail. Na reportagem, falam do alho negro e do restaurante pousada Quinta da Canta, do cher Sergio Lima.

http://www.freetimemagazine.com.br/validar/sessao.php?id_sessao=8

Aliás, sobre o Quinta da Canta, também há a matéria da Ailin Aleixo no Gastrolândia:

http://gastrolandia.uol.com.br/restaurantes/quinta-da-canta-um-domingo-para-recordar-e-repetir/

E o alho negro pode ser encontrado em São Paulo no Empório Santa Maria (Av Cidade Jardim 790), nas lojas da Bombay Herbs & Spices (http://www.bombayherbsspices.com.br/lojas.php) e, para o resto do Brasil, através da Bombay Food Service ou através da loja virtual: http://loja.bombayherbsspices.com.br/index.php?idPRODUTO=

 

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Mais Rango Camp

Mais, muito mais fotos do Rango Camp aqui:

http://www.rangocamp.com.br/fotos.php

A barista que nos apresentou os vários métodos de preparar um bom café chama-se Bianca Diocedo. O objeto de desejo de todos foi uma cafeteira composta de dois globos, a água ferve, sobe, depois desce com o café coado. Café feito com calma, quase como uma cerimônia. Eu, confesso, preciso de muita cafeína e o café coado é imbatível. Voltei para casa com um saquinho charmoso da 3 Corações, corri para preparar o café Premium na italianinha que tenho mas o anel de vedação não colaborou…

Vocês já devem ter lido em alguma receita: peça ao seu açougueiro… Bem, eu não tenho um açougueiro para chamar de meu, mas se pudesse, gostaria que fosse o Vicente, do St Marché Morumbi. Experiente (30 anos de profissão), competente e gentil, além de apaixonado por carne.

A Yoki nos presenteou com um kit festa junina: Pão de queijo, paçoca, pé-de-moleque, pipoca, farofa, canjica amarela já cozida, preparado para curau (ainda não experimentei), canela e cravo, amendoim, batata palha. Eita lasqueira! Já estou vendo que minha dieta foi para o espaço. Desde ontem estou me segurando para NÃO fazer pipoca doce, uma perdição.

E o encontro foi bem regado com cerveja Bohemia e caipirinhas Ypióca. Bem, quem me conhece já sabe que não ando bebendo. Se fosse em outra época…

E não é que a pasta de gorgonzola, requeijão, creme de leite e alho negro fez sucesso? Devo essa ao Rosny da Accademia, que me fez ver o quanto gorgonzola combina com alho negro. É só amassar gorgonzola, ir misturando requeijão ou algum queijo cremoso e creme de leite, até ficar bom de sal e com uma textura boa para passar no pão. No final, alho negro picadinho. Só. A foto acima é da @mp_simples

Também levei cogumelos passados na frigideira com um pouco de azeite. No final, um pouquinho de shoyu, sal, pimenta do reino e alho negro. Bom para comer com pão, com penne o puro, mesmo.

E, claro, levei dentes de alho negro só no azeite. Não fiquei feliz de ver os potes serem esvaziados só porque eu produzo. Fico feliz em ver as pessoas provando algo novo e bom.

E no mais, foi muito bom-humor. Aliás, dá para ficar de cara amarrada comendo e bebendo bem?

 

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Rango Camp

Carinho. Se fosse resumir em uma palavra, essa seria carinho. Recebi muito carinho de muitas “@s” (coisas do Twitter, onde cada usuário recebe uma arroba em frente ao seu nome, apelido, etc). Muito mais do que eu poderia retribuir.

Todos que estavam lá gostam de cozinhar, falar e escrever sobre comida. Eu confesso, não sei explicar esse prazer. Sou do tipo que mais gosta de cozinhar, ler e escrever sobre comida do que realmente comer. E é uma situação cômoda. Fico aqui em casa, cozinho, tiro fotos, publico. Digamos que um exibicionismo camuflado. Exponho minhas panelas mas ninguém conhece minha voz, que altura tenho ou se tenho pernas tortas. Dessa vez fui sacudida e precisei sair da minha toca, mostrar minha cara. No dia anterior já estava ficando ansiosa, pensando em quantas caras desconhecidas iria ver e – pior de tudo – gente munida de câmeras fotográficas.

Errei o caminho, me perdi no Rodoanel, cheguei atrasada. A Paula Labaki já estava limpando e cortando os vegetais. Eu precisava beber algo. Como não posso beber álcool, fui de café no balcão que a 3 Corações montou lá. Mas acho que só comecei a relaxar mesmo quando começamos a falar sobre o que gostamos: comida. Manteiga sim, margarina não. Urucum. Pimenta. Cogumelos. Pão. Pudim de leite e gelatina colorida. Miojo. Queijo. Carne, carne, carne, paixão brasileira.

Não comi muito, não. Como disse, divirto-me mais falando e cozinhando que comendo. Perdi a moqueca da Paula, lamentei horrores. Mas, em compensação, aprendi coisas com ela, tem muito o que ensinar. Ainda estou tentando localizar todo mundo. Deveria ter levado um bloquinho e anotado, mas a doente mental não levou a agenda. E fiz a besteira de levar uma máquina fotográfica com a qual não estou acostumada. Ou seja, tirei poucas fotos e não ficaram boas.

Vi os cortes de carne que saem de uma peça de contra-filé e da peça de alcatra. Guardei na cabeça a dica que o baby beef rende um ótimo rosbife, melhor que o mignon. E todo mundo se emocionou diante dos bifes de tira, tirados da picanha. Bem, acho que não havia nenhum vegetariano…

Também vi várias maneiras de preparar o café. Bem, como viciada em cafeína, o café coado ainda ganha. Mas quando cheguei em casa, corri para fazer um café na italianinha, seguindo as orientações da barista da 3 Corações. Para minha agonia, descobri que o anel da minha cafeteira está com problemas, vazou água, vapor, etc. Será que tem jeito de consertar?

Não participei da degustação de cervejas da Bohemia. Mas fiquei escutando, de cantinho. Cerveja não é só para criar pança, é coisa séria.

E, claro, teve muita comida. Doces em copinhos, em fatias, em vasinhos.

Teve bolo muito gostoso de abobrinha, pecan e laranja da Lena Gaspareto, foi uma surpresa porque eu não gosto de abobrinha…

E pão com damascos e amêndoas. Bolo de blueberry…

E teve pão de malte, chutney de manga, geléia de pimenta, kimchee, espetinho de frango, doce de caqui com cachaça, cachaça Ypióca, vinagrete de lentinha, tabule de beterraba, tanta coisa que não tirei foto ou que a foto ficou horrível. Sei que estou esquecendo de muita coisa, nos próximos dias localizo as receitas, links e tudo mais.

Por enquanto, só posso dizer que foi um sábado divertido, alegre e que espero encontrar todo mundo lá no ano que vem!

 

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Pão com Resíduo de Soja

Estou fazendo umas experiências com leite de soja. O resultado é que também produzo resíduo de soja, aquela massa que sobra quando se espreme a soja triturada com água. Como não tinha pão em casa, resolvi usar em um pão, que ficou úmido, embora um pouco pesado. Como o resíduo de soja (okara) não tem muito sabor, não interferiu muito no resultado do pão. E, de quebra, ingerimos mais fibras.

4 xícaras de resíduo de soja (não apertei muito na xicara)

2 ovos

30 gramas de fermento de pão (do tipo fresco, ou seja, 2 tabletes)

6 colheres de sopa de açúcar

1 1/2 colher de sopa de sal

2 xícaras de água

1/2 xícara de óleo

Farinha (talvez 1 kg, não medi)

Dissolvi o fermento em um pouco de água morna. Misturei e adicionei um pouco de farinha, até formar uma massa mole. Deixei fermentar até dobrar de volume.

Em uma tigela coloquei o resíduo de soja, açúcar, sal, os ovos batidos e o óleo. Misturei a água restante, juntei parte da farinha e a massa fermentada. Fui adicionando farinha até formar uma massa macia. Sovei um pouco e deixei crescer, coberto por um filme plástico.

Depois de fermentada, dividi a massa em porções e cilindrei. Com uma parte da massa fiz um pão de forma e com o restante, um pão grande, enrolado.

Deixei crescer em local protegido. Assei em forno bem quente nos primeiros 10 minutos e depois reduzi a temperatura, até dourar bem.

 

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