Começou a Safra de Broto de Bambu

As chuvas vieram e com elas os primeiros brotos de bambu. Podem conferir na feira. Daqui até o final do ano teremos takenoko. Alguns feirantes vendem já cozidos, sem o amargor inconveniente, pronto para entrar num arroz ou nishimê.

Também já tem aspargos verdes na feira. E também vi warabi (broto de samambaia, que eu não costumo fazer, não gosto).

Aqui na horta doméstica, tudo atrasado, por conta do frio e da chuva, uma pena. Já era hora de termos os pés de milho, berinjela, pepino e edamame crescendo, mas alguns nem brotaram.

 

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Tea Kettle

Na semana passada fui ao Tea Kettle (Rua Alexandre Dumas, 1049
Chácara Santo Antônio) fazer uma visitinha e levar umas coisas para o Toshi Akuta, que havia me presenteado com um Pu-erh. Tirei poucas fotos, é verdade.

Tomei um chá com chá branco, rosa mosqueta e canela perfumadíssimo. E um matcha com manga, gelado, também muito aromático. Saí de lá com a alma cheirosa. Ou, pelo menos, meu hálito. Eles têm uma quantidade enorme de chás, mas não se preocupe, alguém irá ajuda-lo na escolha.

Há um salão na frente e outro nos fundos, além de um quintal lindo. A casa toda tem um ambiente que lembra uma casa de avó (com direito a piano), meio casa de fazenda (talvez por conta do piso de madeira). A impressão que se tem é que está em outro lugar e não pertinho da marginal Pinheiros.

Servem almoço, obviamente chás e também aceitam reservas para eventos. O brunch nos finais de semana é concorrido, é melhor fazer reserva através dos telefones: 0115523-9615 e 011 994.918.313

Para saber mais sobre a casa, esta é a página deles:

http://www.teakettle.com.br/

 

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CBN e Folha: Comida Japonesa no Brasil

Fui no sábado pela manhã assistir a entrevista com o chef Adriano
Kanashiro (Momotaro), Ken Mizumoto(Shin-zushi) e Tsuyoshi Murakami
(Kinoshita) e o escritor Jô Takahashi. A conversa durou 1 hora, com
mais meia hora de perguntas do público. Poderia ser mais.

Foram discutidas as dificuldades e adaptações dos primeiros imigrantes. Jo lembrou que os primeiros japoneses foram recebidos com mortadelas. Meu pai também e demorou muito para ele gostar desse embutido. Creio que todos os descendentes de japoneses que puderam conviver com os imigrantes da família terão histórias sobre a estranheza que os ingredientes brasileiros causaram. Por outro lado, muitos frutos da terra encantaram esses japoneses, como a banana, mangas, coquinhos, palmito.

Tsuyoshi Murakami, ele próprio um imigrante, lembra que o almoço na casa dos pais era brasileiro e o jantar, japonês mas, por ser muito jovem, não se lembra de ter estranhado nada, foi uma transição natural.
Foi um consenso de que nós produzimos uma cozinha japonesa com
algumas características distintas. No entanto, para muitos, o mais
importante é respeitar o frescor dos ingredientes, a intervenção
mínima, a preservação do sabor natural e característico. Tsuyoshi
Murakami lembrou: A gente cozinha o que tem.

Kanashiro lembrou que o peixe no Brasil é uma proteína cara. A pesca
no Brasil carece de know-how, a questão da logística também dificulta
a oferta de produtos de qualidade, ele recebe pescados tanto de Santa
Catarina quanto do Rio Grande do Norte.

Embora o salmão não seja um peixe que seja comum ser consumido cru no
Japão, Ken Mizumoto disse que é um peixe gordo, macio, de fácil
acesso, preço também atraente.

O rodízio de sushis é resultado da nossa cultura, da abundância que
chega ao exagero. Murakami acha que poderia ser melhor explorado, com
a oferta de pratos quentes e simples, porém saboroso da culinária
japonesa. Ele acredita que seria muita ingenuidade acreditar que não
há espaço para mais e melhor.

Todos concordaram que, assim como o cinema, música, literatura, a
pessoa que começa a frequentar um rodízio de sushi pode querer
conhecer mais, buscar experiências gastronômicas e informação. Como
exemplo citaram o sake, cujo consumo cresceu e hoje há um público bem
mais informado que há 2, 3 décadas. Eu, por outro lado, acrescentaria que isso acontece em São Paulo. No interior já é bem mais difícil. Aliás, em muitas localidades não existe restaurante de comida japonesa e sim, asiática, onde servem pratos tanto japoneses ou adaptações americanas e comida chinesa.

Foi perguntado aos participantes o que eles achavam que era mais
característico da cozinha japonesa. Kanashiro disse que é o frescor.
Jô acha que é a preservação do sabor. Ken acredita que é o umami.
Murakami disse que o onigiri (bolinho feito com arroz cozido,
modelado à mão) sintetiza esse cuidado, delicadeza, o trabalho
manual.

Eu acredito em outra coisa que não foi discutida. Tanto a cozinha
japonesa quanto a nikei prezam uma coisa que eu considero de
importância máxima: a hospitalidade. A mesa do nikei do interior, nos
dias de festa pode ser caótica, com pastel do lado do sushi, mas isso
é apenas reflexo da vontade de agradar. Receber bem também é algo tão
japonês quanto os ingredientes e a técnica.

Na saída, todos receberam um pequeno obentô com um inarizushi, um futomaki e um sakura-mochi.

Para quem quiser ouvir o programa, aqui está:

Se não abrir o media player, o link é este:

http://cbn.globoradio.globo.com/cbn-sp/cbn-sp/2013/10/05/NA-RUA-CHEFES-DISCUTEM-AS-ADAPTACOES-QUE-PRATOS-DA-CULINARIA-JAPONESA-SOFRERAM-NO-BRA.htm

 

 

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Roberta Sudbrack na Escola Wilma Kovesi

Fui ontem ver a Roberta Sudbrack falar sobre a cozinha dela. Estava querendo saber mais sobre que conceitos regem seu trabalho, o que ela pensa.

Segundo ela, a cada ano é explorado um ingrediente, acreditando que o usual pode ser visto (ou comido) de outra maneira, em outra combinação. Este ano a fruta-pão foi o ingrediente escolhido. Eu nunca comi fruta-pão. Na minha infância li e ouvi gente falar que era comido cozido. Minha mãe torcia o nariz e dizia que não era gostoso e ficou nisso. Então, para mim, era novidade completa, assim como para muitos dos clientes do restaurante.

Foram servidas fatias finíssimas de fruta-pão carameladas. Elas são passadas em açúcar e fritas. Crocantes, lembravam a casca da maçã do amor.

No prato, fruta-pão caramelada, patê de foie gras, farinha de banana (banana polvilhada com açúcar, seca no forno e triturada).

Outro prato que ela apresentou foram o que ela chama de antenas de camarão. São as patas ou pereiópodos que ficam na região da cabeça do camarão. Fritos, são ricos em sabor. Para quem costuma comer camarão frito inteiro (daquele menor, que no Rio a gente chamava de camarão-lixo), o sabor é bem familiar. Junto, ovo de codorna com gema ainda mole. Texturas e sabores diferentes em um bocado só.

As patinhas do camarão também foram fritas e servidas com lardo e a “barba” de mini-milho. como a barba escurece (ou oxida) muito rapidamente, a espiga é aberta na hora da montagem do prato.

O camarão foi cozido rapidamente em água com sal e marinado em uma mistura de azeite, vinagre, alho e cebola. Ovos também foram cozidos, furados e marinados em azeite, tomilho, louro por dias. O prato foi composto pelo camarão, palmito pupunha cru, aioli (maionese com alho), ovos marinados picados e brotos de ervas e flores. A cada garfada, um sabor.

Resumidamente: A cozinha que ela apresentou é simples, mas não significa que não é trabalhosa. Tudo envolve a ação da mão. Ela diz ter uma aversão à equipamentos, máquinas e receio da padronização, pasteurização. Adepta da cozinha respeita a disponibilidade dos ingredientes da estação, serve os peixes que o fornecedor oferece. Ou seja, embora o preparo, apresentação, combinações sejam novas, muita coisa tem por base nossos hábitos antigos, das cozinhas tradicionais.

A aula na verdade foi muito além desses pratos. Ela contou a experiência de cozinhar para os atletas brasileiros nas Olimpíadas de Londres, fazer comida caseira brasileira em outro país e para muita gente (250 em cada refeição).A experiência teve seu tanto de sacrifício mas também de satisfação. Também disse que não sabe explicar como ocorre o processo de criação de seus pratos. Definiu como “escova de dentes”: cada um tem a sua, não se empresta e cada um tem sua preferência.

A Beth Kovesi também contou um pouco da história da escola, criada pela mãe, que percebeu há anos que havia um número cada vez maior de mulheres que cresceram fora de uma cozinha, voltadas mais para os estudos e para o trabalho. Depois foi surgindo um público que já cozinhava mas que queria aprender técnicas, cozinhas diferentes e foram surgindo as aulas avulsas.

Foi uma boa noite, confesso que saí com umas ideias na cabeça. Em parte concordo com o que ela pensa, em parte não, mas respeito a posição que ela tem. E acho que a cozinha brasileira tem espaço para muito mais.

 

 

 

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Cabrito em Duas Versões: Com Curry e Com Alho Negro

Ganhei da Apris cortes de cabrito. É uma carne que eu já havia provado e gostado, mas nunca cozinhei. Ao contrário do que pensava, é uma carne saborosa e sem cheiros estranhos. Parti do stinco, ou seja, das canelas do cabrito. É uma carne muito magra, mais rija e achei melhor cozinhar.

O pacote tinha cerca de 1 kg de carne com osso, limpa.

Sou da opinião que sem cor, sem sabor. Dourei a carne em fogo alto antes de cozinhar.

Dois stincos foram para a panela com alho, cebola e cenoura refogados, além de um raminho de tomilho e uma folha de louro. Uma xícara de vinho tinto, água, panela de pressão em fogo alto até começar a chiar. Depois baixei bem a chama e deixei por 40 minutos. Cozinhar na panela de pressão diminui o tempo de cozimento, economiza gás e, se for em fogo bem baixo, pouco vapor vai escapar e vai preservar os aromas.

Outros dois foram para a panela com alho, cebola, cenoura, fatias de gengibre e louro. Também na panela de pressão, fogo alto até chiar e depois, fogo baixo até ficar a carne ficar macia mas sem desmanchar.

Como achei que a peça inteira não daria boa apresentação, resolvi cortar em cubos.

No primeiro, passei o molho de vegetais com vinho no liquidificador com 3 dentes de alho negro. O molho ficou grosso sem a necessidade de adicionar roux (mistura de farinha e manteiga, dourada na frigideira). Foi só aquecer tudo e servir com arroz (poderia ter sido purê ou alguma massa). Ou seja, virou um stew com menos calorias. Costumo fazer um beef stew com costela ou peito de boi, manteiga, farinha, enfim, bem mais calórico.

A segunda versão, com gengibre, recebeu curry, pimenta do reino e foi engrossada com roux. Combinou bem com o friozinho que fez hoje. Aliás, pelo que li, na Índia é bem comum o curry de cabrito.

Por fim, uma pequena surpresa. A carne de cabrito satisfaz muito mais. Sobrou um pouco ainda para outro dia. Fui conferir e creio que é porque contém mais proteína que outras carnes. Ou seja, um quilo de stinco, apesar dos ossos, poderia alimentar bem 4 a 6 pessoas.

E quanto ao sabor do stinco de cabrito em si? Bom, de certa forma me lembrou a coxa de peru, por ser escura, com um pouco de colágeno e sabor mais suave que a carne bovina.

 

 

 

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Ichigo Short Cake

O bolo de morango com chantilly costuma ser comido nos aniversários e no Natal, lá no Japão. Não me perguntem o motivo. Eles adoram esse bolo e toda confeitaria tem a sua versão. A massa é de um bolo-esponja ou génoise, morangos fatiados e creme de leite batido. Simples assim. Os leitores do blog andaram me cobrando e eu não fiz por um único motivo: sou um desastre em confeitaria. Alisar com uma espátula, usar a manga de confeiteiro para mim são coisas que exigem mais habilidade que eu tenho. Por um instante pensei em fazer uma versão “naked”, ou seja, sem cobertura, mas cheguei à conclusão que ficaria ainda mais feio.

Para um bolo com cerca de 20 cm de diâmetro:

4 ovos

120 gramas de açúcar

1oo gramas de farinha de trigo peneirada

20 gramas de fécula de batata peneirada

30 gramas de manteiga amolecida

20 gramas de leite

Bata os ovos com o açúcar até ficar muito leve. Levantando as pás, o creme dá para formar desenhos, sem afundar imediatamente. Isso leva uns 15 minutos.

Peneire a farinha com a fécula sobre a mistura de ovos. Misture cuidadosamente, com movimentos de baixo para cima.

Aqueça o leite com a manteiga até derreter a manteiga. Despeje ainda quente na tigela e misture com cuidado.

Asse em uma forma redonda. Para evitar que grudasse no fundo, cortei um disco de papel impermeável e coloquei no fundo da assadeira. Despejei a massa em cima. Forno pré-aquecido, cerca de 180 graus (quente mas não demais), até dourar.

Desenformei e deixei esfriar sobre uma grade. E foi para a geladeira por uma noite antes de cortar e rechear.

No dia seguinte, cortei ao meio. Pincelei toda a superfície de um dos discos com uma calda rala, feita com água fervida com açúcar. Não deixei o bolo molhado demais. É que se o bolo estiver muito seco, vai absorver muito a umidade do chantilly e ele vai ficar logo com aparência ressecada. O bolo ficou muito amarelo por conta dos ovos caipiras, não é efeito do editor de imagens, não.

Usei cerca de meio litro de creme de leite fresco, batido com um pouco de açúcar até formar um creme leve, mas que formava picos firmes. Um pouco (muito pouco) de baunilha para aromatizar. O creme foi para dentro do bolo, que recebeu fatias de morango e mais creme. Por cima, outro disco do bolo, que também foi pincelado com calda.

O resto do chantilly foi para cima e os lados do bolo. Não vou mentir, não, não ficou bonito, queria que ficasse mais liso, mas foi isso que consegui.

Como o recheio é de frutas frescas e creme, não é boa ideia guardar por muito tempo na geladeira, não. Um ou dois dias.

 

 

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Agenda

Não pensem que ando cozinhando menos. O fato é que ando cozinhando o mesmo. Um pouco disso e daquilo, coisas que já escrevi por aqui. Creio que para terei novidades para os próximos dias. Por enquanto ficam as dicas de cursos.

No dia 27, às 10 horas, no Café Aricanduva, Neide Rigo fala sobre os tantos vegetais que andamos esquecendo: Tinha uma horta aqui: do jacatupé ao jiquiti.

Mais informações aqui, no blog dela:

http://come-se.blogspot.com.br/2013/09/oficina-no-sesc-itaquera-na-semana-que.html

No dia 30/09 – Segunda-feira, das 19:30 até às 21:00

Entre Estantes e Panelas: Cachaça, a bebida nacional através dos tempos

Com Alessandra Garcia Trindade, Jean Ponce e João Bosco Farias

Onde: Teatro Eva Herz, Livraria Cultura do Conjunto Nacional

Gratuito. As senhas serão distribuídas a partir das 19 horas.

Página no Facebook:

https://www.facebook.com/entreestantesepanelas?fref=ts

Na Escola Wilma Kovesi cursos bem interessantes:

No dia 1º de outubro, a cozinha de Roberta Sudbrack:

http://wkcozinha1.campaignsender.com.br/ver_mensagem.php?id=H|1789|188236|137773633509275700

No dia 3 de outubro, a cozinha caiçara de Eudes Assis

http://wkcozinha1.campaignsender.com.br/ver_mensagem.php?id=H|1789|186738|137773633509275700

E nos dias 8 e 15 de outubro, curso sobre queijos brasileiros com  Bruno Cabral:

http://wkcozinha1.campaignsender.com.br/ver_mensagem.php?id=H|1789|187343|137773633509275700

 

 

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Macarrão Instantâneo Com Apenas 65 Calorias

As indústrias japonesas estão investindo na produção de produtos prontos e semi-prontos com menos calorias, sem corantes, sem conservantes, com menos sódio, etc. A Kanesa é uma dessas empresas. Ela produz um miso granulado, sem adição de aditivos, de boa qualidade. Outro produto são as sopas. No caso, a sopa de macarrão harusame, sabor galinha, com vegetais e alga wakame. E com apenas 65 calorias por porção (cada pacote tem duas porções).

Outro motivo para a entrada desse produto no Brasil é que muitos comerciantes dizem que o público brasileiro ainda não sabe como preparar diversos ingredientes asiáticos, como o harusame. Algo semi-pronto ou de preparo rápido atrairia esse consumidor que ainda não está muito familiarizado com ele.

O preparo é similar ao macarrão instantâneo: adicione água quente, misture por uns 10 segundos (para que o macarrão harusame fique soltinho), abafe e espere 3 minutos. Provei e aprovei, a sopa é saborosa, leve, o harusame dá uma sensação de saciedade e o gergelim perfuma e deixa tudo mais rico. Para quem está preocupado com a quantidade de sódio, é de 980 mg/porção, o que é aproximadamente 37% menor que um macarrão instantâneo sabor galinha.

E a Kanesa tem página em português, para quem quiser conhecer outros produtos da empresa.

http://www.kanesa.co.jp/portuguese/products/index.html

Pelo que sei, já estão disponíveis em mercearias orientais.

 

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Precisa-se Urgente de um Confeiteiro

Pediram-me para dar uma ajuda. Precisa-se de um(a) confeiteiro(a) que esteja familiarizado com os doces populares no Japão. Ou seja, alguém com uma base francesa e que saiba fazer choux, chiffon cake, um bom bolo recheado com morangos e chantilly (que por lá chama de short cake), torta Opera, além de muffins, financiers, madeleines, por exemplo… E outras outras coisas. Com um paladar e ingredientes japoneses. É para trabalhar em São Paulo, na região da Paulista.

Mandem o currículo para o e-mail

hkawamoto@hotmail.com

 

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Cará Roxo e o Yama-kake

Ganhei há cerca de um ano um lindo cará (provavelmente Dioscorea trifida) roxo da Antonia PadvaikasNão confundam com o inhame, taro, que tem folha em formato de coração. Esse pode ser comido cru, sem sustos, embora por aqui a gente costume cozinhar. Foi plantado, cresceu. Não tanto quando devem de crescer na região amazônica. Talvez por conta da falta de sol, talvez tenha faltado adubo. Ficaram menores mas a cor se manteve.

A cor não é totalmente regular, em alguns pontos ficou mais clara, noutras mais intensa.

Assim como o cará branco que encontramos nas feiras, esse também solta uma “baba”. Teria mais se eu tivesse ralado e batido bem. A textura do tubérculo em si é crocante. O sabor é suave.

Pois então, os japoneses adoram textura babenta, viscosa, mucilaginosa, que pode ser do natto (soja fermentada), do quiabo (que eles não cozinham com vinagre e que cortam depois de cozido em rodelinhas e batem bem para formar mais baba) e do yama-imo (Dioscorea japonica) ou naga-imo (Dioscorea opposita) , que são da mesma família do cará. Comem por que gostam, comem porque tem fama de fazer bem para a mucosa do sistema digestivo. Ralam, temperam, jogam em cima do arroz quente, podem adicionar pedaços de peixe marinado ou ovo ou algas ou… Enfim, são diversas as combinações. A isso chamam de yama-kake (yamakake don seria uma tigela de arroz com cará ralado e talvez mais alguma coisa; yamakae udon ou soba é quando ele vai sobre uma porção de macarrão de trigo ou de trigo sarraceno).

Eu, particularmente, não sou fã de coisas viscosas, mas estou tentando superar isso. Não ralei, cortei em tirinhas finas. Temperei com um pouco de dashi (caldo à base de kombu e bonito seco) e shoyu, misturei e despejei sobre o arroz. Não é ruim, não, na verdade, estava até gostoso. Achei mais macio que o cará comum e sem aquele gosto de amido cru que de vez em quando sinto.

Sei que não é o prato mais atraente do mundo, mas faz parte dos hábitos alimentares japoneses.

A Neide Rigo escreveu sobre esse cará roxo:

http://come-se.blogspot.com.br/2008/02/car-roxo.html

E o contato da Antonia, do Empório Poitara é:

Tel. 11-7310-5024 ou 8344-4040  toni.ginger@gmail.com

PS: Aqui no Brasil os descendentes consomem cará cru ralado, sim. Não precisa ser desse roxo, claro, é o de polpa branca mesmo.

 

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