Bolinho de Banana-Prata

Tudo começou com uma bananeira que deu banana. Eu precisava de uma receita de bolo com banana. Ou melhor, bananas. Não só uma, duas ou três, mas muita banana. Felizmente eram bananas-prata, que não escurecem quando cozinhamos, não soltam muita água e ainda estavam bem firmes. Como elas tinham tamanhos variados e tive que tirar uns pontos machucados e endurecidos por conta da última geada, coloquei as medidas das bananas em peso.

90 gramas de manteiga

80 gramas de açúcar

1 ovo

80 gramas de farinha de trigo

1 colher de chá de fermento em pó

70 gramas de banana amassada

200 gramas de banana picada

Chocolate ao leite picado

Bata a manteiga com o açúcar até formar um creme claro, macio. Adicione o ovo e bata mais um pouco. Adicione a banana amassada e bata. Junte a farinha misturada com o fermento. Misture. Por fim, adicione as bananas picadas (cortei-as ao meio e depois em pedaços com mais ou menos 1,5 cm de espessura) e o chocolate picado.

Assei em forminhas de papel, tomando cuidado de colocar alguns pedaços de banana em cada uma. Forno médio até corar.

Usei chocolate picado porque não gosto de chocolate granulado. Cortei com uma faca afiada. Cada receita rendeu 12 bolinhos.

 

 

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Casa Cor Boa Mesa – Casa da Li e Julice

Ontem vi a Eliane André da Casa da Li (Rua Aspicuelta, 23 | Vila Madalena – São Paulo) preparar a famosa porchetta dela. Como a maioria das pessoas não possui um forno muito grande, ela sugeriu fazer com uma leitoa (sem pernil e paleta) desossada. Explicou que a porchetta é um prato medieval italiano e muito comum como comida de rua. Vendem fatiada em um pão.

Depois de marinar por muitas horas, o porquinho recebe o manjericão da marinada e duas linguiças, uma defumada e outra fresca. Tudo é enrolado, bem amarrado, assado lentamente coberto por um filme (daqueles para churrasco) e depois corado. Já pensou no cheiro? Já pensou na maciez? Pois é. O molho é guardado preciosamente e servido junto com a carne.

E para acompanhar? Focaccia da Julice (R. Dep. Lacerda Franco 536 – Pinheiros), feito com 3 farinhas (trigo, fécula de batata e fubá) com azeitonas e nozes.

Isso tudo no Casa Cor Boa Mesa, que está acontecendo no Jockey Club de São Paulo. As aulas são gratuitas mas sugiro fazer a inscrição no site.

Confira a grade de programação aqui:

http://www.casacor.com.br/casaboamesa/programacao.htm

 

 

 

 

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Botamochi ou Ohagi

Aqui em casa chamamos de botamochi. Mas ouço chamar esse doce de ohagi. Uma vez perguntei para uma japonesa qual a diferença e ela não soube explicar. Disse que tinha algo a ver com a época do ano, foi muito vaga. Bem, não pesquisei e continuarei chamando de botamochi. Trata-se de um bolinho feito com arroz ligeiramente amassado e coberto com pasta doce de feijão (anko). Em outros tempos fazíamos com arroz cateto misturado com arroz de mochi (mochi-gome). A situação financeira melhorou e hoje fazemos só com mochi gome.

Cozinhamos o arroz de mochi (mochi-gome) depois de lavado em uma panela elétrica. É bem prático e cozinha no ponto. Eu gosto do arroz com um bom punhado de sal, para contrastar com o doce do anko. Fica a critério. Depois de cozido e ainda quente, ele é amassado um pouco. Na falta de mortar, dá para improvisar com o fundo de um copo, por exemplo. Não amasse demais, é só para dar uma consistência mais pegajosa, os grãos ficam mais coesos.  A consistência lembra um pouco um pudim de tapioca, pegajoso, mas ainda assim dá para sentir uns grãos.

O arroz é modelado em bolinhos alongados ainda mornos. Molhe as mãos em um pouco de água para a massa não grudar nelas enquanto modela. O tamanho pode variar. Antigamente fazíamos bem grandes. Hoje parece que minha boca diminuiu.

Fica mais fácil cobrir cada bolinho com anko usando um filme plástico. Espalhe uma camada fina da pasta doce de feijão e enrole o filme plástico.

Torcendo o filme plástico como um bombom, a pasta irá cobrir as pontas também. Aqui em casa costumamos deixa-los embrulhados no filme mesmo, para não ressecar.

E se não gostar de pasta doce de feijão (anko) há outra opção: passe cada bolinho em farinha de soja torrada (kinako) misturada com açúcar refinado. O kinako lembra um pouco amendoim e tem aquele gostinho de torrado muito bom. Eu acho melhor comprar já pronto. Triturar soja torrada em casa até virar uma farinha bem fina dá um certo trabalho.

 

 

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Pão de Vinho Tinto com Fermento Natural

A Myrna (volta e meia ela escreve uns comentários aqui no blog) lembrou-me que há algum tempo não falo dos meus fermentos naturais. São dois de outros tantos organismos de mantenho vivos na geladeira. Resolvi trabalhar um pouco com os fermentos de koji e de yuzu. Fiquei muito curiosa com a receita de pão com vinho tinto:

http://members3.jcom.home.ne.jp/yeast/content/recipe/hard/wine.html

Resolvi testar com os dois fermentos. Mas tinha trabalho à frente. Como há muito não cuidava dele, precisei reaviva-los. Pesei as amostras que tinha guardado e adicionei a mesma quantidade (em peso) de farinha e de água. Deixei fermentando até dobrar de volume (levou 9 horas). Depois separei 100 gramas desse fermento, adicionei 100 gramas de farinha e 100 gramas de água. Misturei e separei 100 gramas para guardar e deixei o resto fermentando a noite toda (o clima anda bem fresco por aqui).

Para cada pão usei:

200 gramas de fermento natural

500 gramas de farinha de trigo

2 colheres de sopa de mel

160 ml de vinho tinto

60 a 100 ml de água (fui adicionando conforme necessário)

2 colheres de chá de sal

40 gramas de manteiga

Misturei o fermento à farinha, adicionei o mel, o vinho e a água, esta última adicionada aos poucos. Acrescentei o sal e sovei. A massa ficou elástica e um pouco firme. Juntei a manteiga amolecida e sovei mais um pouco até que ela fosse incorporada. Formei uma bola e coloquei em uma tigela. Cobri com um filme plástico e deixei crescer, até quase triplicar de tamanh. Levou cerca de 5 horas.

Depois abaixei a massa com o punho fechado, dividi em duas porções e abri a massa. Em uma delas coloquei cerca de 1/3 de xícara de passas escuras. Noutra, distribuí 1/2 cabeça de alho negro. Enrolei. Deixei crescendo até dobrar de volume.

Assei em forno bem quente. Antes de colocar no forno, fiz cortes e pincelei com água. Depois de 10 minutos abaixei a temperatura para média, até assar.

Bem, o pão não ficou avermelhado nem arroxeado. A cor ficou mais para o marron, parecendo que foi feito com farinha integral. O pão de fermento de yuzu ficou mais macio, o de koji teve uma côdea mais firme. Ambos os pães ficaram levemente adocicados, mas acho que o feito com koji ficou mais doce.

Por fim, não usei nenhum vinho excepcional. Usei um vinho”B” (ou talvez classe “C”, dependendo da escala). Não era muito seco.

 

 

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Chikuwa

Eu nunca fiz chikuwa ou qualquer prato com surimi (pasta de peixe) como kamaboko (pasta moldada sobre uma tábua, cozida no vapor e geralmente comida fria), hampen  (massa modelada em bifes ovalados e cozido; na província de Shizuoka são feitos de peixe de carne escura, como a sardinha e a cavala), satsumage (massa frita em discos ovalados).

O fato é que quando temos alguém que faça bem, nos acomodamos. Por conta do blog, recorri à fazedora de chikuwa da família, a irmã da minha mãe. Não ficaram muito bonitos,  é a tal da falta de prática, provavelmente nas próximas vezes ficarão com melhor aparência.

250 gramas de pescada limpa, sem pele e espinhas, bem gelada, quase congelando

3 claras

50 gramas de polvilho doce

1 colher ou pouco mais de açúcar

1 colher de chá cheia de sal

Bata no multiprocessador o peixe. Junte as claras, o açúcar e o polvilho e bata até triturar bem. O último ingrediente é o sal. Bata mais um pouco. A massa vai endurecer e formar uma bola.

Para modelar os chikuwas, usei cerca de 130 gramas de massa. No centro coloquei um pedaço de bambu fino (bambu jardim ou caniço). Para facilitar, usei um filme plástico e a esteirinha de bambu para enrolar sushi (sudare).  Fui enrolando e colocando na geladeira para que a massa permanecesse fria.

Depois os rolinhos formam cozidos no vapor até firmarem. Retirei o filme e passei cada um em uma chama para que ganhassem um pouco de cor.

Minha tia usa corvina de água doce. Confesso que não sei que cara tem esse peixe. Ela cozinha os chikuwas enrolados em umas esteirinhas (menores, feitas para isso e não o sudare) e isso dá uma aparência melhor. A massa tende a ficar achatada de um lado se usar só o filme plástico como proteção. A maioria dos chikuwas que como tem glutamato monossódico na massa. Se quiser, use. Algumas versões levam um pouco de sake. Fica a critério, mas é provável que terá que reduzir as claras ou aumentar a quantidade de amido. Também há quem asse a massa sobre um braseiro, sem levar ao vapor. E já vi gente que frita a massa enrolada no bambu.

Como opção para quem não tem bambu, panela para cozimento no vapor, etc, sugiro fazer bolinhos (com cerca de 1 colher de sopa de massa) e fritar. Não frite muitos de cada vez, eles estufam muito. Depois eles murcham e ficam com uma aparência enrugada. Também pode-se juntar cenoura, bardana, camarões pequenos, sementes de ginko, etc à massa. Esses bolinhos ficam bons em cozidos como o oden.

Por fim, gostaria de avisar que a quantidade de amido pode variar conforme o peixe usado. Ainda não testei com merluza. Dizem que precisa de menos amido quando se usa cação. E que o tara (por aqui comercializado como bacalhau) produz  um chikuwa muito bom.

PS: A título de curiosidade, testei com merluza. Embora desconfiasse que não iria funcionar, precisava ver para crer. Não deu certo, formou uma sopa. Cozido, virou uma massa molenga. Os cachorros gostaram. Provavelmente esse tipo de peixe contem menos proteína miofibrilar ou a presença de enzimas inibidoras da formação do gel. Ainda vou ler mais a respeito.

 

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Dia de Coleta

Bem, é fato que não produzo tudo que consumo. Mas para algumas coisas funciona o tipo de comércio mais antigo do mundo: o escambo. Na maior parte das vezes, é uma coisa de boa-vontade, camaradagem entre vizinhos, mas envolve troca de bens.  Hoje foi dia de coleta e não de cultivo, que costuma tomar meus dias. Uma senhorinha nos avisou que havia muito broto de bambu despontado, era só colher. E fomos nós.

Quinze minutos de coleta bastaram para encher o porta-malas do carro. E meu casaco ficou cheio daqueles pelinhos do bambu, mas foi melhor que ficar com a pele irritada. Passamos mais que o dobro desse tempo conversando e a senhorinha ficou muito feliz com as verduras que levamos de nossa horta. Também costumo fazer para ela tortas, pastéis de massa folhada ou salgadinhos, porque sei que ela gosta mais de sal do que de doce.  E não pense que a colheita de brotos de bambu irá destruir o bambuzal. É até necessário retira-los para que ele não se alastre em demasia.

Voltamos para casa. As cascas dos brotos irão para a composteira, o bambu será cozido para tirar o amargor – cerca de meia hora em bastante água e depois muita água para lava-los – e poderão ser congelados, colocados em vidros com água, sal e vinagre e pasteurizados, como o palmito e talvez até mesmo preservados em salmoura bem forte.

Depois vamos oferecendo aos vizinhos, amigos, a quem vier em casa. Os vizinhos acabam nos presenteando com verduras que não cultivamos, como brócoli ou agrião. Ganhamos ovos caipiras. Mas o importante mesmo é o contado com a comunidade e o bom-relacionamento com a vizinhança. Todo mundo fica satisfeito.

 

 

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Banco de Alimentos

Lembro de ter visto algo em algum noticiário, há algum tempo. A ideia é aparentemente simples: cadastrar doadores e entidades que precisam receber alimentos. Como doação, alimentos ainda dentro do prazo de validade, claro. Mas para fazer chegar a quem precisa, também é necessário transporte, pessoas, dinheiro.  E também são muitas cidades, muitos lugares aonde essa ideia ainda não chegou.

E para quem não tem como doar, seja com mão-de-obra, alimentos ou serviço, também há a opção de doação via internet. Basta um clique.

http://www.cliquealimentos.com.br/site/?

Para saber mais sobre o Banco de Alimentos e sua proposta, o link é este:

http://www.bancodealimentosrs.org.br/Inicial

Gostaria de terminar esse post lembrando o quanto é desperdiçado e quantos poderiam ser beneficiados e como isso poderia mudar a realidade em que vivemos.

 

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Colheita de Hoje

Lembram do pacote de shimeji que peguei há algum tempo? Escrevi aqui:

http://marisaono.com/delicia/?p=3672

Bem, colhi um bom punhado. Há alguns dias resolvi dar uma espiada

Ainda havia muita matéria do composto sem ter nada desenvolvido e em vi alguns pontos de brotamento.

Nos primeiros dias eles crescem mas não de maneira tão significativa.

Ontem estava assim, faltando pouco para colher.

E também colhi uns tomatinhos que crescem por aqui de graça. Lembrei da Neide Rigo, que é fã deles e os chama de “indomáveis”.  Usei-os em uma torta de liquificador com o brócoli que ganhei da vizinha, prato que chamo de “três em um” porque já contem proteína, amido e fibra.

 

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Alex Atala

Para quem me acompanha há algum tempo já sabe da história. E para quem costuma ler a revista Prazeres da Mesa também. Para quem não sabe ainda, leia o texto do Alex Atala que explica, quase no final, esse elo:

http://prazeresdamesa.uol.com.br/exibirMateria/2891/simples-assim

Há muito que eu queria agradecer pessoalmente o incentivo que recebi dele. Engraçado como a gente fica mais forte quando outra pessoa dá valor ao nosso trabalho. Pode ter sido coisa da minha insegurança, mas não conheço ninguém que não tenha passado por um momento em que duvidou de si próprio.

Por motivos diversos, nesse tempo todo, nunca encontrei com ele. Finalmente – e ainda assim, graças à Paula Labaki do Lena Labaki Catering – pude dizer o quanto eu era grata a ele.

“Imagina, o alho negro é que é um produto maravilho. E eu até hoje guardo o bilhete que você escreveu. ”

Não tenho como dizer o quanto fiquei feliz e o quanto essas palavras são preciosas.

 

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Coisas Que Vi Na Mesa SP 2011

Embalagens da Decorplastic. Eu tenho uma coisa com embalagens e vejo muita coisa feia. Essa empresa tem uma linha linda de descartáveis.

E não são só plásticos, há muita coisa em fibra de cana. Confiram tudo no site deles.

Não tirei foto, mas fiquei também impressionada com a carne de cabrito da Apris. Eu lembro de ter comido uma carne fibrosa e com cheiro forte. Como eles trabalham com animais jovens,  a carne é macia, suculenta e com cheiro bem mais suave. É uma carne nobre e eu acredito que vai ganhar mais adeptos em breve.

Chocolates Callebaut. Nem preciso dizer muita coisa, muita gente conhece e sabe o quanto são deliciosos.

Um Vespacar no stand da Zini.

Mais uma empresa italiana de produtos para sorveteria entrando no mercado, a Bigatton.

Confesso que ainda não tinha visto uma bola de castanha do Pará, acreditam?

Sobre as degustações, palestras e aulas, muita gente com memória melhor que eu vai escrever. Para mim, foi muito interessante passar 3 dias pensando, falando e ouvindo falar sobre comida. Mas foi muito melhor encontrar, re-encontra e conhecer pessoas.

 

 

 

 

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