Comida de Obatyan

Não é raro – na verdade, é bem frequente – leitores escreverem dizendo que o que escrevo faz lembrar muito da obatyan, da comida que ela fazia. Fico contente, sinto que estou fazendo um bom trabalho em registrar essa cozinha doméstica ainda pouco conhecida e que está sumindo.

E há um tempo me vi transformada em uma Dona Benta japonesa. Pensei nisso depois de ler o texto da Nina Horta, esta semana: Devagar Com a Louça.

Não sou obatyan. Teoricamente, poderia até ser avó, estou para fazer 48 anos, mas não tive filhos. E para completar a ironia, não convivi com minhas avós. A materna morreu de leucemia, quando eu era bebê. A paterna, só fui conhecer aos 9 anos de idade, completamente senil.

Claro que os pratos que cozinho, como e escrevo (geralmente nessa ordem) foram aprendidos com alguém. Aprendi com minha mãe, por motivo óbvio: era a cozinheira mais perto de mim. E com parentes, gente da comunidade japonesa – na minha adolescência ainda haviam gincanas, festas de final de ano da comunidade, essas coisas – e outra parte fui conhecer, comer e cozinhar lá no Japão, seja no trabalho ou fora dele.

O fato é que “comida de vó” é algo que vai além da idade. A gente tem saudades de coisas perdidas e até de coisas que nem teve ou viveu. Se eu for pensar em escrever só sobre comida de obatyan, não sairia uma linha. Acho que é melhor eu continua escrevendo sobre o que como e cozinho, tem dado certo.

 

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Testes Com Massas de Gyoza (Guioza) e Wantan

Passei os últimos dias testando massas para gyoza e wantan industrializadas. Já escrevi um bocado sobre bolinhos de origem chinesa, tão populares no Japão e no mundo. Mas como nem todo mundo tem a disposição de modelar os discos de massa e atendendo a pedidos, resolvi testar as massas que encontrei na Liberdade. A boa notícia é que tem massa boa, sim.

As massas para gyoza e wantan são até parecidas. As para gyoza são mais grossas, precisam ser. Já a massa de wantan eu prefiro bem fina, quase uma pele, principalmente se for para ser utilizada nos shumai, almôndegas no vapor. Posso dizer que é uma questão de gosto e porque comi assim no Japão.

A que menos gostei de todas é esta aí acima. da Dim Sum King, comprada na mercearia Meishin (praça da Liberdade). Seca, dura, grossa. Mesmo depois de cozida continuou muito dura. Como está escrito “Sui-gyoza”, pode até ser que funcione nos gyozas cozidos em água, como os raviolis. É uma coisa para eu conferir. Já na chapa, como costumam fazer os japoneses, não agradou.

Um pouco, mas pouca coisa melhor é essa, da Huang Guiyao (a etiqueta descolou), também comprada na Meishin. O mesmo problema, muito seca, pouco maleável e depois de cozida, ficou borrachuda.

Outra um pouco melhor, mas ainda não tão satisfatória: Taichi, comprada na mercearia Marukai (rua Galvão Bueno). Um pouco rígida demais também, embora tivesse uma espessura melhor que as outras duas. O sabor dela é bom.

Satisfatória, mas não a melhor, foi a Mitsuba. Depois de descongelada, estava maleável. Depois de cozida, ficou macia.

A que mais gostei foi da PJ, creio que comprei na mercearia Bueno, também na rua Galvão Bueno. Depois de descongelada (todas são comercializadas congeladas), estava maleável e rendeu gyozas macios. A diferença entre ela e a Mitsuba é pequena, mas voto nela como a melhor. E de todas, foi a mais barata (se não me falha a memória, R$2,90, com preços chegando a R$3,20 o pacote com 20 folhas).

Agora as massas de wantan: a que menos gostei foi a da Dim Sum King. Muito grossa. Não serviu para fazer shumai, era difícil modelar. Talvez se fosse fazer sopa de wantan, talvez desse certo. Frito, nem pensar.

Empatado com o da Dim Sum King ficou a Huang Guiyao. Muito semelhantes: grossas demais, pouco maleáveis, ficou dura depois de cozida.

Da PJ a massa é menor de todas, o que achei bom para os shumai, rende bolinhos menores e mais delicados. Mas, mesmo sendo mais fina que as duas anteriores, preferia que fosse uma fração de milímetro mais fina.

A da Mitsuba é a mais fina de todas. Rendeu shumais com uma pele fina em volta, quase translúcida. Pena que é muito grande. Os shumais ficam enormes, a não ser que eu corte no tamanho que prefiro. Creio que também funcionaria bem em wantans fritos. Não testei ainda. Cortada em quatro rende mini bolinhos, bem delicados.

Como esses testes geralmente acabam causando uma certa polêmica, aviso: é minha opinião. As melhores massas, por enquanto, são as que faço eu mesma. Têm mais sabor, textura que eu gosto e a cor fica melhor, além de ser muito, muito baratas. Mas se fosse para usar algo industrializado, optaria por essas.

 

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Kinugoshi Dofu e Yosenabe no Aizome

Minha mãe ainda não conhecia o almoço do Aizomê. Aliás, confesso, tirar nós duas de casa à noite está ficando cada vez mais difícil. Deve ser a idade. A Telma nos mostrou as novidades que tem servido lá. Um é o kinugoshi dofu, um tofu que tem uma textura de flan, chatinho de ser feito (o leite de soja tem que ser mais denso que o do tofu coado, se for aquecido demais talha, a quantidade de nigari tem que ser precisa). Complica mais ainda porque não temos um padrão para a soja. Sim, existe uma soja que é mais indicada para o preparo de tofu, outra para o natto e por aí vai.

Veio acompanhado de um sal de yuzu e um molho à base de shoyu.

Tempura de cogumelos, folhas de crisântemo e de flor de abobrinha, acompanhados de um sal com shisô vermelho.

O prato de sashimis estava ótimo. Destaque para o robalo com molho de umê e ando gostando demais de carapau. E sabiam que quando temos sardinhas frescas na feira geralmente significa que há olhete (hamachi) fresco? Eles seguem os cardumes de sardinha. Sei disso porque uma vez fui pescar hamachi. Eu não pesquei nada, sou péssima nisso, mas minha mãe conseguiu fisgar um. Depois de adulto ele muda de hábitos e não é encontrado mais em cardumes.

Sashimi de peixe serra com molho de gergelim e wakame.

O yosenabe era um festival de frutos do mar em um caldo rico de missô: marisco branco, king crab, robalo… Um prato que aquece, é reconfortante. A esta altura do campeonato, eu estava explodindo. Reconheço que é um prato que faço muito raramente em casa, por conta da variedade necessária. No Japão vendiam bandejas com pedaços de peixes, camarões, etc em porções para uma, duas ou mais pessoas. Por aqui é difícil comprar peixe em postas.

Minha mãe comeu wagyu com ponzu e vegetais. Eu roubei umas fatias do prato dela. A carne é tão macia e saborosa! Berinjela assada, aspargos, cenoura e cogumelos acompanhavam. Ela não dispensou o arroz, claro. Mas não aguentou a sobremesa.

E a sobremesa era sorvete de matcha com chocolate (que é uma combinação que gosto demais), baunilha com pasta de favas (shiro-an) e gengibre com kinkan e sembei (que eu gostei muito, gosto de quase tudo que tenha gengibre). Ela também está testando um sorvete com missô (!). Nunca fiz algo parecido, só experimentei missô em doces assados. Apesar de muita gente só consumir missô na sopa (misoshiru) ele também vai em receitas de bolinhos (manju), biscoitos (sembei) e bolos, que podem ser assados ou feitos no vapor.

O Aizomê é bem tranquilo durante o almoço. Tem tanto opções de massas (men) para quem prefere uma refeição bem leve, quanto sushis e sashimis feitos com o que têm de mais fresco. E eles têm estacionamento.

Voltei para casa com nigari japonês para fazer umas experiências e sementes. A mãe voltou cochilando na viagem. Foi um dia bom.

 

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Festival do Lamen, Sukiyaki do Bem

A Associação da província de Hokkaido promove neste domingo o 17° Festival do Lámen, a partir das 11 horas. Também serão comercializados ichigo-daifuku, anmitsu, okowa de hijiki (uma alga que dizer que é rica em ferro) e churrasco. Não sabia da existência mas me garantiram que é bem concorrido. Fica próximo à estação de metro Ana Rosa. Fiquei sabendo através do Facebook. A página deles lá é esta:

https://www.facebook.com/events/633721959992306/

Sukiyaki do Bem: Trata-se de um jantar beneficente. Serão 350 convites vendidos a R$500,00. A renda será destinada à Assistência Social Dom Gaspar, Ikoi no Sono e ao Hospital Santa Cruz.

Cada convidado irá escolher uma peça produzida pelos alunos do ateliê de cerâmica Hideko Honma e levará outro, que será usado durante o jantar.

Será servido um menu degustação em 6 etapas. Os chefs convidados são Yoshihiro Takahashi (Restaurante Hyotel – 3 estrelas Michelin) e Takuji Takahashi (Restaurante Kinobu), com a participação dos chefs Adriano Kanashiro (Momotaro), Jun Sakamoto e Shinya Koike (Aizomê, Sakagura A1).

Haverá um leilão de peças de cerâmicas assinadas por chefs e jornalistas.

Será no dia 13 de setembro no Tivoli São Paulo.

Para quem puder contribuir com essa ação, maiores informações aqui:

http://www.sukiyakidobem.com.br/sukiyaki-do-bem.php

 

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Abura-miso (Pasta de Miso com Banha)

Não chega a ser uma receita, é uma ideia. Minha mãe gosta de miso refogado em gordura (geralmente banha), uma pequena porção sobre o arroz branco (goham) ou dentro de um onigiri. Pelo que ouvi falar, é comum em Okinawa, embora em Kyushu também sejam apaixonados por porco. Não sei de onde veio esse hábito aqui em casa. Talvez a minha avó fizesse. Talvez seja só uma questão de oportunidade, banha de porco havia mesmo nos tempos da roça. Enfim, é mais um item que pode ficar na geladeira por uma semana.

Aqui em casa aproveitei umas rebarbas gordas de barriga de porco e fritei, fazendo um torresmo. Piquei bem miúdo.

Refoguei o torresminho com banha e miso. Usei uma mistura de claro e escuro e um pouco de pasta de pimenta fermentada coreana (kochujan). Refoguei até levantar um cheiro bom. E é só. Guardo num pote, na geladeira e quando a gente quer alguma coisa a mais na refeição, vai uma colher de chá dessa pasta sobre o arroz. Ou dentro do onigiri.

Os japoneses gostam muito de pastas com miso para comer com arroz ou pepino. Pode ser uma mistura de pasta de soja fermentada e nozes, amendoim, yuzu, pimenta. São pastas cozidas, para que a fermentação pare. Além disso, o sabor do miso cozido ou refogado é diferente do miso cru.

 

 

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Agenda: Hortaliças Não-Convencionais, SPRW e Mesa SP

Amanhã Neide Rigo fala sobre Plantas alimentícias não-convencionais (as PANCs). A entrada é gratuita mas é preciso retirar senha. Vai ser das 19h30 às 21h, no Teatro Eva Herz – Livraria Cultura do Conjunto Nacional  (esquina da avenida Paulista com Augusta – Metrô Consolação).

Para saber mais, vá até o blog dela:

http://come-se.blogspot.com.br/2013/08/convite-entre-estantes-panelas-voltou.html

Para clientes Master Card Black e Platinum começa amanhã também outra edição do São Paulo Restaurant Week. Para os demais (grupo do qual faço parte), é a partir do dia 2 de setembro até o dia 15 (semana de 15 dias, é verdade). Pode não ser a melhor maneira de conhecer um restaurante, já que o cardápio em alguns casos é exclusivo para o SPRW, mas creio que é uma opção para comer bem. Almoços a R$34,90 e jantares a R$47,90. É preciso fazer reserva.

O Sakagura A1 do chef Shinya Koike terá bochecha de wagyu assada com cogumelos e tarê de vinho e opções de prato principal merluza austral à meunière, arroz ao curry tailandês e molho de shoyu, limão e alho ou Milfolhas de carne à milanesa, molho de missô e gohan. 

O AK Vila da Andrea Kaufmann terá croquete de pato, lulas provençais, picadinho de cordeiro e pudim de doce de leite entre outras opções.

Per Paolo do Carlos Bertolazzi também participa. Não contei, creio que é mais de uma centena de restaurantes. Confira a lista (e os pratos oferecidos) aqui:

http://www.restaurantweek.com.br/2013/home.asp?idEdicao=130

O Semana SP (Mesa Tendências e Mesa ao Vivo, no Campus Santo Amaro) só começa em novembro, mas quem se inscrever até o final do mês ganha um desconto considerável.

http://www.semanamesasp.com.br/2013/inscricoes/

Infelizmente a programação ainda não está disponível.

 

 

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Cantucci de Gari e Amêndoas

Essa receita eu peguei da Mari Hirata, durante a aula que ela deu na Escola Wilma Kovesi. Mas fiz duas pequenas modificações: troquei o pistache por amêndoas (era o que tinha) e adicionei um pouco de fermento em pó. E fiquei o dia todo pensando, como quem entoa um mantra: biscoito, bis coctus. Esse biscoito é assado duas vezes, o que faz a gente lembrar das torradas. O gari (gengibre em conserva, que é sempre visto fazendo par com o sushi) confere um aroma marcante e agradável. Se não tiver, não use, mas fica melhor.

80 gramas de manteiga sem sal amolecida

110 gramas de açúcar

2 ovos pequenos

150 gramas de farinha de trigo

1/2 colher gengibre ralado

50 gramas de gari picado

80 gramas de amêndoas picadas grosseiramente

1 colher de chá de fermento em pó

Bata a manteiga com o açúcar, até formar um creme. Adicione os ovos um a um, sempre batendo. Junte o gengibre ralado e misture.

Adicione a farinha peneirada com o fermento e misture. Por fim, o gari e as amêndoas. Leve à geladeira por algumas horas para firmar um pouco.

Forme rolinhos com cerca de 4 cm de diâmetro e coloque em uma forma forrada com papel impermeável (uso o Assa Mais Leve). Na falta, creio que o papel sulfurize (ou sulfurizê, nunca soube o nome correto), que é parecido com o papel vegetal, porém mais fino e bem mais barato, encontrado em papelarias, funcione. Deixe espaço entre os rolinhos, eles espalham e crescem um bocado.

Leve ao forno pré-aquecido a 170 graus até começar a dourar. Retire do forno e deixe esfriar.

Corte em fatias de 1 cm, espalhe em uma assadeira e leve ao forno brando (130 graus) até secar bem. Se necessário (no meu caso, foi) vire as fatias para dourarem por igual.

Rendeu um monte porque fiz 4 receitas…

 

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Miso No Folha Comida

Quem leu a Folha ontem pode ver que o miso (ou missô, como andam escrevendo por aqui) é um ingrediente que está sendo explorado em pratos além da sopa.

Para quem acompanha o blog nesse tempo todo, sabe que fazemos o nosso miso há anos.

Por essa e por outra, a autora e o blog foram citados.

E para quem quer provar diferentes tipos de miso, dê uma olhada nas prateleiras da loja Marukai. Passei lá, eles têm misos japoneses nas prateleiras e Hacho miso, feito só de soja, sem koji, na seção de produtos refrigerados, junto com o koji awase shoyu ou shoyu-koji, que comentei aqui:

http://marisaono.com/delicia/?p=5902

A matéria da Folha está disponível online:

http://www1.folha.uol.com.br/comida/2013/08/1329120-de-potencial-pouco-explorado-misso-e-ingrediente-multiuso.shtml

 

 

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Nukazuke

Estou há muito tempo devendo um post sobre essa conserva tradicional japonesa. Antes de tudo, quero agradecer ao leitor Márcio L. U (não sei se posso publicar o nome completo), que me enviou o farelo de arroz, que é a base dessa conserva.

Antigamente ganhava-se ou comprava-se a um preço irrisório o farelo de arroz. Existiam as “casas de cereais” nas cidades do interior. Elas beneficiavam arroz e sobrava o farelo, que podia ser utilizado em conservas, no banho (é, tem gente que passa leite de farelo na pele, dizem que a pele fica bem macia). Hoje quase tudo ou tudo vai para ração animal.

Essa conserva não passa de vegetais que ficam curtindo por um dia ou mais em uma mistura de farelo fermentado. De certa forma tem semelhanças com o chucrute e o kimchee, assim como tem uma certa relação com o iogurte: a produção de ácido láctico. As bactérias que azedam o chucrute e o kimchee também estão no nukazuke por um simples motivo: o farelo é contaminado com folhas de repolho.

Para cada quilo de farelo de arroz, misture 75 gramas de sal. Adicione água (sem cloro ou seja, mineral, por exemplo) aos poucos, até formar uma massa que lembra argila. Coloque em um pote com tampa junto com 4 pimentas vermelhas secas, inteiras e um pedaço de alga kombu (uns 5 cm, cortado em tiras) e, se gostar, mostarda em pó.

Nos primeiros dias deixe fora da geladeira. Todo dia coloque folhas de repolho (eu usei as folhas externas, mais duras) e misture. No terceiro ou quarto dia já estará pronto para ser utilizado para o preparo de conservas.

Importante: o nukazuke é resultado de uma fermentação. Essa massa precisa ser revolvida todos os dias, pelo menos uma vez por dia, se mantida fora da geladeira. Na geladeira ainda pode ser esquecida por uns 2 dias. A massa enche-se de bolhas, precisa ser arejada.

Para o preparo da conserva, basta esfregar sal em pedaços de pepino, cenoura, berinjela, nabo ou repolho e mergulhar nessa massa. O sal age como um esfoliante, arranhando a pele dos vegetais e permitindo a saída da água e a entrada de nutrientes solúveis em água. O sabor dessa conserva é mais suave com um dia de descanso, tende a ficar cada vez mais forte conforme o tempo passa. Na hora de comer, retire o excesso de farelo, passe rapidamente em água, corte e sirva.

Com o passar do tempo, essa massa de farelo vai ficando cada vez mais mole (o sal retira a água dos vegetais) e vai diminuir de volume. Adicione mais farelo, lembrando que essa pasta deverá continuar salgada. Ou seja, não adicione farelo demais e, se necessário, junte um pouco de sal.

Já vi versões dessa conserva usando iogurte ou cerveja misturados ao farelo.

Vi que existe farelo de arroz torrado. Essa conserva tem que ser feita com farelo de arroz cru.

E, para terminar, porquê uma conserva feita com farelo de arroz? Há quem faça por gostar do sabor. Há quem faça porque os vegetais curtidos são de mais fácil digestão. Há quem faça porque assim ingere uma dose extra de vitaminas do complexo B. E, por fim, é o meu caso, que faço por curiosidade e para preservar um conhecimento.

 

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Slow Food, Lamen e Mizuna

Pois é, os últimos dias foram corridos por aqui. Mas não deixei de cozinhar, não.

Quarta-feira passei o dia com cinco jovens, muita conversa sobre comida e encantamento (deles) por banana que deu no quintal. Vão ouvir falar deles daqui um tempo. Tive dó, sofreram com o frio, a garoa e a precariedade daqui de casa.

No sábado, conversa sobre udon, lamens e  caldos, com toques um tanto quanto bizarros como o fato da massa de udon ainda ser pisada no Japão. E surgiu uma ideia por lá que, claro, envolve comida. A ideia está amadurecendo.

No sábado muita gente não conhecia o Mizuna, uma verdura muito comum no Japão. Aqui está a foto. O tamanho do pé pode variar. Quando novos e mais macios, são bons em saladas, mas gosto de colocar em cozidos, servir com sopas (coloco no último minuto). Os talos são bem crocantes e finos.

A folha tem formato irregular. Pelo que sei, já pode ser encontrada em algumas feiras e mercados. Para quem quer plantar, a Sakama Sementes vende.

 

 

 

 

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