Daikon Redondo (Maru Daikon)

Confesso que não guardei qual a variedade. Compramos as sementes em uma loja em Cotia, na marginal da Raposo Tavares. Lembro apenas que as sementes eram importadas do Japão.

Não confundam com o kabu, ou nabo redondo, que é bem menor, tem a pele mais lisa, enfim, tem outras características. O detalhe é que esse daikon tem uma parte externa mais dura e ela é visivelmente mais grossa que o daikon comprido. Costumamos descascar antes de cozinhar. Mas não é desperdiçado; essa “casca”, cortada em tirinhas e refogada e temperada com shoyu e pimenta rende um tipo de “kimpira”.

Hoje foi comido cozido, só com caldo e shoyu e ficou ótimo. Não tirei foto. É mais macio e suculento que o daikon comum. E rende um ótimo tsukemono.

Para fazer uma conserva rápida (asazuke) basta cortar em fatias finas (eu prefiro usar um cortador), colocar em um saco plástico, adicionar sal, um pouco de shoyu e um pouco de vinagre. Amasse um pouco com as mãos, feche o saco e guarde na geladeira por algumas horas antes de consumir.

Também pode entrar em uma salada, cortado em tirinhas.

Ainda não vi na feira, o que é uma pena. É um ótimo vegetal de outono.

O que foi plantado aqui sofreu com o excesso de chuvas dos últimos dias. Alguns racharam.

 

Share This Post
Publicado em conservas, Culinária japonesa, curiosidades, Fácil, receita | Tags | 4 Comentários

Frutas Luma e Compota de Figos Maduros

Fui no sábado no box das Frutas Exóticas Luma. Conheço o Airton, precisava levar umas coisas para ele. Ele me mostrou um monte de frutas que não são nativas. Muitas já são produzidas aqui, outras não. Acima, rambutan, conhecida como lichia da Malásia. As primeiras que comi eram indonesianas, isso foi há muito tempo. Brinco chamando de lichia cabeluda. É mais cheirosa que a lichia, tem um pouco de acidez que equilibra a doçura.

Tenho cruá (fruta-mortadela, jamelão) aqui em casa, mas não conhecia desse tipo comprido.

Tamarindo também já é produzido aqui no Brasil.

Mangontin estão vindo da Bahia. São deliciosas. Lembro de meu pai descrever essa fruta com riqueza de detalhes, creio que ele provou na viagem de vinda ao Brasil, feita de navio. Ou talvez tenha ganho de algum marujo no porto do Rio, teve uma oficina mecânica lá.

A casca é grossa, mas não é dura, nada que uma faca pequena não dê conta. A polpa é alva, doce e suculenta.

O maracujá colombiano “é uma fruta espetacular” – disse-me o Airton. De casca lisa, com pintas e mais fina,  tem mais ou menos o tamanho do maracujá comum. No entanto, é muito, muito doce, com aroma mais suave e sem acidez alguma.

É bem diferente do nosso maracujá, que tem uma certa acidez e um aroma mais forte.

Decopom vem de Pilar do Sul. Não tem sementes. Dizem que é melhor deixar ela murchar um pouco antes de consumir.

Dos importados, tinha um abacate californiano, um pouco maior que o avocado mexicano.

Mãe ganhou uma cidra, fruta que ela considera “linda” por conta das imperfeições. Vai virar doce. Também tinha kiwano (a foto ficou ruim), jatobá, macadâmias, physalis, melão andino, tamarillo, figo-da-índia, abiu, carambolas e grapefruit.

Além de figos roxos.

E alguém vai reclamar: faz mais ou menos uma semana que não posto uma receita. Hoje tem. Fiz com os figos um doce. Geralmente faço com figos verdes, mas resolvi experimentar fazer um com figos maduros, usando uma técnica parecida com a que uso para fazer compota de morango.

Lave os figos e escorra bem. Faça um corte em cruz no “fundo” de cada um, mas não muito profundo. Algo com um centímetro ou dois de profundidade. Pese.

Use o mesmo peso em açúcar para fazer o doce. Despeje uma porção generosa de açúcar no fundo de uma panela. Acomode os figos dentro dela. Para caber mais, deixei todos com o cabo para cima. Creio que é melhor usar uma panela grande, que caiba todos os figos de uma vez só. Despeje o resto do açúcar por cima e tampe. Deixe uma noite assim. O açúcar vai provocar uma desidratação do figo. No dia seguinte você vai perceber o quanto o açúcar está úmido.

Leve ao fogo até ferver. Abaixe o fogo e vá tirando a espuma que se forma na superfície com uma concha pequena. Cozinhe até a calda engrossar bem. Evite mexer no doce. Deixe esfriar.

Fica ótimo com queijo. O figo fica com uma textura meio pegajosa, como uma jujuba, com um perfume delicado. Talvez eu devesse ter aromatizado com cravo ou canela. Não sei quanto tempo vai durar. A calda eu estou pensando em servir com um manjar ou flan…

A Frutas Luma fica no Ceagesp, para quem entra no portão 4 da Gastão Vidigal é à direita, no que eles chamam de “praça”, uma área grande fechada e coberta. É melhor ir durante a semana, no sábado só ficam até as 11 horas e muita coisa já está na geladeira.

O site deles é este:

http://www.frutasluma.com.br/

 

Share This Post
Publicado em Doces, Fácil, Lugares, produtos., receita | Tags | Comentários fechados em Frutas Luma e Compota de Figos Maduros

Pavilhão do Japão na Sial 2013

Hoje fui à Sial, no Expo Center Norte, visitar o pavilhão japonês. Recebi o convite da Jetro – Japan External Trade Organization. Fui bem recebida pelo Lauro Tsuyoshi Suzuki, coordenador de alimentos.

A NPO Aidensha trouxe um leite de soja em embalagem tetrapack, com alto teor de soja. Tanto que vira tofu, basta adicionar o coagulante. Provei e aprovei. Também trouxeram sais especiais, aromatizados com pimenta, gengibre, yuzu e wasabi.

A Nihon Shurui Hanbai Co Ltda trouxe sakês. Bem, eu não bebo mais e confesso que sou uma ignorante completa…

A Futaba trouxe produtos ricos em umami: caldos concentrados prontos (em alguns pratos recomenda-se a diluição de uma porção para 50 de água!): katsuo-tsuyu (caldo feito com bonito desidratado), Shiro-tsuyu (caldo claro, feito à base de shoyu branco, bonito, cavala e sardinha secos), que recomendam muito para o preparo do arroz para sushi e o kappo dashi, um caldo intenso no estilo de Kansai. Também trouxeram kombu cortado em tirinhas e raspado (parecem fios enrolados), além de pacotes para caldo, parecem-se com sacos de chá gigantes. Também gostei muito do Hiden Hongaeshi, um molho para os grelhados como yakitoris e unagui kabayaki.

A Equipe, de Gifu, trouxe uma pasta maravilhosa de yuzu com pimenta verde, muito aromática, além de sansho, geléia de caqui e o shichimi togarashi, uma mistura de pimentas muito gostosa e que eu gosto muito com udon.

A Honda Shoten Co Ltda trouxe soba orgânico e soba aromatizado com chá, cerejeira e yuzu. Fazendo par, os men tsuyus, ou seja, caldos à base de shoyu, próprios para serem usados com massas como soba, udon ou somen. Detalhe: as massas são do tipo “nama”. Não são exatamente frescas, mas também não são secas. Têm uma consistência um pouco borrachudas quando cruas, mas depois de cozidas parecem-se muito com a massa fresca.

A Igeta Shoyu Co trouxe Ponzu, molho para yakiniku e shoyu. O ponzu é um molho cítrico, fresco, que vai muito bem com carnes e frutos do mar. Eu gosto com shabu-shabu.

A Kanesa trouxe missô liofilizado, sopas (misoshiru) liofilizadas (inclusive com redução de sódio) e um molho à base de missô, o misotchup (mistura de miso e ketchup). As sopas liofilizadas são uma mão na roda: basta diluir uma colher de chá em uma porção de água quente. Ideal para quem mora sozinho ou para aquele momento em que se quer algo leve. Já vem com cebolinha, wakame.

A Masakiya Confectionery trouxe vários petiscos e doces. Destaque para o biscoito de konnyaku. Sim, aquele da dieta da Nigella. Eu pensei que usavam o pó misturado à uma massa. Não, foram muito mais além: trata-se de gel de konjac saborizado, desidratado e frito. Tem a textura de pururuca, bem crocante, só que com muito menos calorias e, se acompanhado de um copo d’água, dá uma sensação de saciedade. Vem nos sabores queijo, tomate ou wasabi. Alguns doces com o momiji manju (bolinho em formato de folha de maple) vem congelado e, depois de congelado, ainda aguenta 45 dias na prateleira. E o surpreendente é que tem sabor e textura de uma coisa fresca.

A Yamasa, fabricante de shoyus resolveu investir em embalagens para food service, no molho teriyaki e dashi em pó (que eu confesso, de vez em quando uso por ser prático e mais barato que um dashi feito com lascas de bonito e alga kombu). Disseram-me que molho teriyaki diluído cai bem em uma salada. É algo que preciso conferir…

No painel, o chef Shinya Koike (Aizome, Sakagura A1) falava do umami que é extraído de bonito seco, alga kombu e alguns vegetais.

Esqueci de tirar foto do chá de natamame, chamado de “feijão espada”. É uma vagem gigantesca. O chá tem um sabor tostado. Preferi gelado, creio que por hábito, sempre tomei chá de trigo, arroz tostado gelados. Não contém cafeína e pode ser tomado sem restrições.

E, por fim, uma coisa que acho que vai pipocar no Brasil: flores comestíveis desidratadas. São cultivadas sem pesticidas, não desbotam, aguentam ser levadas ao forno (a temperaturas abaixo de 180°C e por menos de 20 minutos).

São verbenas, violas, pentathlons, cravos, pétalas de rosas ou cosmos, com cores vivas e delicadas.

Eu já tinha ouvido falar de biscoitos decorados com flores no Japão, o máximo em delicadeza e elegância. Bem, também podem ser utilizados em chocolates, decoração de pratos ou em peças de artesanato. A página da empresa é esta:

http://momoca-def.com/

Bem, por fim, a boa notícia é que alguns produtos já se encontram à venda em mercearias e empórios. E em breve muitos outros irão estar nas prateleiras em breve. Se eu souber dos importadores e distribuidores, vou publicando.

 

Share This Post
Publicado em Culinária japonesa, produtos. | Tags , , , , , , , , , | 2 Comentários

Chá Pu-erh do Teakettle

Semana passada, durante o evento da Jetro e Comitê Umami encontrei o Toshi Akuta. Ou melhor, ele me encontrou. Conheço-o pelo Facebook. E, para minha surpresa, ganhei dele um pote com chá.

Para quem não conhece o Pu-erh ou Pu’er (vi as duas grafias, fico na dúvida qual é a correta), é um chá chinês que passa por um processo de envelhecimento. É estocado por um longo tempo (em alguns casos, vários anos), depois de prensado em bolos ou placas. Com isso sofre ação de bactérias que fazem dele um chá com aroma terroso, mas menos tanino (ou seja, “amarra” menos na boca). Li em algum lugar que contém traços de lovastatina, que é um medicamento utilizado por quem precisa abaixar o índice do colesterol e teanina que dizem diminuir a ansiedade e ajudar contra a insônia. Mas pode atrapalhar o sono de uns, já que é diurético também, então não estranhe de sentir necessidade de levantar no meio da noite para ir ao banheiro. Eu gosto de tomar esse chá à noite, depois do jantar.

Outra característica interessante desse chá é que ele “abre” muito. Explico: na Ásia costuma-se usar chaleiras pequenas. Vai-se adicionando água e tirando porções pequenas de chá. E adiciona-se mais água quente, tira-se outra porção e pode-se ficar nessa brincadeira por horas. O pu-erh aguenta pelo menos 6 tiradas.

Uma curiosidade: esse chá precisa ser escaldado. Pelo menos foi essa orientação que recebi há algum tempo, quando ganhei esse chá pela primeira vez, da Nice. Parece estranho, mas é o que fazem na China com alguns chás. Despeja-se um tanto de água quente (nunca fervente), deixa-se alguns segundos e descarta-se essa água. Repita. Por fim, adicione água quente até encher a chaleira, espere um tempo até o chá atingir uma cor viva.

Para quem ficou interessado com esse chá e outros (são cerca de 150 chás diferentes, incluindo o matcha), vá ao Teakettle. Não se preocupe se ficar confuso, tem gente para orientar na escolha.

E lá não tem só chá, não, tem comida também. Fica na Rua Alexandre Dumas 1049, Chácara Santo Antonio, São Paulo. A página deles é esta aqui;

http://www.teakettle.com.br/

 

 

Share This Post
Publicado em bebidas, Lugares | Tags | Comentários fechados em Chá Pu-erh do Teakettle

Kansui e Sementes

Claro que gosto de ganhar presentes. Ainda mais quando são coisas que não consigo pôr a mão tão facilmente. No caso, estava cobiçando demais o kansui, substância que é usada para fazer o lamen. Ele é que confere a textura e a cor amarelada, além do sabor ligeiramente alcalino. Queria saber a diferença entre a solução alcalina chinesa que encontro na Liberdade e fazer uns testes. Pois bem, agora é pôr a mão – literalmente – na massa. Aguardem!

E as sementes – de abóbora de Hokkaido e de “Rødbeder”. Suponho que seja um tipo de beterraba, só que é de duas cores, formando círculos concêntricos. São diversões para minha mãe, para serem plantadas depois do inverno.

Não sei se posso dizer o nome de quem me presenteou. Por isso, por enquanto, só posso dizer que estou muito feliz e grata ao M.

 

 

Share This Post
Publicado em cotidiano, produtos. | 3 Comentários

Danish com Presunto, Tomate e Requeijão

Outro dia publiquei uma versão de cronuts. Confesso, prefiro esse tipo de massa assada e feita com manteiga. Ela é uma massa versátil, pode ser modelada de maneiras diferentes, em formato de pães maiores ou pequenos. Quadrados de massa podem receber recheios diferentes e serem assados, ficando parecidos com tortinhas.

A massa é a mesma que publiquei aqui, só que usei manteiga sem sal.

http://marisaono.com/delicia/?p=6150

Foi só abrir em um retângulo, cortar em quadrados com mais ou menos 8 cm de lado e deixar fermentar. No centro, tomate picado que salguei levemente e deixei escorrendo para perder o excesso de água, presunto picado e um pouco de requeijão.  Devia ter usado bem menos, depois explico porquê.

Aí é só levar ao forno, deixar dourar bem e colocar um pouco mais de requeijão em cima. O requeijão que havia colocado antes, em demasia, ferveu e escorreu.  Ou usado um queijo que não escorre.

Versões existem aos montes no Japão. As mais comuns são doces, com frutas em calda, creme de confeiteiro, chocolate, coco, o que vale é a imaginação e o cuidado de não usar algo que possa escorrer ou queimar no forno.

 

 

Share This Post
Publicado em lanches, massas, receita | Tags , | 1 Comentário

Cavalinha Salgada

Cavalas ainda continuam com um bom preço nas feiras. É um peixe fácil de limpar e de abrir em filés, só precisa de uma faca afiada. No Japão era muito comum encontrar peixes levemente salgados. Não, são diferentes do bacalhau, eles precisam ficar sob refrigeração, senão estragam. A época mais comum para se fazer isso é o outono, por dois motivos: a oferta de peixes por lá é grande e antigamente estocava-se comida para o inverno rigoroso. Minhas avós compravam carroças cheias de peixe, limpava, filetavam, salgavam, secavam e guardavam em barris no porão, que era mais gelado que o resto da casa, que era mantida aquecida com o calor do fogão à lenha ou do aquecedor de carvão. Não cheguei a ver isso, claro, é coisa relatada pelos meus pais. Também estocavam abóboras, batata-doces, conservas de nabo e outros vegetais. Minha avó paterna colhia uvas silvestres nos bosques para fazer um tipo de vinho caseiro. Não ia sozinha, iam em grupos escoltados por um caçador, já que ursos eram comuns e não gostavam da invasão. Os tempos mudaram, não há mais a necessidade de ter um porão cheio para o inverno mas certas coisas continuam, seja por hábito, seja por gosto. O peixe salgado sobrevive porque ele tem um sabor e textura diferentes do peixe fresco, que eu gosto muito. Vale a pena experimentar.

Fiz os peixes no que chamam de ni-mae kiri. Os ossos da coluna do peixe ficam de um lado, o outro é limpo. Em seguida salguei-os levemente. Usei mais sal do que usaria se fosse fazê-los frescos. Digamos que eu usei algo perto de 20 gramas de sal para cada quilo de peixe. Salguei dos dois lados e deixei na geladeira por 2 dias, virando ocasionalmente, em um pote tapado. Depois coloquei sobre uma bandeja forrada com papel impermeável para enxugar. Mantive na geladeira, sem cobrir, virando todos os dias, durante uns 3 dias.

O peixe vai mudar de textura, a carne vai ganhar uma aparência meio gelatinosa, um pouco translúcida em alguns pontos. Aí é só grelhar ou fritar em uma frigideira com revestimento anti-aderente, sem óleo algum. A pele do peixe solta um bocado de gordura. Ou guarde no congelador, por uns 3 meses, no máximo. O peixe fica com uma textura mais firme, com menos cheiro, outro sabor, vale a pena experimentar.

PS: essa técnica pode ser utilizada com outros peixes também, mas o tempo de salga e secagem pode variar, conforme o tamanho e espessura dos filés. Em vários lugares do Japão eles mergulham os peixes em uma salmoura forte. Só que é a mesma salmoura há décadas e até séculos! Antes que fiquem horrorizados, explico que não é “água podre” e sim molho de peixe. O sal impede que restos de peixe apodreçam e vira um caldo cheio de aminoácidos. E a secagem é feita do lado de fora das casas ou empresas, mas durante os dias mais frios, quando o ar é bem seco. Geralmente não ficam mais que um dia secando.

 

 

Share This Post
Publicado em conservas, Culinária japonesa, Prato principal, receita | Tags | 12 Comentários

Madeleine com Umami

Já fiz algumas brincadeiras aqui em casa com doce e umami, como a calda de shoyu para sorvete e o cheese cake com missô. No Japão não é incomum doces feitos com ingredientes ricos em umami, como o shoyu e o miso. São biscoitos, manjus, bolos no vapor. Dessa vez fiz os bolinhos madeleine (não confunda com as madeleines em formato de concha, é outra estória). Resolvi adicionar queijo parmesão, que é rico em umami e para combinar, manteiga de garrafa, que tem um aroma mais intenso. Ficou muito bom, sim. Uma coisa que eu ainda não tinha reparado até ontem foi o fato de que alimentos ricos em glutamato fazem a gente salivar mais. Esse bolinho também.

Fiz os bolinhos como a receita, trocando a manteiga derretida e quente por manteiga de garrafa, quente mas não pelando. E o queijo foi ralado, por cima de cada bolinho. O bolo é muito fofo, a manteiga de garrafa confere um aroma de algo maturado e o queijo por cima, salgado, dá um contraste final.

Ainda não li muito a respeito da relação do umami com doces, se ele de acentua ou não o gosto, a percepção do doce. Não confio tanto assim no meu paladar, não.

Share This Post
Publicado em Doces, receita | Tags , , | Comentários fechados em Madeleine com Umami

Seminário Umami e O Segredo da Culinária Japonesa

Fui convidada para assistir ao seminário organizado pela JETRO (Japan External Trade Organization) sobre o umami e a culinária japonesa.

O Presidente da Jetro, Yasuhiro Ishida lembrou que a cozinha japonesa tornou-se bem conhecida no mundo mas, apesar de ser bem disseminada em São Paulo, ainda tem muito espaço para conquistar no resto do país. Convidou a todos para visitar o pavilhão japonês na Sial no Expo Center Norte, entre os dias 25 a 28 de junho. Diversas empresas japonesas e importadoras irão estar lá com novos produtos alimentícios. Recebi um catálogo e já sei que vai vir muita coisa boa, como produtos à base de sansho e yuzu.

Em seguida, Priscila Andrade do Comitê Umami explicou o que é umami. Deixou claro a diferença entre gosto (doce, azedo, amargo, salgado e umami) e sabor (que envolve também o aroma, como o sabor distinto de uma fruta, por exemplo, que pode ter o gosto doce e azedo).

Os pontos da explicação dada que mais chamaram a minha atenção:

– Foram identificados os receptores do gosto umami. Ou seja, umami não é um conceito, é uma coisa que pode ser registrada.

– Adição de glutamato aumenta a aceitação de um alimento mesmo que ele tenha teor reduzido de sal. Ou seja, para quem segue uma dieta com redução de sódio, é uma opção acrescentar uma pequena quantidade de glutamato para melhorar o gosto.

– Nosso organismo sintetiza glutamato. Sim, ele está em nossos músculos, sangue, fígado, rins. Gostaria de saber melhor qual a função desse aminoácido. É algo para se ler.

– O glutamato faz salivar mais e por mais tempo que um alimento ácido. Isso é um ponto positivo para idosos e pacientes submetidos a quimioterapia, que têm a produção de saliva comprometida. Ela tem função na percepção de sabores e também contem enzimas responsáveis pela digestão do amido, por exemplo. Ou seja, nesses casos (testados), houve uma aceitação maior do alimento, com uma melhora nutricional e menor ressecamento da mucosa bucal.

– O leite materno contem uma quantidade grande de glutamato.

– E, por fim, ela soterrou de vez com as diferenças entre glutamato natural dos alimentos do glutamato monossódico. O sódio dissocia-se em contato com a água ou saliva.

E quem quiser saber mais sobre o assunto, pode inscrever-se no simpósio sobre o glutamato do dia 14/08. Mais informações aqui:

http://www.portalumami.com.br/2013/06/simposio-umami-e-as-novas-descobertas-sobre-o-glutamato-monossodico/

O chef Shinya Koike falou do dashi e da função dele na cozinha japonesa. É um preparado essencial, que pode ser feito tanto de alga kombu (que é a mais utilizada), bonito seco (katsuobushi), cogumelo shiitake ou carnes. Lembrou que tem a mesma função dos fonds e bouillons da cozinha francesa: vão em quase tudo e realçam o sabor do próprio alimento.

Ele apresentou um robalo kombujime. É uma técnica de maturação de peixe cru, que ainda não comentei aqui no blog. Ele foi fatiado e salgado (cerca de 6% do peso do peixe). O sal irá desidratar levemente o peixe, alterando a textura e essa água que sai, carrega para fora da carne cheiros desagradáveis.

Depois o peixe é disposto entre folhas de alga kombu que foram hidratadas em sake.

Depois é deixada prensada, por pelo menos 45 minutos, embora ele recomende bem mais tempo (até 6 horas), na geladeira.

Na montagem do prato, ele sugeriu nabo, rabanete ou pepino e um molho à base de dashi (60 ml), shoyu (30 ml), suco de limão tahiti, siciliano e de laranja , além de um pouco de pasta de umeboshi (ameixa azeda em conserva).

O prato pronto ficou assim. O peixe ficou com uma consistência bem mais firme e com aquele algo a mais que é o umami da alga.

No coquetel a seguir, pratos com combinações de alimentos ricos em umami, como atum temperado com dashi e shoyu.

Cogumelos com carne são muito saborosos, assim como tomate com kamaboko (nunca pensei numa combinação assim). E o velho conhecido dos descendentes, o cozido de vegetais (no caso, kabocha, raiz de lótus, bardana e inhame) seria bem sem-graça sem o uso do dashi.

Por fim, a exploração do umami como recurso culinário não é exclusividade da cozinha japonesa. Existem diversos alimentos ricos em glutamato em quase todo o planeta, como queijos (sobretudo os fermentados), anchovas, presunto cru, tomate, cogumelos, na pasta vegemite, carnes em geral e sobretudo carnes maturadas. A diferença é que não pensamos porque colocamos aquela porção de queijo parmesão em cima da macarronada.

 

 

 

 

Share This Post
Publicado em Culinária japonesa, produtos. | 6 Comentários

R Baião, Layr e Brastemp

Quero elogiar 3 empresas. Não, não estou recebendo nada por isso, já deixo claro. É a minha palavra de consumidora.

Antes dos agradecimentos, queria expor uma questão. Notaram que o que antes chamávamos de “bens duráveis” andam durando cada vez menos tempo? Tive que me desfazer de um microondas porque não existia peça para consertá-lo. A garantia havia expirado mas não era tão velho, não, creio que não tinha 4 anos de uso. Isso já aconteceu com um aparelho de DVD também. Aliás, aparelhos cheios de recursos, sensores, etc podem ser práticos mas também têm muito mais peças para dar defeito. Outra questão é a falta de peças para reposição. Trabalhei muitos anos em uma indústria que produzia peças para a indústria automobilística. Eventualmente eu era designada para tirar uma quantidade pequena de peças. Perguntei o porquê desse lote tão pequeno, explicaram-me que o automóvel em questão já havia deixado de ser fabricado, mas o fabricante tinha a obrigação de ter peças de reposição durante pelo menos 10 anos.

Bem, em parte essa é a questão. Geramos muito lixo por vários motivos, mas poderíamos gerar menos se pudéssemos continuar usando o mesmo produto por anos. Isso teria um preço, claro. A indústria venderia menos. Fica aqui a questão: será melhor vender para alguém que ficará satisfeito por anos e que voltará a comprar outros produtos da mesma marca ou vender apenas uma vez para ele?

A primeira empresa que quero elogiar é a R Baião. Há um tempo uma embaladora que tenho dessa marca apresentou problema. Como é um equipamento relativamente simples, entrei em contato com eles e encomendei uma placa com circuitos novo. Fui atendida por um técnico, tirei minhas dúvidas e enviaram-me a placa. E ainda disseram-me que eu poderia enviar de volta, iriam ver o conserto. Fiquei surpresa, sim. Ainda não enviei, deveria.

A segunda empresa é a Layr. Já tive um desgosto com um fogão com sensor que se foi e que não teve mais jeito. Estava à procura de um fogão sem forno. É, porque eu já tenho um forno muito grande. E também um bem pequeno, elétrico. Parecia (ou melhor, é) bobagem gastar mais dinheiro para ter um forno que não vou usar. E, creiam, não há muita opção, tirando os cooktops, que não me serviriam por falta de balcão, etc. Acabei encontra do Maxy da Layr, com 4 bocas, 2 menores, 2 maiores, todo em inox, sem sensores, simples e que está funcionando lindamente e por um preço que é uma fração de um fogão comum, bem básico. E também um elogio à empresa da qual comprei, a Lothus Distribuidora. Paguei, recebi e está tudo bem.

Por fim à Brastemp. Ou melhor, um elogio à Assistência Técnica Master Service (Rua dos Manacás, 58 Granja Viana – Cotia). Duas prateleiras de plástico da geladeira se foram, entrei em contato, telefonaram-me quando as peças chegaram. É bom saber que a Brastemp produz e mantem em estoque peças de reposição. O ruim é que as prateleiras não são tão resistentes, menos de 2 anos depois e eu vou ter que encomendar outras. Se não fossem de plástico ou de um plástico mais resistente…

 

Share This Post
Publicado em produtos. | 3 Comentários