Pizza Brotinho do Marcílio

Antes que alguém me excomungue, já vou avisando que não encaro pizza brotinho como pizza. Encaro como um lanche, da mesma categoria da esfirra, do pão de queijo, do joelho. Não pesquisei e nem irei pesquisar se na Itália fazem pizzas pequenas.

Resolvi escrever sobre essa massa porque andaram pedindo mais receitas da “Cozinha do Desespero“, que parece ser a categoria favorita de quem mora sozinho, trabalha muito e que não quer comer fora todos os dias. Essas pizzas podem ser congeladas e descongeladas diretamente no forninho elétrico.

A receita da massa ganhei há muito, muito tempo do Marcílio Maia, marido da minha prima. É fácil e muito boa. A massa fica crocante sem ser dura.

Para a massa:

200 gr de farinha de trigo

20 gr de fermento biológico fresco

150 ml de água morna

1 ovo

2 colheres (de chá) de açúcar

1/2 colher (de chá) de sal

1 colher de manteiga ou margarina (não-light, as light têm baixo teor de gordura)

1 colher de sopa de pinga ou rum ou até mesmo vermouth

Amasse 1 xícara de farinha com o fermento e cerca de 50 ml de água. Deixe descansar por 30 minutos. Acrescente os demais ingredientes, sendo a água morna por último, aos poucos, até formar uma massa macia. Não é necessário sovar com muita paixão, só até ela ficar com uma aparência uniforme, lisa.

Forme uma bola com a massa e deixe fermentar até dobrar de volume.

Divida a massa em porções e faça discos da espessura desejada. Lembre-se: vai crescer. O tamanho e a quantidade de porções eu não dou porque vai depender do tamanho do seu forno elétrico ou convencional. Eu costumo fazer com cerca de 12 cm de diâmetro.  Não me lembro bem, mas creio que renda uns 4 discos.

Arrume em uma assadeira, espalhe um pouco de molho de tomate, deixando as bordas limpas. Deixe crescer por uns 10 minutos e leve ao forno bem quente. Asse até cozinhar mas sem dourar. Deixe esfriar, pode ser na assadeira mesmo.

Depois é só arrumar a “cobertura”, a seu gosto. Embale cada pizza com filme plástico e congele. Eu não costumo deixar por muito tempo congelado, não, no máximo dois meses.

No caso do tomate, eu prefiro colocar na hora, não congela muito bem. Na hora de comer, é só retirar o filme plástico e levar ao forno bem quente até o queijo derreter e dourar.

A título de curiosidade, ganhei uns micro-tomates que minha mãe aproveitou as sementes.

São menos ácidos que os tomatinhos selvagens que eu tinha por aqui.

E são bem menores que os tomate-cereja. Não sei que o nome, nem sei se são comercializados.

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As Empanadas de Hugo Ibarzabal Que A Neide Rigo Fez e Que Viraram Pastéis Assados

Eu pensei que já tinha feito essa receita. Talvez tenha feito mas não publicado o resultado. Enfim, fiz.

A receita eu peguei no blog da Neide Rigo, aqui:

http://come-se.blogspot.com.br/2010/02/empanadas-de-carne-receita-do-hugo.html

Só que fiz só meia receita. As únicas alterações que fiz na massa foram as seguintes:

Usei quase 1 xícara de água quente (não fervente, nem morna; dava para colocar o dedo dentro dela sem queimar, mas só por uns instantes).

Outra alteração que justifica o título deste post é o recheio: usei escarola e linguiça. A escarola foi rapidamente aferventada, escorrida e passada na água fria, para depois ser bem espremida. A linguiça teve a pele retirada, refogada até ficar bem cozida e recebeu a escarola. Sal, só o necessário.

Como não sei se existe empanada de escarola com linguiça e não quero causar polêmica, chamo de pastel assado. Aliás, os pastéis ficaram ótimos. Quando quentes, a parte externa ficou levemente crocante. Depois de frias, ficaram macias e continuaram boas para se comer.

 

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Almoço no Aizomê

Minha mãe gosta muito do chef Shinya Koike. E ele, sabendo que ela gosta muito de lidar com a horta e também de plantas exóticas, presenteou-a com sementes de vegetais consumidos no Japão. De vez em quando minha mãe prepara uma caixa com verduras e eu entrego ou no Aizomê ou no Sakagura A1. Hoje encontrei-me com a Telma e fiquei para o almoço.

Para começar, uma saladinha de alface, pepino e tomate.

Depois uma lula bem macia com um molho picante, botões de nirá (hana-nira) e fiapos de pimenta vermelha (que não é tão ardida assim).

Depois, a seleção de sashimis do dia, preparados por Taka-san: lula com limão, robalo com yuzu, atum e carapau com brotos de alho-porro. Tudo com um sabor tão fresco de mar. De mar, mas não de maresia. Sentando-se no balcão dá para observar o trabalho no preparo de sushis e sashimis.

Veio um filé com foie gras e um molho tão bom à base de vinho do Porto que tive vontade de lambê-lo.

Um zaru-soba geladinho para finalizar, que eu gosto só com um pouco de cebolinha. Soba não é algo que eu costume comer em casa, já que minha mãe é alérgica. É um prato que gosto muito, sobretudo no verão. Me faz lembrar de Matsumoto, onde morei por cerca de 1 ano.

Ou melhor, para terminar mesmo foi a sobremesa: Suflê de chocolate que veio em pacote de papel, com molho de leite condensado e wasabi e sorvete de creme.

O suflê é quente, com um sabor rico e não muito doce de chocolate. Raspei o papel.  Tudo estava tão bom e sem confusão de sabores. Esqueci do mundo, da chuva e estava naquela ilha no balcão do Aizomê, conversando sobre brotos, vegetais, lugares.

Eles receberam yuzu, um cítrico muito apreciado no Japão com aroma muito característico. Então, nos próximos dias, quem puder ir lá irá poder provar algo com essa fruta.

A cada dia as opções mudam. Talvez amanhã tenham mini-berinjelas, quem sabe?

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Gyu Tan (Língua de Boi)

Já me perguntaram sobre o corte da língua de boi. No Japão costumava aparecer com frequência nos “yakiniku-yas”, casas de servem carnes grelhadas.  Servem é um modo de dizer, na verdade a grelha já está na mesa ou vem um vaso com carvão em brasa e uma grelha por cima e o comensal assa a sua própria porção. Também é comum o sistema self-service, opção mais barata e farta.

Pois bem, só agora parei para pensar na anatomia da língua e entender porque a língua que eu comia era macia. Não sou exatamente o que as pessoas classificam com uma pessoa “esperta”. Não é raro eu demorar para me dar conta de alguma coisa. Paciência, ninguém é perfeito.

Aqui estão duas línguas que comprei neste final de semana (vistas superior e lateral). Para quem quiser saber, paguei R$8,50 cada uma, já limpa. O preço, pelo que vi, varia muito: pode estar entre R$6,50 e ir até quase R$10,00 o quilo. Aconselho comprar já limpa. Tirar a pele pode ser trabalhoso e chato.

Vamos olhar com mais cuidado. A parte mais grossa dela tem uma cor mais clara, com veios de gordura. Lendo um pouco vi que são tecidos diferentes. Na base existe mais tecido conjuntivo do que tecido muscular que na ponta dela. Ou seja, para o yakiniku, o que é utilizado é apenas a parte mais grossa da língua.

A língua é congelada e cortada em um cortador de frios. O congelamento facilita o corte e impede que o atrito da lâmina cozinhe a carne. Certamente uma pessoa habilidosa, dotada de uma boa faca bem afiada e uma boa dose de paciência consiga cortar fatias finas e regulares. Eu não sou nem uma nem outra coisa.

Cerca de 1/3 da parte mais grossa da língua (partindo da base) é mais marmorizada e pode ser cortada um pouco mais grossa, algo em torno de 3 milímetros.

Já o restante, precisa ser cortado mais fino, menos de 2 milímetros. Como saber quando é preciso cortar mais fino? A carne vai ficando mais e mais avermelhada. Se quiser uma aparência mais bonita, amarre e dê o formato arredondado antes de congelar. Não vai afetar no sabor, absolutamente.

Para quem nunca esteve em um supermercado japonês, é mais ou menos assim que eu comprava: em bandejas, com a carne enfileirada.

A maneira mais comum de comê-la é temperar com sal e pimenta-do-reino e, se gostar, um pouco de cebolinha. Chapa quente, cozimento rápido e nhac. Mas resolvi fazer um refogado (itame) com broto de feijão.

250 gramas de broto de feijão (moyashi)

150 gramas de língua de boi fatiada, temperada com um pouco de sal e pimenta-do-reino

Molho de ostras (produto comprado pronto, oyster sauce)

Coloque os brotos de feijão em uma frigideira e leve ao fogo baixo. Vá mexendo e refogando com paciência. Leva algum tempo, mas os brotos irão cozinhar e desidratar um pouco e não soltarão água. Retire da frigideira e reserve.

Aqueça a frigideira, adicione um pouco de óleo e refogue rapidamente. Não significa que ela deverá ficar mal-passada, mas não cozinhe demais. Adicione os brotos de feijão, misture, tempere com molho de ostras, misture e sirva. Muito rápido.

A língua tem uma textura própria. Ela é consistente mas não é borrachuda. Quanto à ponta da língua, puro músculo. Não adianta deixar marinando em amaciante de carne (testei, deixei por 30 minutos, 2 horas, 48 horas, continuou impossível de ser mastigada). O jeito é cozinhar na panela de pressão. Um prato da minha infância era língua cozida no vinho tinto, servida com purê de batatas. Alguns cozinham, cortam em tiras e grelham. Também dá para fazer um pastrami (foi o que fiz).

 

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12º SP Restaurante Week

Começa amanhã o Restaurante Week em São Paulo. Desta vez restaurantes do Estado todo participam. Para quem não sabe, os restaurantes participantes apresentam opções de cardápio (em alguns, almoço e jantar) a um preço fixo: Almoço fica a R$34,90 e jantar, R$ 47,90. Pede-se que o comensal faça uma doação no valor de R$1,00 para o instituo Ayrton Senna e as notas sem CPF ou CNPJ serão destinadas à APAE.

É uma opção para conhecer muitos restaurantes sem ficar apreensivo quanto à conta. Convenhamos, a vida não está fácil para ninguém. Por outro lado é uma maneira de atrair outro público para os restaurantes. E ainda pode-se colaborar com uma entidade. Então, a ideia é boa. Alguns reclamam que os pratos do Restaurante Week destoam demais do cotidiano do restaurante. Não sei dizer.

Dentre tantos restaurantes que vão participar, estão o Sakagura A1 do chef Shinya Koike, que é uma pessoa que eu sei que cozinha bem demais e que eu admiro muito. E uma das opções do almoço é um salmão marinado no shio-koji. Esse shio-koji é feito por uma pessoa que eu conheço bem. Outra opção é a rabada com curry. Esta semana publiquei no Facebook uma rabada com curry que fiz e essa foto teve uma repercussão muito grande. Ótimo, pelo visto tem muita gente que gosta de curry e de rabada. E eu acho que a rabada dele melhor que a minha (sem trocadilhos, por favor).  As outras opções do Sakagura A1 podem conferir aqui:

http://www.restaurantweek.com.br/sp/Sakagura%20A1

Outro lugar a conferir é o Spago do chef Carlos Bertolazzi. Ele talvez seja mais conhecido hoje por conta do programa de tv “Homens Gourmet”. Conheço-o há bem mais tempo que isso. O brasato é muito elogiado e está na opção de almoço. Confira aqui:

http://www.restaurantweek.com.br/sp/Spago

Outro que também está participando é o AK Vila da  Andrea Kaufmann, com quem aprendi a fazer pastrami. O pastrami não está nas opções de almoço ou jantar, mas tem o premiado pudim de doce de leite com flor de sal. As opções estão aqui:

http://www.restaurantweek.com.br/sp/Ak%20Vila

O Tordesilhas da Mara Salles também está participando, no jantar, com opções como bolinho de pirarucu e ambrosia. Nem vou falar nada sobre ela.

http://www.restaurantweek.com.br/sp/Tordesilhas

São muitos restaurantes participantes e seria impossível comentar sobre todos. E, sim, estou puxando a sardinha para o lado das pessoas que conheço. E não, isso não é publieditorial.

A lista completa dos restaurantes participantes está aqui:

http://www.restaurantweek.com.br/restaurantes/sp/todos

E a recomendação é fazer reserva. Existem opções para quase toda a cidade de São Paulo e os mais variados tipos de culinária. E o evento segue até o dia 17 de março.

 

 

 

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Pretzel com Fermento Natural de Farinha e Água

O fermento natural feito com farinha e água continua vivo e bem-disposto. Alimento-o a cada 3, 4 dias com mais farinha e água e deixo na prateleira de baixo da geladeira, onde é gelado mas não tanto.

Mas uma coisa que me incomoda em relação aos pães com fermento natural é o tempo que levam para fermentar. É preciso programar o dia todo. Pesquisando aqui e ali encontrei o site da King Arthur Flour, que tem muitas receitas com fermento natural. E então percebi que o fermento natural não precisa agir como… fermento. Posso trabalhar com ele e com fermento biológico, juntos. Deixa de ser um pão com fermento natural? De certa forma, sim, porque a participação dele vai ser mais em melhorar a textura (já que é um preparado com maior teor de proteína) e dar um aroma e sabor um pouco diferentes.

A receita original é esta: http://www.kingarthurflour.com/recipes/sourdough-pretzels-recipe

Só que o fermento natural que é utilizado na receita é mais hidratado do que o meu. Fiz umas pequenas alterações na receita.

1 xícara de fermento natural de farinha e água

Cerca de 300 ml de água morna (talvez um pouco mais)

3 xícaras de farinha de trigo

1 colher (de sopa)  de açúcar

1 colher de óleo

1 1/2 colher (de chá) de sal

2 colheres (de chá) de fermento biológico seco instantâneo

Misture o fermento natural com metade da água morna. Adicione os demais ingredientes, deixando a água por último. Vá trabalhando e adicionando a água  aos poucos. Eu prefiro trabalhar com a batedeira, usando o gancho para massas pesadas, mas a massa pode ser sovada à mão. O importante é que ela é bem sovada e a massa não deve ficar muito dura. A massa é elástica, que pode ser esticada com os dedos até ficar quase transparente. Cubra com um filme plástico e deixe descansar até crescer.

Abaixe a massa com os punhos fechados e abra em uma tábua. Divida em 12 a 14 porções.

Faça rolinhos com cerca de 50, 55 com de comprimento. Se quiser caprichar um pouco, faça as pontas um pouco mais finas. Torça as pontas e enrole formando a rosquinha típica.

Na receita original esses pães não são escaldados. Eu preferi passa-los rapidamente (cerca de 20 segundos cada lado) em água fervente com bicarbonato (2 colheres de sopa cheias para 1 litro de água). Retirei com uma escumadeira e arrumei em uma assadeira. Não esperei fermentarem, assim que enrolei e dobrei todos fui passando nesse banho quente.

Depois pincelei cada um com uma mistura de água e açúcar (umas 2 colheres de açúcar diluídas em uns 50 ml de água). Parte eu polvilhei com sal grosso moído, outros eu polvilhei com gergelim.

Depois foi só levar ao forno bem quente, pré-aquecido, até dourarem.

PS: Se não gostar do gosto que o bicarbonato dá a esse pão, pule a parte do pré-cozimento e vá direto para a parte de pincelar com água e açúcar. O resultado vai ser diferente.

Se preferir, faça bagels. É a mesma receita, só muda o formato, que é o de uma rosquinha, só que com um buraco não tão grande.

A massa desse pão é bem densa. Uma vez disseram-me que a textura correta é que, depois de assada e fria, a gente pode tentar achatar esse pão com as mãos que a massa volta ao formato original. Ou seja, não é um pão fofo, é um pão para quem gosta de uma boa mastigação. Quando quentes têm uma crosta deliciosamente crocante, mas ela se perde depois de fria. Creio que aquecendo no forno elétrico por uns minutos ajudaria a recuperar essa textura.

 

 

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O Blog no Facebook

Ele também está lá. E lá coloco umas coisas que não cabem no blog. Afinal, é outro meio, outra maneira de publicar e mais fácil para fazer comentários.

https://www.facebook.com/pages/Blog-Delicia/311021185608224

E a minha página pessoal é:

https://www.facebook.com/marisa.ono.9

Mas já aviso, não se assustem. Aquilo lá, para mim, é entretenimento.

 

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Rabada À Moda Japonesa do Chef Shinya Koike

Ou quase, já que na receita que aparece no livro A Cor do Sabor de Jo Takahashi (que aliás, ficou em segundo lugar na categoria gastronomia japonesa do Gourmand World Cookbook Awards 2013!), a rabada é servida com  purê de cará, nabo ralado e horenso. Bem, não tinha nenhum dos 3. Infelizmente nabo e horenso só teremos aqui no outono.

A cobiçada rabada de wagyu veio a mim através das mãos do Edson do Shopping da Roça. Como ainda são poucas cabeças abatidas por mês no Brasil, é difícil pôr a mão em uma. Mas se não conseguir, não se preocupe, pode ser feita com rabada de boi “comum”, mesmo. A diferença é que a gordura do wagyu é diferente, não é tão indigesta e as fibras da carne são menores, mais delicadas, sem falar no sabor. Aliás, vou confessar uma coisa: não como rabada há mais ou menos 40 anos. Tinha trauma. Um dia, na minha infância, fui obrigada a comer rabada com agrião. Não me lembro bem, creio que haviam visitas em casa e para meus pais era impensável a família toda estar à mesa para a refeição. E eu já não estava me sentindo muito bem. Fiz o sacrifício de engolir a comida que não queria. Horas mais tarde passei muito mal. É provável que nem a rabada nem o agrião sejam culpados, talvez a culpada tenha sido uma virose. O fato é que a partir daquele dia não podia sentir o cheiro nem de um nem de outro. Ainda continuo não suportando agrião…

Para cozinha-la, separei o rabo pelas juntas. Levei ao fogo numa panela de pressão por cerca de 45 minutos com 100 ml de cachaça, 2 cabeças de alho cortadas ao meio, 1 cebola, 1 cenoura em rodelas, meio maço de cebolinha, pimenta do reino e água suficiente para cobrir. Cozinhei até que a carne ficasse macia mas não desmanchando.

Para servir, retirei do caldo se servi com molho ponzu que tenho, feito com yuzu. Mas o chef dá uma receita com limões e laranjas:

6 laranjas

4 limões

1 concha de vinagre de arroz

Dashi (na mesma medida dos ingredientes acima)

250 ml de shoyu

1 concha de bonito seco em lascas (katsuobushi)

Extraia os sumos dos limões e laranjas e coe. Adicione o vinagre, meça e junte a mesma medida de dashi. Junte o shoyu, as cascas de 3 laranjas e 2 limões e o bonito seco. Deixe descansar por um dia. No dia seguinte coe e use. Guarde na geladeira e use durante uma semana.

Para acompanhar, fiz inhame. Aliás, leram a matéria da Neide Rigo sobre ele? Leiam. Inclusive ela comenta sobre essa onda de fazer suco de inhame cru, um perigo, mais perigoso ainda para pessoas sensíveis. Já vi casos de pessoas que não podem sequer comer o inhame cozido, têm dificuldade para respirar.

O diferente dessa receita é que o inhame primeiro é frito e depois cozido. Isso faz com que o caldo onde ele é cozido não fique espesso, viscoso. Pelo menos se for servido logo. Se for deixado por algumas horas, aí sim, ele vai engrossar.

Os japoneses preferem o inhame bem pequeno, do tamanho de bolinhas de pingue-pongue. Se forem maiores, descasque e corte em pedaços. Frite em bastante óleo até começarem a dourar e depois coloque para terminar o cozimento em um caldo feito com dashi, shoyu, um pouco de sake e mirin. As cebolinhas entraram para dar um pouco de cor ao prato.

 

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Calda Diet Para Iogurte

Passei uma semana sem conseguir conectar-me. Telefonemas diários, muita promessa, cinco dias esperando a visita de um técnico que nunca vinha… Bem, creio que a maioria dos meus leitores já passou por algo parecido. Infelizmente. Mas não vou gastar tempo reclamando de “desserviços”. Pelo menos não por aqui.

Nessa semana continuei cozinhando, aproveitei o tempo com menos chuvas e trabalhei lá fora, limpando o terreno tomado pelo mato, acompanhei minha mãe em exames médicos e até estudei um pouco de japonês, coisa que não fazia há anos.

Lembrei que no Japão era muito comum encontrar iogurte no cardápio, geralmente servido em uma taça, com calda de fruta. Era o tipo de coisa que poderia ser sobremesa, café-da-manhã ou um lanche. O iogurte de lá é bem denso e um pouco ácido. Aqui em casa faço o iogurte como o Luis Paulo descreve, adicionando 1 colher de sopa de gelatina em pó hidratada em um pouco de água (uns 50 ml) e dissolvida (uns 20 segundos no microondas, dependendo da potência um pouco mais) ao leite em temperatura ambiente. Depois de pronto e gelado, o iogurte fica com uma textura de flan.

Mas para a taça de iogurte ficar bem bonita e gostosa é importante que a calda de frutas seja densa. Uma calda aguada escorre, não mistura bem ao iogurte a cada colherada, enfim, não funciona. O problema é que adoçante não dá a mesma textura que o açúcar. A solução que encontrei foi apelar para goma xantana, que é um espessante. Comprei numa loja Bondinho. Uma pequena quantidade dela é o suficiente para engrossar qualquer calda.

Usei cerca de 100 gramas de morangos. Levei ao fogo com cerca de 150 ml de água e cozinhei até amaciar. Coloquei no copo do mixer, adicionei adoçante culinário (creio que 4 colheres de sopa). Aliás, uma coisa curiosa acontece com adoçantes:  é comum chegar um ponto em que por mais que o adicione ao preparado, ele não fica muito mais doce. E é possível que fique com um sabor estranho. Ou seja, existe um certo ponto limite. Portanto, vá provando. Por fim, adicione um pouco de goma xantana (cerca de 1/2 colher de chá) e processe com o mixer. Em alguns segundos a mistura irá engrossar que é uma maravilha. Leve à geladeira e depois é só pegar uma taça e ir intercalando colheradas de iogurte com a calda.

PS: Como é um produto feito com adoçante, não se conserva por muito tempo. É bem diferente do que um produto feito com açúcar. Não testei, mas não deixaria na geladeira por mais de 2 dias.

No lugar de morango, poderia usar outras frutas, como ameixa, framboesas, cerejas.

 

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Pão com Fermento Natural de Centeio e Nozes

Eu costumava comprar esse pão com frequência, quando morava no Japão. Não é encontrado em supermercados, era preciso ir em uma padaria. Felizmente as padarias tornaram-se bem populares, muitas delas trabalhavam com fermento natural. E nos bairros onde morei havia pelo menos uma boa padaria, mesmo que pequena.

É um pão denso porém macio. O centeio e as nozes tostadas dão um sabor bem peculiar a esse pão. Eu gostava de comê-lo no café da manhã, com um pouco de queijo branco. Usei o fermento natural feito com farinha e água que publiquei aqui:

http://marisaono.com/delicia/?p=5713

180 gramas de fermento natural

100 gramas de farinha de centeio

260 gramas de farinha de trigo

50 gramas de mel

1 ovo

1 colher (de chá) de lecitina de soja (opcional, funciona como melhorador)

Água

1 colher (de chá) de sal

40 gramas de manteiga

Cerca de 1 xícara de nozes descascadas,  ligeiramente torradas e picadas.

Quebre o ovo em uma xícara medidora e adicione água até chegar a 300 ml. Misture o mel, o fermento natural, as farinhas, a lecitina (se usar)  e sove bem. Eu usei a batedeira, com gancho para massas pesadas. Se necessário, adicione mais água. Adicione o sal e trabalhe bastante a massa, até que atinja o “ponto de véu”, ou seja, ela fique tão elástica que quando aberta com os dedos fique quase transparente, sem rasgar. Adicione a manteiga e sove um pouco mais. Não estranhe que a massa fique meio molenga, ela ganhará mais textura quando fermentar.

Deixe crescer em lugar aquecido por 3 horas. Abaixe a massa com os punhos fechados, abra em um retângulo, espalhe as nozes e dobre em 3. Repita a operação algumas vezes. Divida a massa em 2, forme duas bolas e achate, formando discos. Deixe crescer por 2 horas, mais ou menos. A massa não irá crescer tanto quanto o pão feito com fermento biológico.

Pincele com gema e faça cortes, com uma tesoura, formando uma flor.

Leve ao forno bem quente nos primeiros 10 minutos e depois abaixe um pouco . Asse até dourar bem.

Apesar da quantidade de mel, o pão não é muito doce, não.

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