Quirera com Porco

Volta e meia me perguntam o que eu como em casa. Bem, quase sempre como em casa e cozinho quase todos os dias, pelo menos uma refeição, há uns 34 anos. Obviamente, não faço coisas especiais todos os dias. Sou como todo mundo, como para me manter viva. Tenho meus momentos de gulodice, de curiosidade, de saudosismo. Mas, principalmente, como todo mundo, também tenho fome.

Para satisfazer a curiosidade dos leitores, publico o que almocei hoje. Talvez continue fazendo isso. Se acharem minha gororoba diária assustadora, paro.

Para a quirera com porco, usei 500 gramas de barriga de porco em tiras (podia ser costelinha). Levei ao fogo com a parte da gordura para baixo para que derretesse a banha e deixei dourando até ficar com uma bela cor tostada. Juntei meia cebola picada e 2 dentes de alho. Refoguei.

Juntei 5 xícaras de água, um pouco de sal e 1 1/4 xícara de quirera (canjiquinha, xerém) de milho. Mantive o fogo alto até ferver, baixei e deixei cozinhando em fogo baixo (na verdade, usei minha panela térmica Shutlte Chef, que proporciona um cozimento lento sem risco de queimar). Conferi o sal e servi. Comi com salada, mas poderia ser uma couve rasgada, refogada com alho e água pingada até que ficasse bem macia.

Bem, para um prato mais bonito, o ideal seria fritar as costelinhas até dourarem e retirar da panela e voltar com elas para a panela no final do preparo, só para aquecer. Por outro lado, eu queria que a carne ficasse macia e bem cozida.

Ah, sim, a porção é bem generosa, sim. Não é sempre que eu como tanto, mas hoje eu estava realmente com muita fome.

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Kinugoshi Tofu

Para Roberta Sudbrack.

Muitos conhecem o tofu firme, comprado em um bloco, em sacos ou potes, nas mercearias, feiras. Apresento um tofu macio, gelatinoso. Ao contrário do tofu comum, ele não é prensado. Pode ser feito diretamente na tigelinha em que vai ser servida. Nesse frio, pode ser servido quentinho, como entrada. Já aviso que dá um certo trabalho. Se não gosta de tofu, esqueça. Se ama, experimente. Reconheço que tofu não é algo que tenha muitos adeptos. A maioria acha sem-graça. Mas aviso que um tofu fresco é muito diferente de um com alguns dias. Creia, o sabor vai mudando.

Para começar, é preciso encontrar soja de boa qualidade. Nas últimas semanas experimentei várias marcas. Infelizmente, encontrei muita soja velha, feia, com caruncho, etc. Finalmente encontrei uma de cor clara. Talvez encontrasse coisa boa em mercados, feiras, etc. Na noite anterior coloquei cerca de 1 xícara de soja de molho.

Na manhã seguinte esfreguei os grãos, para soltar as peles. Lavei. As cascas bóiam e ficam fáceis de separar. Os grãos, quando estão bem hidratados, ficam de cor uniforme e clara. Retiro a pele dos grãos porque costumo consumir o resíduo e gosto dele menos fibroso. Parece que também há uma enzima indigesta nela, mas confesso que não tenho certeza.

Depois de hidratados, triturei no liquidificador. Para cada xícara de grãos hidratados, usei 1 1/2 xícara de água. Triturei até que a mistura ficasse cremosa.

Levei ao fogo, mexendo sempre. Com uma escumadeira, fui retirando a espuma. Ela compromete o resultado final e dizem que é indigesta. Quando o leite começar a ferver, abaixe bem o fogo e cozinhe por cerca de 15 minutos. O ideal é que fique a 90 graus. A mistura vai perder o gosto de feijão cru e o aroma também será mais agradável.

Ainda quente, é preciso coar. Depois de experimentar muitas opções, cheguei a conclusão que o espremedor de batatas funciona bem sem queimar as mãos. Coloquei um guardanapo limpo, molhado, dentro dele. Despejei parte da mistura.

Dobrei as pontas para dentro e prensei, para que o máximo de líquido saia.

No final, sobra o resíduo, que pode ser usado em biscoitos, bolos, farofas, etc.

Bem, quanto à panela, é preciso lava-la. Invariavelmente se forma uma crosta no fundo. O leite obtido precisa ser aquecido novamente, para esterelizar e não estragar rapidamente. Levo ao fogo até quase ferver e desligo. Depois levo à geladeira até que fique gelado. O leite de soja não dura muitos dias na geladeira e, infelizmente, vai ficando cada vez mais adstringente com o tempo. Recomendo fazer o kinugoshi tofu no mesmo dia ou no dia seguinte.

Como coagulante, usei cloreto de magnésio. Compro na farmácia, em pacotes ou potes contendo 33 gramas. Diluí um pote em 200 ml de água fervida e guardei em um pote.

Para cada 200 ml de leite de soja gelada, adicionei 4 ml de solução de cloreto de magnésio diluído em 50 ml de água fria. Para medir essa quantidade tão pequena de solução, uso uma seringa. São baratas, precisas e fáceis de se comprar e achar. Misturei sem bater, para não formar espuma. Dividi em 2 tigelinhas pequenas, cobri com filme plástico, fiz uns furos com um palito para poder escapar o excesso de vapor e levei para cozinhar no vapor. Em alguns minutos ele vai firmar.

Pode ser comido quente ou frio, com molho de soja. Também vi em algum lugar que é comido como sobremesa, com uma calda doce. Não experimentei, mas creio que pode ser adicionado alguma erva, pedacinhos de vegetais cozidos, talvez algas picadas ou camarão cozido e transforma-lo em um flan. Alguém se habilita?

Como essa receita é composta por apenas 3 ingredientes, fica claro que para um bom tofu é preciso contar com boa soja e água de qualidade. Recomendo água mineral. Não sei se uma água “dura” seria melhor que uma água “leve”. Só mesmo experimentando.

 

 

 

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Ginnan e Chawan-Mushi

Há alguns dias ganhei do chef Shinya Koike (do Aizome) pequenas iguarias: ginnan, sementes de ginko biloba. Não me lembro de ter visto para comprar por aqui. Lembro que no Japão eram vendidas em pacotinhos pequenos. Nem lá comprei. Cheguei a comer já pronto. Também comprei enlatado, creio que da China.

O primeiro desafio foi descascar essas sementes. Depois de tentar com um alicate, cheguei à conclusão que funcionava melhor com a tesoura de cozinha. É preciso tomar cuidado e não exagerar na força, porque o miolo é muito delicado e se espatifa. Eu só queria quebrar um pouquinho.

O primeiro, como podem ver, foi estraçalhado com a minha “delicadeza” costumeira. Depois peguei jeito.

Experimentei dois métodos para cozinhar e poder descascar as sementes. A primeira, foi bem prática e fácil. Coloquei umas 20 sementes em um saco de papel – daqueles que se usa para embrulhar pão – dobrei a boca e coloquei no microondas por 1 minuto e meio. Esperei amornar um pouco e fui descascando com a mão. A casca não é muito dura, é quase tão macia quanto a casca do amendoim, um pouco mais dura que uma casca de ovo. A pele se solta, nem sempre com muita facilidade.

O outro método, mais conservador, é colocar em uma chapa ou frigideira e tostar. Leva algum tempo e é preciso ficar mexendo para que tostem por igual

Em ambos os casos, o que eu queria eram essas pérolas esverdeadas (pelo que sei, há uma variedade amarela também), com cheiro e sabor de bosque. Ou melhor, um sabor e aroma que lembram musgo, resina, casca de árvore. É um pouco amarga e o aroma persiste na boca por um bom tempo.

Com aroma tão persistente e com tanto trabalho, entendo porque nunca vi um prato com uma montanha de ginnan. Ele pode ser consumido assado – servem com as cascas e um montinho de sal, para que cada um descasque o seu – passado rapidamente no óleo, espetado de 3 em 3, cozido com arroz, em um bolinho frito  feito com tofu, alga hijiki, vegetais. E no chawan-mushi.

Eu já tinha dado uma receita de chawan-mushi (ou tchawan-mushi, não tenho certeza da grafia correta, depois eu verifico) há muito tempo. Foi aqui: http://marisaono.com/delicia/?p=1444

Desta fez fiz outra receita, com outra proporção e gostei muito. Acho que estou aprendendo a cozinhar…

Para fazer esse pudim salgado, é preciso de um caldo. Pode ser um dashi ou um caldo leve de frango, sem exageros no tempero. Em ambos os casos fica bom. Não substitua por água. Água sem ferver vai transformar o chawan-mushi em uma mistura esponjosa e disforme, por conta do oxigênio contido na água.

A proporção é 1 medida de ovos batidos para 3 de caldo. Usei um ovo médio, que deu 50 ml. Então usei 150 ml de caldo. Temperei esse caldo com shoyu e um pouco de mirin. Provei. Bati o ovo, misturei o caldo, passei por uma peneira fina e tirei a espuma da superfície.

Coloquei em tigelas pequenas um pouco – pouco mesmo! – de cogumelos, pedacinhos de chikuwa (massa de peixe) e 3 ginnan. Com 1 ovo, fiz 2 tigelinhas pequenas. Dividi o caldo com ovo em duas tigelas. Cobri com filme plástico, fiz alguns furos para que o excesso de vapor escapasse e levei para cozinhar no vapor. Não contei os minutos, creio que foram uns 10.

Comi quente, porque gosto. Há quem prefira morno e outros, frio. A textura é muito macia, a gente se diverte com os pedacinhos que vão vindo e ainda fica um caldinho que se separa de tudo. Usei o que tinha, mas poderia usar pedacinhos de frango ou camarões aferventados, cenoura cozida, folhas novas de horenso, pedacinhos de broto de bambu, carne de siri. Ou seja, existem várias versões. Uso o que está à mão e na época.

Claro que os ovos precisam ser frescos, um caldo gostoso é fundamental, assim como um bom shoyu. Um shoyu muito escuro vai deixar o flan com uma cor amarronzada.

 

 

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Tonkotsu Lamen

Já vou avisando que esta é a minha versão. Provei outras, mas fiz umas alterações. Depois explico quais foram.

A receita da massa de lamen já escrevi aqui:

http://marisaono.com/delicia/?p=2702

E também esta versão, para quem não encontrar o kansui:

http://marisaono.com/delicia/?p=2861

De diferente, só o caldo, que é feito com ossos de pernil de porco. As cartilagens e tutano conferem a essa sopa um sabor forte, encorpado. Além disso, é temperada com alho e gergelim. Já aviso que dá trabalho.

Para o caldo, peguei cerca de 3 kg de ossos de pernil de porco. Levei ao fogo em uma panela com bastante água e deixei ferver, até formar espuma. Escorri e lavei. Isso tudo para tirar o sabor de sangue cozido.

Também fiz o mesmo com 6 asas de frango.

Coloquei as asas de frango e ossos de porco em uma panela grande com água, um bom pedaço de gengibre cortado em fatias (quase uma mão cheia), cebolinhas com talo e tudo (umas 4), 2 cebolas sem as cascas, 6 dentes de alho descascados. Assim que abriu fervura, abaixei o fogo e fui tirando a espuma que se forma na superfície com uma concha. Deixei em fogo bem baixo durante 6 horas. Como não tenho uma panela gigantesca, fui completando com água conforme baixava.

Cozinhei até que as cartilagens dos ossos de porco estivessem praticamente desmanchando. O caldo ficará turvo. É para ficar mesmo, com tanta gelatina, quase um caldo de mocotó. Muitos cozinham com um punhado de arroz, em um saquinho de pano com a boca amarrada, para que o caldo fique mais leitoso.

O caldo é coado em um pano – sem espremer – e deixado de lado até a hora de preparar o lamen. Como a concentração pode variar, não dou a quantidade de água em que deve ser diluído. Fica à gosto. Temperei o caldo com um pouco de shoyu, embora seja comum usar só sal. Alguns acrescentam mais alho! Enfim, varia.

Gosto do meu Tonkotsu Lamen com gengibre em conserva (no vinagre; o vermelho é por conta de um corante alimentício), um bom bocado de gergelim branco tostado e moído grosseiramente e um punhado de cebolinhas frescas. O ovo cozido, mas não duro (com a gema meio cremosa ainda) completa o prato, porque eu gosto.

Esse caldo também é base para outros pratos, como um cozido de carnes e vegetais. O que sobrou, dividi em porções e congelei.

 

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Rango Camp

Agora é oficial, estarei lá no Rango Camp. Apesar do blog, quando falam em Marisa Ono logo lembram do alho negro, então irei falar sobre ele e levarei umas coisas para provarem. Confesso que estou um pouco tensa, nunca participei de um evento desses e nem sei bem o que esperar. Mas certamente será bem interessante conhecer gente que, como eu, gosta de cozinhar e falar sobre comida.

 

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Fuki

Ainda não falei do fuki, chamado de “ruibarbo japonês”.  Come-se apenas o talo e em pequenas quantidades, já que contém uma substância tóxica. Sei que pode parecer insensatez comer algo potencialmente venenoso, mas é relativamente comum na Ásia. Como exemplo, os brotos de bambu e o baiacu.

Para prepara-lo, é preciso aferventar e tirar as fibras externas.

Essa “casca” destaca-se facilmente em tiras.

Depois de descascados, os talos exibem uma bela cor verde. Recomendo aferventar e trocar a água algumas vezes para eliminar o amargor e a toxina. Da próxima vez vou experimentar um pouco de bicarbonato para ver se funciona.

Cortado em pequenos bastões, pode ser cozido com molho de soja, um pouco de açúcar e mirin ou servido cozido apenas com um molho. O sabor? Bem, é ligeiramente amargo, tem um sabor selvagem, que lembra um pouco cipó, algo do mato. A textura é interessante, faz um barulhinho tipo “shaki-shaki” ao ser mastigado.

Não é uma boa época para fuki, provavelmente não irão encontra-lo nos empórios. No inverno a planta reduz seu crescimento e só volta a ser colhida na primavera.

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Yuzu-Ponzu

Existem várias versões deste molho ácido, salgado e perfumado. Esta é só mais uma. Ficou muito bom, modéstia à parte. Ele pode ser usado para temperar saladas, servido com tofu, peixes ou carnes. Aliás, um prato delicioso é uma carne grelhada, fatiada fino e regado com esse molho. Simples assim.

4 cascas de yuzu – tirei com uma faca só a parte cerosa, colorida, sem nada da parte branca

250 ml de vinagre de arroz (na falta, use vinagre branco)

1 litro de molho de soja (shoyu)

3 colheres de sopa de extrato de kombu (falei sobre o kombu-sake aqui: http://marisaono.com/delicia/?p=1750 ; na falta, substitua por hondashi diluído em um pouco de água quente)

Bata as cascas de yuzu com o vinagre no liquidificador. Adicione o extrato de kombu e o molho de soja. Mexa. Guarde em potes de vidro bem tampado. Vai durar bastante, talvez um ano até.

Como as marcas de shoyu variam muito de sabor, talvez algumas sejam mais adocicadas ou mais salgadas que outras. Prove e se achar necessário ou gostar, adicione um pouco de açúcar. Também pode juntar um pouco de pimenta. Eu prefiro deixar para colocar na hora de servir. Se preferir mais ácido, junte mais vinagre. Se tiver yuzu à disposição e quiser um aroma mais pungente, adicione mais cascas. Enfim, acho que vocês entenderam. Ajustem a receita ao gosto pessoal.

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Xarope de Yuzu

Ganhei alguns yuzus neste final de semana. Já estão aparecendo nas mercearias de produtos orientais e em algumas bancas de feira. A maioria não se interessa por esse citrino, de aparência rugosa, alguns são pequenos, pouco maiores que um limão cravo. Na culinária japonesa é utilizado de várias maneiras, tanto a casca quanto o suco, que é bem ácido. O aroma é bastante característico, que lembra um pouco o grapefruit.

Com o frio que anda fazendo, resolvi fazer um xarope com a polpa. Dizem que o yuzu ajuda a aquecer o corpo  e esse xarope tenho diluído em água quente e tomado à noite. Mas se estiver com calor, misture com água mineral com gás ou prepare um drinque. É doce, ácido e amargo.  É bem interessante.

4 polpas de yuzu

400 gramas de açúcar cristal

400 ml de água

Um pouco de mel, para dar um aroma extra e uma cor mais dourada

Cozinhe as polpas de yuzu com água e açúcar, amassando ligeiramente com uma colher de pau, até o caldo começar a engrossar. Adicione mel à gosto, misture e desligue o fogo. Coe e guarde em um pote ou vidro.

Para consumir, misture cerca de 2 colheres de sopa desse xarope em 150 ml de água quente.

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Últimas Notícias

Pois é, há tempos que não escrevo mas não foi por conta de nenhuma desgraça. Andei trabalhando muito e com dificuldade de conciliar horários. Mas valeu a pena.

A partir dessa semana, meus alhos negros estão à venda na loja da Bombay:

http://www.bombayherbsspices.com.br/

E para os restaurantes e estabelecimentos comerciais, será distribuído pela Bombay Food Service:

http://www.bombayfoodservice.com.br/

Como agora vou ter um pouco mais de tempo – já que não vou ter que cuidar dos cadastros e despachos – prometo novas receitas em breve.

Também pretendo participar do Rango Camp. Não sei bem o que vou fazer lá, mas certamente encontrarei amigos e gente interessante.

Nos próximos dias falarei de uns ingredientes diferentes. Aguardem!

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Shikaku Ingen, Vagem de Okinawa, Feijão-de-Asa

Há tempos publiquei foto da vagem de okinawa, conhecida no Japão como shikaku ingen. Por aqui, soube recentemente, é chamado de vagem-de-asa (Psophcarpus tetragonolobus). Segundo o INPA, tanto as vagens quanto as folhas e a batata são comestíveis. Não é de origem japonesa, embora exista por lá; veio da África.

Ainda não provei as tais batatas nem as folhas. Vejamos.


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